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E o que é, na minha concepção, ser um membro dessa tão importante associação?
Irei traçar um paralelo do que pensam ser um membro da Associação Cultural Pedra do Reino e o que, de fato, é ser membro, porque há divergência do que é e do que pensam.
Muitas pessoas que não estão inseridas no contexto do movimento da Associação Cultural Pedra do Reino não conhecem a dimensão de fazer parte dessa associação.
Em tempos idos, eu ouvi falar muito da associação, por parte daqueles que desconhecem o grandioso valor dessa associação.
Uns diziam que a associação era um grupo de pessoas da mesma família que não agregava nenhum participante, que não fosse da família Carvalho; outros falavam que a associação era muito partidária; muitos que a associação recebia muito dinheiro; alguns que a associação era intransigente, que seus membros não aceitavam opiniões que divergissem; muitos outros que ninguém podia opinar, porque era um grupo extremamente fechado.
Mas, mesmo de longe, sem fazer parte desse grupo, eu podia vislumbrar que esse grupo, que não era reconhecido por grande parte da população belmontense, trabalhava e muito pelo desenvolvimento da cidade, uma vez que sempre estava preocupado em fazer e disseminar cultura, no seio da sociedade belmontense, levando o nome da cidade além das fronteiras do município, se fazendo conhecer a cada edição da cavalgada, uma vez que São José do Belmonte hoje é conhecida por muitos, além dos muros do município, graças à perseverança daqueles que valorizam esse torrão e não medem esforços para trilhar novos horizontes, sempre norteados e como referência a riqueza cultural do nosso povo sertanejo, buscando valorizar as potencialidades daqueles que primam pela cultura.
Eu admirava a festa da cavalgada à Pedra do Reino e sempre estava presente nos eventos que esse grupo organizava.
E por muitas cavalgadas, eu estava ali presente, prestigiando, confirmando e aplaudindo a garra daqueles jovens que trabalhavam voluntariamente em prol da cultura.
Um certo dia, eu fui convidada a participar de uma reunião no Memorial da Pedra do Reino. Quando eu cheguei à reunião, para surpresa minha, era para oficializar o convite, para que eu fosse membro da Associação Cultural Pedra do Reino. Fiquei muito lisonjeada com o anúncio do convite e na ocasião, eu falei que era muito chata, criteriosa, uma pessoa muito “cri cri”, lembro-me que, na minha fala, eu mencionei que sabia elogiar, mas, também sabia criticar. E indaguei aos membros presentes se eles estavam, de fato, dispostos a me aceitar como membro, porque a partir daquele dia, eu seria um membro que aplaudia quando merecesse, contudo, eu também puxava as orelhas, quando visse algo errado, e por unanimidade, fui aceita.
E com o passar do tempo, eu fui constando as dificuldades enfrentadas pelos membros da Associação Cultural Pedra do Reino. Lembro-me de que, numa certa reunião, alguém falando que era para contribuir com pão e a carne para o cachorro quente, quem seria responsável para angariar isso e aquilo, e eram como umas formiguinhas, cada membro com sua tarefa, e eu perguntei: cadê o dinheiro? Riram e responderam: “ que dinheiro?” Eu falei, oxente e não diziam que a associação era rica?
E fui cada dia vendo a realidade daqueles sonhadores que faziam tudo, para que a festa acontecesse aos trancos e barrancos. Quem está de longe, nem imagina o corre corre das comissões para planejar, organizar e executar todas as atividades que compõem o evento da festa da cavalgada à Pedra do Reino.
E fui me moldando e me adaptando àquela realidade que, sem recursos, aqueles amantes da cultura faziam acontecer a maior e melhor festa cultural, sem recursos financeiros. Pedindo aqui e ali para custear a festa com suas despesas.
Vocês nem imaginam o quanto esses membros correm para realizar essa festa.
Faço parte de algumas comissões que eu mesma fui me integrando, por questão de identidade, afinidade e tempo disponível para executar as tarefas. Faço parte da elaboração, planejamento e realização da gincana cultural, porque acredito que os jovens e as crianças devem conhecer e valorizar a cultura de sua cidade, e só assim teremos a perpetuação daquilo que hoje realizamos.
Integro as comissões da missa, da bênção aos cavaleiros e amazonas, da escolha de rei e rainha da cavalgada, da manhã de sábado com as apresentações culturais, e de apoio ao palco.
E hoje, eu posso afirmar que a Associação Cultural Pedra do Reino é uma família, a gente arenga, discute, diverge, mas, sempre com a certeza de que somos um grupo que almeja melhores dias para a Terra da Pedra do Reino, um grupo que se consolidou ao longo de sua existência, que é responsável pelo maior evento cultural do nosso município. Suas ações e práticas são voltadas essencialmente para que a Terra da Pedra do Reino seja conhecida e valorizada como uma cidade que prima pelo resgate de suas manifestações culturais e históricas, visando sempre melhores dias para o seu povo, no que concerne à valorização de seus munícipes nas mais diversas habilidades artísticas. Procurando cada vez mais resgatar os valores e manifestações culturais que permeiam os costumes e as histórias populares.
A Associação Cultural Pedra do Reino não é uma associação da família Carvalho, e sim, das famílias Silva, Santos, Cavalcanti de Araújo, Almeida Novaes, Meneses dos Santos, Gomes Leal, Nunes de Barros, Nunes de Sá, Cavalcantes de Moura, Moura Nogueira, Neves, Menezes, Magalhães, Oliveira Barros, Moraes, Fonseca, Calllou, Marques de Lima, Ferreira, Guimarães Xavier do Carmo, Ribeiro, Lima, Pereira, Severo, Lopes de Carvalho, Novaes Barros, Alves de Moura, Barros Alves, Alves Gondim, Rodrigues, Matias, Gomes de Carvalho e de todas aquelas que abraçam a cultura e faz da festa da Cavalgada à Pedra do Reino uma festa de reencontro, de cultura, de arte, das famílias belmontenses, daqueles que nos visitam, dos que estudam e são amantes da história e da literatura, enfim, a Associação Cultural Pedra do Reino somos todos nós que torcemos, aplaudimos e resgatamos a essência do ser socio-histórico-cultural que está intrínseco em cada um de nós.
Este ano, excepcionalmente, não realizaremos a nossa cavalgada à pedra do reino, como de costume, por força da pandemia causada pelo coronavírus que assola o mundo inteiro, mas, seguimos confiantes na misericórdia divina e que em 2021, estaremos fazendo o que a Associação Cultural Pedra do Reino sabe fazer de melhor, a cavalhada e a cavalgada.
Viva a nossa cavalhada!
Viva a nossa cavalgada!
Viva a Associação Cultural Pedra do Reino!
Viva a Cultura!
Viva a Terra da Pedra do Reino!
Não está sendo fácil. Mas, vamos vencer, se Deus quiser. E mais e mais cavalgadas iremos participar.
Fiquemos em casa!
Usem máscaras!
Por Iêda Maria de Araújo Nogueira – Membro da ACPR
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