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Educação

Aplicação de concursos on-line terá que superar problema de segurança

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O projeto que prevê a realização de provas on-line para concursos públicos federais divide especialistas. Para alguns, a segurança das avaliações é a principal preocupação, enquanto outros consideram que a migração dos certames para o mundo digital é uma tendência irreversível. Aprovado na última quinta-feira pela Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 252/2003, que agora será examinado pelo Senado, estabelece, entre outras medidas, a possibilidade de as seleções serem realizadas parcial ou totalmente a distância, de maneira on-line ou por plataforma eletrônica específica, observando “padrões legais de segurança da informação”.

O substitutivo do relator, Eduardo Cury (PSDB-SP), estabelece que os concursos a distância deverão ser realizados “em ambiente controlado”, e que deve haver garantia da “igualdade de acesso às ferramentas e dispositivos do ambiente virtual”. A ideia do relator é trazer para o concurso público as possibilidades adotadas nas provas de vestibular, quando muitas universidades adotaram a modalidade virtual em decorrência da pandemia da covid-19. “O que se propõe é uma lei com normas mínimas para, preservando as experiências de sucesso já em andamento, contribuir para a efetiva realização e para a modernização dos concursos públicos no país”, explicou Cury.
O texto também padroniza os tipos de provas a serem utilizadas em concurso, dividindo-as em de conhecimento (escritas, orais e objetivas), de habilidades (elaboração de documentos, simulação de tarefas ou exercícios físicos) e provas de competência (exame psicotécnico). Outros tipos de prova podem ser adotados desde que estabelecidos em edital, e há ainda a possibilidade de misturar provas de diferentes tipos.
Segundo Marcos Brito, diretor pedagógico da Degrau Cultural, é muito complicado realizar provas de forma on-line. “Eu tenho minhas preocupações. Se hoje as bancas de concursos já utilizam vários aparatos para tentar evitar fraude em provas realizadas no presencial, como o detector de metal, fiscalização de celular, e, mesmo assim, as fraudes acontecem”, apontou, “como evitar essas fraudes com a pessoa estando em uma sala sozinha? Como vamos saber se não tem alguém ajudando o concurseiro?”, questionou.
“Eu tenho muitas ressalvas quanto à prova on-line, nessa etapa escrita, porque qualquer irregularidade pode fazer, com que o concurso seja anulado, prejudicando muitas pessoas que se prepararam para aquele momento”, disse Brito. “Eu até acredito que tenha como fazer provas virtuais, mas não do jeito que é hoje. Precisam ser criados procedimentos, do pessoal da tecnologia da informação, de checar o computador do candidato, talvez colocando câmeras. Porém, não é algo para agora, pois precisa ser estudado de uma forma melhor, não estamos prontos para ter uma prova on-line”, considerou.
Apoiadores
Muitos concurseiros apoiam o projeto, como Henrique de Oliveira, 39 anos. “Eu gasto muito com concursos fora do meu estado, é muito caro. Então a proposta é boa, pois ajuda no financeiro e no tempo de estudo”, afirmou. “Eu acho muito cansativo ficar viajando para tentar uma prova que nem é certeza.”
O especialista em gestão pública e empresarial Antonio Bastit, membro do Centro de Pesquisa em Estratégia e Inovação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), comentou que os aspectos de segurança podem ser similares ao que já vem sendo adotado no Enem Digital, por exemplo. “Essa é uma das possibilidades mais imediatas, mas há diversas outras, que podem envolver, por exemplo, credenciamento de instituições para o candidato ir fazer a prova perto de sua residência, sem precisar atravessar o país para marcar uma prova de X, como muitas vezes acontece”, afirmou.
Entretanto, Bastit disse que o modelo de execução, os concursos possíveis para essa modalidade e outros aspectos devem ainda ser discutidos. “O projeto que considera provas a distância trata de outras possibilidades que, se fossem discutidas a sério, no Brasil, poderiam mudar e melhorar profundamente os concursos”, observou o especialista. “Vou dar um exemplo apenas: no meu mestrado, descobri que 64% dos médicos e cirurgiões federais eram selecionados unicamente com base em uma prova de marcar e mais nada”, afirmou. “Então, sim, temos condições — e necessidade — de melhorar e muito os modelos de provas de concursos.”
Para a Viviane Rocha, professora da Central de Concursos, há muitos alunos que estudam em cursos diversos na modalidade totalmente a distância por conta até da pandemia. “Porém, nos dias de prova, existe uma câmera. Então, tem toda uma dinâmica para realização dos exames que proporciona uma segurança na hora que a prova está sendo feita.”
Segundo Rocha, a ideia é trazer uma facilitação que já existe em outros âmbitos. “Por exemplo, o vestibular a distância é feito dessa forma, então porque não o concurso? Tudo isso vem para beneficiar, trazer mais segurança pro candidato, trazer mais condições de prestar provas em outros estados, porque é muito caro que nem agora a gente vai ter muito concurso fiscal”, afirmou. “Eu acredito que vá acontecer em algum momento, pode não ser agora, mas em algum momento essa dinâmica, com essa tecnologia toda, vai prevalecer”, disse.Foto: Divulgação/Gov Pará
Por Correio Braziliense

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Educação

Professores recusam proposta de reajuste salarial, e greve na UFPE continua

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Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) recusaram a proposta de reajuste salarial oferecido pelo governo federal em uma assembleia realizada nesta quinta-feira (25), na Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe).

Em uma decisão unânime, os docentes decidiram manter a greve.

Ao todo, 201 professores participaram da votação que recusou a proposta do governo. Em resposta, a professora e presidente da Adufpe, Teresa Lopes, reiterou que a mobilização continua e que os docentes começarão a fazer uma série de atividades dentro da UFPE.

“Essa proposta foi rejeitada por consenso, ou seja, pela unanimidade dos professores. A gente também acabou votando as questões relativas aos adendos, que são as assinaturas do termo com o governo, e a gente também votou de forma contrária, porque a gente não quer somente para gente, a gente quer para os aposentados”, disse.

 “A greve continua e está cada vez mais forte na UFPE. Nós, que fazemos o comando de greve local, estamos recebendo diariamente as adesões dos departamentos, dos núcleos e dos centros da Universidade Federal de Pernambuco”, reiterou. 

Foto: Adaíra Sene/Adufepe/Divulgação

Por FolhaPE

           

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Educação

Professores concursados em escolas estaduais diminuem em dez anos

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O número de professores concursados nas escolas estaduais do país chegou ao menor patamar dos últimos dez anos em 2023. Enquanto diminuem os concursados, aumentam os contratos temporários, que já são maioria nessas redes. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e fazem parte de estudo inédito do movimento Todos Pela Educação, divulgado nesta quinta-feira (25).

O número de professores concursados passou de 505 mil em 2013, o que representava 68,4% do total de docentes nas redes estaduais, para 321 mil em 2023, ou 46,5% do total. Já os contratos temporários superaram os efetivos em 2022 e, em 2023 chegaram aos 356 mil, representando 51,6% do total de contratações. Em 2013, eram 230 mil, o equivalente a 31,1% do total.

Brasília (DF) 25/04/2024 - O número de professores concursados nas escolas estaduais é o menor dos últimos dez anos
Fonte Saeb/Divulgação
Brasília – Número de professores concursados nas escolas estaduais é o menor dos últimos dez anos – Fonte Saeb/Divulgação

Não há uma legislação específica que limite o número de contratos temporários, nem há penalidades previstas aos estados. Mas, o Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, que estabelece metas e estratégias para todas as etapas de ensino e a valorização do setor, prevê que pelo menos 90% dos professores das escolas públicas tenham cargos efetivos. Essa estratégia deveria ter sido cumprida até 2017.

“Em tese, o ideal é que você consiga suprir todo o seu quadro com professores efetivos. E a figura do professor temporário é para suprir eventual ausência. Então, por exemplo, um professor vai trabalhar na secretaria, você precisa de um professor temporário para cumprir aquela carga horária. Ou ele foi afastado, readaptado, a gente sabe que acontece esse tipo de coisa, né?”, diz o gerente de Políticas Educacionais do Todos pela Educação, Ivan Gontijo. “Professores temporários são super importantes para suprir o quadro, para garantir que os alunos tenham aula com profissionais com formação adequada, mas esse artifício da contratação temporária deveria ser exceção à regra”, defende.

Segundo Gontijo, o estudo mostra que o que deveria ser exceção tem se tornado regra nas redes estaduais. Essas redes são responsáveis pela oferta de ensino médio e dos anos finais do ensino fundamental, etapa que vai do 6º ao 9º ano. As contratações temporárias, além de causar impacto nas condições de trabalho dos professores, por exemplo, com vínculos mais instáveis e salários geralmente inferiores aos professores efetivos, podem ainda, de acordo com a publicação, interferir na aprendizagem dos estudantes.

Contratações no país

A proporção de docentes temporários e efetivos varia de acordo com a unidade federativa do país. No ano passado, 15 dessas unidades tinham mais professores temporários que efetivos e, ao longo da década, 16 aumentaram o número de professores temporários e diminuíram o quadro de concursados.

Brasília (DF) 25/04/2024 - O número de professores concursados nas escolas estaduais é o menor dos últimos dez anos
Fonte Saeb/Divulgação
Brasília – Número de professores concursados nas escolas estaduais é o menor dos últimos dez anos – Fonte Saeb/Divulgação

Em relação ao perfil desses professores, o estudo mostra que a média de idade dos profissionais temporários é de 40 anos. Entre os efetivos é 46 anos. Além disso, quase metade (43,6%) dos temporários atua há pelo menos 11 anos como professor, o que conforme a pesquisa, indica que esse tipo de contratação tem sido utilizada não apenas para suprir uma demanda pontual, mas também para compor o corpo docente fixo de algumas redes de ensino.

Valorização docente

A pesquisa destaca que três aspectos podem explicar os possíveis impactos negativos de professores temporários sobre os resultados dos estudantes. O primeiro deles é a alta rotatividade docente, que pode prejudicar o vínculo com a comunidade escolar e o efetivo desenvolvimento dos estudantes. Além disso, os processos seletivos utilizados pelas redes de ensino, nem sempre tão rigorosos quanto os concursos públicos, também impactam na qualidade do ensino. Por fim, a pesquisa aponta as condições de trabalho dos professores, que podem ser piores que a dos efetivos.

“Essa é uma pauta muito ligada à valorização docente. Se a gente, como país, quer valorizar os professores, não dá para admitir alguns cenários. Como um país que quer valorizar seus professores está dando condições de trabalho mais desafiadoras e vínculos de trabalho mais frágeis? Por isso que é importante a gente avançar numa agenda de solução desses problemas”, diz Gontijo.

Em 15 redes de ensino, o estudo mostra que o salário dos professores temporários, calculados por hora, é menor que o de professores efetivos em início de carreira, chegando a uma diferença de até 140%, no caso de Pernambuco. Nas outras dez redes analisadas, não há diferença.

Brasília (DF) 25/04/2024 - O número de professores concursados nas escolas estaduais é o menor dos últimos dez anos
Fonte Saeb/Divulgação
Brasília – Número de professores concursados nas escolas estaduais é o menor dos últimos dez anos – Fonte Saeb/Divulgação

Aprendizagem

O estudo mostra ainda possíveis impactos na aprendizagem dos estudantes. A pesquisa utiliza os dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que medem o desempenho dos estudantes em matemática e língua portuguesa, do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio, etapas que ficam a cargo das redes estaduais.

Em 2019, quando resultados de aprendizagem ainda não tinham sido impactados pela pandemia, os estudantes que tiveram professores temporários no 9º ano obtiveram nota, em média, 3,1 pontos menor em matemática do que os estudantes que tiveram aulas com docentes efetivos. No ensino médio, em 2019, os estudantes que tiveram aulas com professores temporários obtiveram nota, em média, 5,5 pontos menor em matemática e 5,6 pontos menor em língua portuguesa do que os estudantes que tiveram aulas com docentes efetivos.

Os pesquisadores, no entanto, fazem uma ressalva: “É importante frisar que essa análise precisa ser observada com cautela. Ela pode ter vieses, uma vez que outras variáveis não consideradas podem impactar o regime de contratação e a proficiência dos estudantes”, diz o texto.

“Tem uma coisa muito importante na educação, que é a criação de vínculos. A gente precisa disso para uma educação de qualidade. Então, o professor conseguir construir bom vínculo com o aluno, conseguir ter carga horária fixa de 40 horas em uma mesma escola, para ele ter tempo para conhecer os estudantes, trabalhar de forma mais aprofundada. Os professores temporários, em média, têm rotatividade muito maior, porque são temporários e trabalham em mais escolas também”, diz Gontijo.

Desafios

As contratações temporárias dão mais flexibilidade e são menos custosas para os entes federados do que as contratações efetivas, mas elas têm também impactos, tanto para os docentes quanto para os estudantes. Gontijo defende que garantir que concursos públicos sejam feitos de maneira adequada é papel não apenas dos estados e municípios, mas também do governo federal. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei 9.394/1996, prevê que a União “prestará assistência técnica aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios na elaboração de concursos públicos para provimento de cargos dos profissionais da educação”.

“Também há uma agenda do governo federal, que é como o governo federal pode ajudar as redes municipais e estaduais a fazerem mais concursos. Isso, inclusive, está previsto na LDB, que diz que o governo federal deve ajudar as redes de ensino nos processos de ingresso, porque sozinha as redes não estão conseguindo fazer concursos com o tamanho e a frequência adequados. Então, o governo federal tem um papel aqui também de apoiar as redes nos concursos públicos, para ter mais concurso público”, afirma.

Fonte: Agência Brasil

 

           

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Educação

Sistema nacional reunirá informações sobre violência escolar

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Oito meses após a sanção da Lei 14.643/2023, o governo federal iniciou a regulamentação do Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas (Snave) para ampliar a capacidade das ações de prevenção e resposta nos municípios, estados e Distrito Federal. A ferramenta deverá reunir informações que possam auxiliar o sistema educacional no enfrentamento ao problema.

O decreto publicado nesta quinta-feira (25), no Diário Oficial da União, reúne orientações para operacionalização dos Snave por meio dos Ministérios da Educação, dos Direitos Humanos e Cidadania e da Justiça e Segurança Pública. Entre as medidas a serem adotadas estão a criação de protocolo preventivo, identificação e monitoramento de ameaças; capacitação de profissionais de educação; elaboração de planos de resposta a emergências; e sistematização dos registro de ocorrências e das boas práticas de enfrentamento da violência nas escolas.

O Ministério da Educação será o responsável por implementar as capacitações e desenvolver os protocolos em articulação com os entes federados. Da mesma forma, também prestará orientações sobre as leis que tratam do enfrentamento ao bullying e do atendimento de psicologia e serviço social nas escolas.

A norma sugere que a ferramenta a ser criada integre o Sistema Nacional de Informações e de Gestão de Segurança Pública e Defesa Social (Sinesp), existente desde 2012. E junto com a produção e sistematização das informações, também está prevista a prestação de apoio psicossocial às vítimas de violência nas escolas ou em seu entorno, com abordagem multidisciplinar e intersetorialidade conforme a política pública criada em janeiro.

 

Fonte: Agência Brasil

 

 

 

           

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