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Um dos criadores do ‘Fantástico’, pioneiro da TV foi diretor executivo da Central Globo de Produção
RIO – O diretor Maurício Sherman morreu aos 88 anos no Rio de Janeiro. Um dos criadores do “Fantástico”, Sherman foi um dos principais nomes da televisão brasileira.
Na Globo, foi diretor executivo da Central Globo de Produção e dirigiu inúmeros humorísticos, como “Riso sinal aberto” (1966), “Bairro feliz” (1966), “Faça humor, não faça guerra” (1973), “Chico Anysio show” (1981), “Os trapalhões” (1981) e “Zorra total” (1999).
De dublador a diretor
Nascido em 1931 em Niterói, Sherman estudou Direito na Universidade Federal Fluminense. A carreira no entretenimento começou no teatro, como ator. Foi integrante do grupo Jerusa Camões, no Teatro da Juventude Universitária e atuou ao lado de nomes como Gisela Camões, Wanda Lacerda, Nathália Timberg, Fernando Pamplona e Alberto Perez.
Ainda no teatro, dirigiu peças importantes como “A pequena notável” (1972), estrelado por Marília Pêra, no papel de Carmen Miranda e “Evita” (1983). No cinema, viveu vilões das comédias da Atlântida e dublou desenhos clássicos da Disney, como “Pinóquio”.
Na televisão, passou pela Tupi, Paulista e Excelsior antes de chegar à Globo, em 1965, a convite de Mauro Salles. Seu primeiro trabalho na emissora carioca foi a direção do Espetáculo Tonelux, programa apresentado por Marília Pêra, Gracindo Jr., Riva Blanche e Paulo Araújo. Gravado ao vivo, o programa musical contava com a presença de cantores da Jovem Guarda e uma orquestra sinfônica regida por Isaac Karabtchevsky.
Sherman também esteve à frente de programas de variedades, como o “Noite de gala” (1966), “Moacyr Franco show” (1977), “Video show” (1994) e “Domingão do Faustão” (2001). Foi diretor artístico de “TV Colosso”, popular programa infantil dos anos 1990.
Na dramaturgia, dirigiu a primeira versão de “Gabriela cravo e canela”, primeira novela da Globo gravada em videoteipe. Além da direção, também fez uma participação como ator na adaptação da obra de Jorge Amado.
Após retornar à Tupi em 1968, Sherman voltou para a Globo em 1972, quando dirigiu “Faça humor, não faça guerra”, humorístico com Jô Soares, Renato Corte Real, Luis Carlos Miéle, Paulo Silvino e Sandra Bréa. No ano seguinte, integrou a equipe responsável por criar o “Fantástico”, programa jornalístico que dirigiu por três anos.
Em 1983, assumiu a programação da Manchete. Na recém-criada emissora, foi responsável pela criação do programa Bar Academia, da minissérie Marquesa de Santos e ainda revelou as apresentadoras Xuxa e Angélica.
Em 1988, Sherman regressou definitivamente à Globo, como diretor executivo da Central Globo de Produção, e depois desempenhou diversas funções na emissora. Uma de suas últimas responsabilidades foi o “Zorra total”, humorístico que dirgiu por 15 anos.
Por O Globo