O nome de Hamilton Mourão tampouco havia sido mencionado por Bolsonaro como opção durante a entrevista concedida à GloboNewsna última sexta (3).
Intervenção militar e elogios a Ustra
Antonio Hamilton Martins Mourão é gaúcho de Porto Alegre, tem 64 anos. Entrou para o Exército em 1972 e ficou na ativa até fevereiro de 2018.
Ele ganhou notoriedade em outubro de 2015, quando estava no Comando Militar do Sul e fez críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff. Em uma palestra no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) em Porto Alegre, o general afirmou que era preciso um “despertar para a luta patriótica”.
No dia 20 de outubro daquele ano, a frase foi publicada em reportagem da Folha de S. Paulo – parte da palestra já havia sido relatada pelo jornalista Tulio Milman, no jornal Zero Hora.
Em entrevista ao G1, Mourão confirmou ter dito a frase durante a palestra, mas explicou que não se tratava de uma convocação. Segundo ele, a “luta patriótica” a que se referiu é o “esforço e empenho de todos os patriotas no sentido de sobrepujar a crise”.
Nove dias depois, o Exército Brasileiro anunciou sua exoneração do cargo de comandante das tropas na região Sul e o transferiu para assumir uma posição na Secretaria de Economia e Finanças do Exército. O Exército não informou o motivo da exoneração.
Mourão permaneceu na Secretaria de Economia e Finanças até o dia 9 de dezembro de 2017, quando foi destituído e transferido para a secretaria geral do Exército, sem função específica.
Na véspera, durante uma palestra no Clube do Exército, em Brasília, o militar havia comparado o governo Temer a um “balcão de negócios”.
Dois meses antes, em setembro de 2017, ele sugeriu uma intervenção militar diante da crise política no Brasil. Naquele momento, o presidente Michel Temer havia sido denunciado pela segunda vez pela Procuradoria-Geral da República.