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Brasil

Com desemprego crescente, aumentam relatos de golpes com vagas falsas: ‘Tentam tirar proveito da angústia alheia’

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Rebeca* atendeu ao telefone e ouviu o que mais esperava: “Temos uma vaga com o seu perfil”.

A proposta era um cargo de gerente, em que ganharia quase R$ 30 mil.

Tinha cara de emprego dos sonhos, diz ela. “Mas em 10 ou 15 minutos de conversa, no dia seguinte na agência, percebi que era um golpe.”

Ela não é a única a contar essa história.

O número de pessoas em busca de vaga no Brasil aumentou 10,2% no primeiro trimestre do ano e soma agora 13,4 milhões de trabalhadores, segundo números divulgados no fim de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É uma fila que, na medida em que crescia, também via se multiplicarem acusações e indícios de vagas falsas e de outros artifícios lançados para enganar desempregados e tirar dinheiro deles no país. O quadro é apontado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), pelo Procon-SP e pelo site de defesa do consumidor Reclame Aqui – e confirmado por analistas.

“Infelizmente, são situações que se repetem, fruto da ação inescrupulosa de pessoas que tentam tirar proveito da angústia alheia, derivada do desemprego ou aspiração de tantos outros que desejam um progresso profissional”, diz o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Brasil), Paulo Sardinha. “As práticas consideradas desonestas”, afirma, “são executadas por uma minoria”, mas os candidatos devem ter cuidado.

Iscas

Em São Paulo, o promotor de Justiça do Consumidor, Luiz Ambra, diz que o Ministério Público começou a investigar “um grupo de pessoas que estaria usando diferentes nomes no mercado para anunciar vagas nos jornais, atrair interessados com promessas de emprego que não existem e exigir que eles façam pagamentos”. “Existem evidências muito fortes dessa prática.”

Ambra relatou que uma das vítimas ouvidas na investigação disse ter sido atraída por anúncios de vagas para auxiliar de produção e estoquista.

Ao chegar ao local, teria visto 40 pessoas esperando entrevista. A agência, segundo ele, afirmou ao candidato que as vagas já estavam preenchidas, mas que havia outras duas – com salários entre R$ 800 e R$ 1.490 mais benefícios.

“Ele (a vítima) teria mostrado interesse por esta última. A empresa então teria sinalizado que estava tudo certo, que iria ter um treinamento, mas que ele ia ser contratado e só precisaria arcar com o custo do uniforme.”

O valor, R$ 390, seria descontado do primeiro salário, mas o convenceram a antecipar com o cartão de crédito. A estratégia teria sido a mesma usada com outros candidatos.

“Depois de efetuado o pagamento, quando vão assinar o contrato, verificam que não tem nada daquilo que haviam acertado – que a empresa só se compromete a prepará-los para entrevistas. Ela também diz que o uniforme está esgotado.”

Essa vítima contou em depoimento que conversou com outros trabalhadores que tinham participado de seleções na agência – e que teriam percebido que as propostas eram falsas.

Duas pessoas já ouvidas teriam conseguido bloquear seus cartões de crédito para evitar os pagamentos. Outras, não.

A investigação, segundo Ambra, foi desencadeada por queixas que os trabalhadores registraram no Procon e em sites de defesa do consumidor.

Segundo o Reclame Aqui, 30% das 4.872 queixas registradas no primeiro trimestre de 2019 contra agências de emprego e recrutamento trazem acusações de cobranças indevidas e vagas falsas. A cifra representa um aumento de 11,3% em relação aos três primeiros meses de 2017, e 2,4% ante igual período de 2018.

“Muita gente acaba deixando de denunciar por vergonha ou falta de informação de como proceder. E infelizmente, talvez ocorram mais casos do que aqueles que são registrados”, diz o dirigente da ABRH-Brasil, ressaltando que as denúncias também podem ser feitas de forma anônima à polícia e em outros órgãos.

A Coordenadoria Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho, do Ministério Público do Trabalho (MPT), apontou a existência de ações em Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rondônia.

Os casos envolvem empresas que, segundo a Procuradoria, cobravam taxas de candidatos para encaminhá-los a entrevistas ou vagas de emprego ou atuavam, por exemplo, usando promessas de vagas como isca para vender cursos e treinamentos – mas após a assinatura do contrato alegavam aos clientes que a vaga dependeria do desempenho do aluno.

‘Colocam um monte de defeitos no seu currículo’

Rebeca, a personagem citada no início desta reportagem, teme que seu episódio atrapalhe outras seleções de que participa – por isso, a BBC News Brasil decidiu não revelar seu nome verdadeiro nem o da empresa.

A paulista de 37 anos atuou como gerente de marketing de uma multinacional até dezembro. Ela conta que foi desligada do cargo após uma mudança no modelo de negócio da companhia, e essa seria a sua sexta entrevista.

A profissional conta que não pesquisou previamente sobre a empresa, mas que ficou “desconfiada” quando recebeu a ligação.

“A mulher disse que era de uma empresa de recolocação, que tinha visto o meu currículo e perguntou se eu poderia comparecer no dia seguinte para ouvir a proposta.”

“Como eu já tinha recebido ligações desse tipo, liguei de volta para perguntar se tinham mesmo uma vaga. E ela confirmou que era uma oferta real.”

Ao chegar à agência, ela conta que acabou sendo pressionada a pagar R$ 5.000 por serviços que não sabia que seriam oferecidos. O valor seria para a empresa revisar seu currículo, buscar outras vagas para ela no mercado e lhe renderia, de bônus, um serviço de coaching para prepará-la para entrevistas.

“Eles falam que têm uma vaga totalmente compatível com o seu perfil, mas não têm. É só para lhe atrair”, diz ela.

“No meio da conversa eles colocam um monte de defeitos no seu currículo, dizem que do jeito que está não conseguem mandar para a empresa, que ele vai ser rejeitado, e aí tentam vender o serviço”.

O valor teria de ser pago à vista ou em até seis vezes.

“Se eu fosse contratada, eles pediriam ainda 25% dos meus três primeiros salários”.

Pressão

“A pessoa simula uma entrevista, tenta tirar informações de você, como o cargo que você está querendo, quanto você quer ganhar, e aí pega o gancho para fazer a proposta”, detalha Rebeca.

“Fazem muita pressão psicológica para você fechar na hora, dizem que a cada dia que você está fora do mercado vai perdendo valor, como um carro que saiu da concessionária e está valendo 20% menos.”

Ela já havia sido alertada sobre esse tipo de investida por uma empresa de RH que lhe presta assessoria para recolocação profissional – um serviço incluído no pacote de desligamento que acertou no antigo emprego, por ocupar cargo de executiva.

“Minha consultora também me disse que nenhuma empresa séria, idônea, que está fazendo um processo seletivo, vai cobrar do candidato para fazer recrutamento. Quem paga é a empresa que está contratando, não é o candidato. Eu tive sorte de estar preparada.”

Rebeca saiu do escritório sem contratar qualquer serviço. Disse que iria analisar, e respondeu por e-mail que não estava interessada. Só depois ela viu, na internet, postagens de outros candidatos com histórias parecidas.

Em uma das queixas publicadas recentemente no site Reclame Aqui, o internauta diz que recebeu uma ligação da mesma empresa em dezembro, a respeito de uma vaga para ganhar R$ 12 mil. “Mas era mentira, a intenção era apenas me vender pacotes de consultoria em coaching”, afirma.

“Brincam com nossos sonhos”

Também neste ano, uma usuária do site se disse “indignada” com uma “falsa promessa de emprego” de outra agência. O foco eram vagas de camareira.

Ela encontrou o anúncio publicado no jornal “propondo início imediato e que davam o treinamento”.

Ao ligar em busca de detalhes, a atendente teria lhe dito que a empresa presta serviços para várias redes de hoteis e que o treinamento custaria R$ 300.

“Mas ela garantiu que dentro de um mês eu estaria no mercado, pois os hoteis só contratavam através deles”. O caso teria ocorrido em julho de 2018. E o pagamento integral era apontado como pré-requisito para ter o currículo divulgado.

“Eu peguei dinheiro emprestado para fazer”.

Cinco meses depois, quando fez o post com a queixa, a candidata afirmava que continuava desempregada, que não havia recebido sequer uma ligação para entrevistas e que ninguém da “turma grande” que fez o treinamento com ela havia sido empregado.

Os candidatos teriam criado um grupo no WhatsApp para acompanhar o caso. “Estou divulgando, pois os anúncios continuam, dessa e de outras que prometem emprego e brincam com nossos sonhos. Por favor, não caiam nessa”, diz ela.

“Eu ainda tenho o jornal com o anúncio”.

Paulo Sardinha, da ABRH-Brasil, afirma que esse tipo de situação “sugere um golpe”.

“A irregularidade consiste em simular a existência de vaga para cobrar por um serviço e induzir o interessado a erro.”

‘Cobrança não é permitida’

Em uma das ações ajuizadas pelo MPT em 2018, na Bahia, a juíza substituta da 2ª Vara do Trabalho de Feira de Santana, Maria Fernandes Maciel Prado de Oliveira, ressalta que a atividade de agenciamento de empregos não é regulamentada no Brasil. Não existe lei permitindo a cobrança de valores para que o candidato seja empregado, observa ela. Por enquanto, também não existe contra.

Mas os procuradores do MPT sustentam – e alguns juízes, como ela, têm acatado – que “o procedimento fere princípios e normas constitucionais e internacionais”, como a Convenção 181 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que “prevê a impossibilidade de as agências cobrarem dos trabalhadores encargos sobre os seus serviços”.

Um projeto de lei de autoria do deputado Nilto Tatto (PT-SP), desarquivado em fevereiro para votações na Câmara dos Deputados, também quer proibir agências de cobrar taxas para cadastro de currículo no banco de dados ou inscrição em processo seletivo.

A agência ré no caso da Bahia é acusada de cobrar R$ 10 para cadastro de currículo e, ainda, a retenção de 30% do primeiro salário do candidato – prática que, no entendimento da juíza, “é vedada” e que “viola a proteção ao salário do trabalhador, o valor social do trabalho, a garantia de livre acesso do empregado ao mercado de trabalho face a livre iniciativa e até a dignidade da pessoa humana”.

Decisões favoráveis ao trabalhador nesse tipo de ação podem ir desde obrigar a empresa a parar as cobranças, sob pena de multa, até punições como reparação de danos morais coletivos e prisão, se estiver na esfera criminal.

‘Deve-se desconfiar’

Mas e se o telefone do trabalhador toca e alguém diz ter uma vaga com o perfil dele, o que ele faz?

“Deve desconfiar!”, dizem os dirigentes da ABRH, entidade filiada à Federação Mundial de Associações de Gestão de Pessoas, que reúne mais de 660 mil profissionais de RH distribuídos em mais de 90 países.

“Isso sugere ser uma prática desonesta ou, pelo menos, pouco profissional. Quando sugerem que a vaga encaixa exatamente com o perfil do candidato, sem ele nem mesmo ter participado de um processo seletivo da empresa ou, por exemplo, baseado em seu perfil do LinkedIn, não faz muito sentido”, avalia.

Uma abordagem correta, acrescenta, seria o profissional dizer qual empresa representa, a vaga ou oportunidade que está trabalhando e que gostaria de marcar uma entrevista para avaliar a aderência do candidato a esta vaga.

A empresa também deveria mencionar como chegou até ele, informando de quem recebeu a indicação ou currículo.

A recomendação, segundo a ABRH, é que a pessoa verifique em sites e órgãos de proteção ao consumidor se profissionais e empresas que dizem prestar tais serviços são alvos de reclamações, como as solucionaram e se estão envolvidos em procedimentos de investigação e denúncias.

Empresas abertas recentemente e com pouco ou nenhum histórico de prestação de serviços devem ser avaliadas cuidadosamente, diz ainda. “Cuidado também com consultorias que se dizem vinculadas a instituições, com a nítida intenção de tentar aparentar credibilidade”.

“A regra geral”, diz o presidente da Associação, “é que pedido de pagamento antecipado em troca de vagas de emprego existentes sugere golpe. E cobrança de parcela dos salários é desprovida de ética”.

Os dirigentes da ABRH acrescentam que a prestação de serviços que visam orientar pessoas na melhoria de currículos, comunicação pessoal, preparação apropriada para entrevistas e outras do tipo não é proibida no Brasil e pode ser remunerada.

“O que não pode é associar essa prestação de serviço à oferta de vaga de emprego”, dizem eles, confirmando que “via de regra, as consultorias são remuneradas pela empresa que possui as vagas, não cabendo nenhuma forma de cobrança aos candidatos”.

‘Promessas mirabolantes’

O diretor-executivo do Procon-SP, Fernando Capez, complementa que “promessas mirabolantes” – como salários muito acima da média – são sinais de alerta e que é preciso cuidado redobrado com empresas que garantem vaga”.

“Com o desemprego alto, aumenta o desespero das pessoas e é mais fácil cair nesse tipo de golpe”, diz ele.

Diante de eventuais reclamações dos candidatos, o Procon pede explicações à empresa e investiga o caso. “Se houver mentira envolvida, além de ser caso de Procon é caso de polícia porque se trata de estelionato”, observa Capez.

O diretor ressalta que “o consumidor deve estar atento tanto ao anúncio de emprego quanto a um eventual contrato, se concordar em assiná-lo”. É possível levá-lo ao Procon antes para checar se há irregularidades.

“As partes podem assinar contratos, desde que seja às claras. O que não pode haver é mentira”.

Apesar de não ter feito uma denúncia formal, Rebeca tem alertado outros profissionais pelo WhatsApp.

“Quantas pessoas não caem nessa armadilha?”, pergunta. 

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Brasil

Local de prova do concurso unificado será divulgado hoje, às 10h

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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) disponibiliza, nesta quinta-feira (25), às 10h, o Cartão de Confirmação de Inscrição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). O documento traz, entre outras informações, local de prova, número de inscrição, data, hora das provas em 5 de maio e se a pessoa inscrita terá direito a atendimento especializado ou tratamento pelo nome social, caso solicitado previamente.

O Cartão de Confirmação de Inscrição estará disponível na Área do Candidato, no mesmo site em que a pessoa fez a inscrição. Para acessar, é preciso fazer login com os dados da conta do portal do governo federal, o Gov.br .

Apesar de não ser obrigatório, o Ministério da Gestão recomenda levar o cartão impresso no dia das prova do chamado Enem dos Concursos, junto com o documento de identidade original com foto, conforme mencionado no edital. Não serão aceitas cópias – mesmo que autenticadas.

>> Clique aqui e saiba o que o candidato pode e não pode levar no dia do exame.

Os portões serão abertos aos candidatos às 7h30 (horário de Brasília), para as provas do período matutino. Já no período vespertino, os portões abrirão às 13h (horário de Brasília).

>> Clique aqui e confira mais informações sobre os horários e tempo de duração das provas.

Verificação

O candidato deve verificar se todas as informações sobre a inscrição estão corretas, como município indicado pelo candidato no ato de inscrição do certame.

O Ministério da Gestão avisa que, se houver qualquer tipo de erro ou se o local de aplicação da prova for muito distante da residência do candidato, é preciso entrar em contato com a Fundação Cesgranrio (telefone: 0800 701 2028), organizadora do concurso, com brevidade, e pedir a correção do que for necessário.

 “É possível o candidato solicitar a correção do cartão de confirmação, de acordo com o que ele fez no ato da inscrição, mas não é possível pedir para mudar de cidade agora. O que vale é o que foi declarado no ato da inscrição”, esclarece o coordenador-geral de logística do CPNU, Alexandre Retamal.

Entre os dias 25 de abril e 4 de maio, véspera do concurso, a Cesgranrio prestará atendimento aos candidatos com dúvidas sobre os locais de provas, vagas reservadas ou tratamento diferenciado durante a aplicação das avaliações, entre outras situações.

Fonte: Agência Brasil

 

 

           

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Ministério da Justiça cobra da Gol explicações sobre morte de cachorro em voo

A Senacon deu dois dias de prazo, que se encerra nesta quinta-feira (25), para a resposta sobre o caso.

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A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou na terça-feira (23) a Gol Linhas Aérea S.A. para que a companhia preste esclarecimentos sobre a denúncia da morte de um cachorro da raça golden retriever, Joca, em transporte aéreo na segunda-feira (22). A pasta deu dois dias de prazo, que se encerra nesta quinta-feira (25), para a resposta.

Um dos esclarecimentos solicitados diz respeito à metodologia e política de transporte de animais pela companhia, além de informações sobre os procedimentos de reparação no caso atual.

“Uma situação dessa necessita apuração em detalhes e não pode passar em branco. Não podemos aceitar que tais situações continuem acontecendo”, afirmou o secretário nacional do consumidor, Wadih Damous.

Na notificação, a Senacon destaca que sua função é zelar pela proteção e exercício dos direitos dos consumidores, de acordo com os princípios, direitos e garantias previstos no Código de Defesa do Consumidor, em especial o princípio da vulnerabilidade.

A secretaria também informou que solicitará à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sua participação em todos os procedimentos que estão sendo tomados pela agência em relação ao caso.

Segundo a Senacon, a Anac não faz a regulação do transporte aéreo de animais, exceto o de cão-guia, cuja norma assegura que o animal seja colocado na cabine junto ao passageiro com visão comprometida.

“Cada empresa aérea possui uma regra de transporte que especifica o tamanho e o peso para o animal viajar na cabine ou no compartimento de carga do avião. As empresas devem informar, previamente, as suas normas e as condições necessárias ao transporte garantindo segurança aos passageiros, tripulantes e ao próprio animal”, destaca a Senacon.

No caso mais recente, Joca tinha 4 anos de idade e viajaria de São Paulo (Aeroporto de Guarulhos) para Sinop, em Mato Grosso, junto do seu tutor, João Fantazzini. Por ser um cachorro de 47 kg e de grande porte, não pôde ir embaixo do assento à frente e precisou ser despachado numa caixa adequada, indo no porão junto às malas dos passageiros.

Ao chegar em Mato Grosso, porém, João foi informado de que o seu cachorro não havia viajado no mesmo voo que ele e estava em Fortaleza, cidade 2.082 km distante.

O tutor chegou a receber imagens e vídeos do cachorro no Ceará, com água sendo fornecida pelos funcionários da companhia aérea no Aeroporto Internacional de Fortaleza. Como Joca teria que ir para Guarulhos antes de ser finalmente enviado para Sinop, João optou por voltar para São Paulo para encontrar o animal.

Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, ele notou que seu cachorro estava desmaiado e muito molhado, provavelmente em decorrência de suor excessivo, e que estava já sem sinais vitais.

A morte do Joca foi constatada por uma veterinária, que deu laudo de “parada cardiorrespiratória com causa ainda a ser esclarecida”.

A Gol lamentou o ocorrido, atribuiu o desvio de rota do animal a uma falha operacional e disse que foi surpreendida pelo falecimento do animal.

Na terça, a empresa anunciou a suspensão por 30 dias da venda do serviço de transporte de cães e gatos nos porões das aeronaves. De acordo com o comunicado da empresa, a medida não afeta quem leva os animais de estimação na cabine.

A Gol afirma que a suspensão, que começou nesta quarta-feira (24) e vai até 23 de maio, servirá para que a empresa se dedique totalmente a concluir a apuração sobre o caso do golden retriever.

Não é o primeiro caso de problemas da companhia aérea com cachorros despachados em suas aeronaves. Em 2021 a cachorra Pandora sumiu numa conexão no Aeroporto de Guarulhos, sendo encontrada apenas 40 dias depois. Por causa disso, a companhia aérea chegou a suspender o embarque de animais no porão, que foi retomado vários meses depois.

Foto Shutterstock

Por Folhapress

           

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Google proíbe impulsionamento de conteúdo político para as eleições de 2024 no Brasil

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O Google vai proibir a veiculação de anúncios políticos no Brasil nas eleições municipais de 2024. A decisão foi tomada após a atualização das regras para impulsionamento de propaganda eleitoral feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro.

Em nota, a empresa afirma que vai atualizar sua política de conteúdo político do Google Ads “para não mais permitir a veiculação de anúncios políticos no país”.

“Essa atualização acontecerá em maio tendo em vista a entrada em vigor das resoluções eleitorais para 2024. Temos o compromisso global de apoiar a integridade das eleições e continuaremos a dialogar com autoridades em relação a este assunto”, diz a empresa.

A resolução 23.732, que altera as regras sobre propaganda eleitoral aprovadas pela Justiça Eleitoral em 2019, traz uma definição de “conteúdo político-eleitoral” considerada ampla demais pelo Google. Para o TSE, esse tipo de propaganda é toda aquela que “versar sobre eleições, partidos políticos, federações e coligações, cargos eletivos, pessoas detentoras de cargos eletivos, pessoas candidatas, propostas de governo, projetos de lei, exercício do direito ao voto e de outros direitos políticos ou matérias relacionadas ao processo eleitoral”.

A Justiça Eleitoral exige que as plataformas digitais que oferecerem esse tipo de serviço de impulsionamento de conteúdo eleitoral precisam manter um repositório dos anúncios “para acompanhamento, em tempo real, do conteúdo, dos valores, dos responsáveis pelo pagamento e das características dos grupos populacionais que compõem a audiência (perfilamento) da publicidade contratada”.

As empresas também devem disponibilizar uma ferramenta de consulta, “acessível e de fácil manejo, que permita realizar busca avançada nos dados do repositório” a partir de palavras-chave e nome dos anunciantes, por exemplo.

O Tribunal também proíbe a priorização paga de conteúdo que promova propaganda negativa (de outros candidatos) ou “difunda dados falsos, notícias fraudulentas ou fatos notoriamente inverídicos ou gravemente descontextualizados, ainda que benéficas à usuária ou a usuário responsável pelo impulsionamento”.

As medidas previstas pelo TSE deverem ser implementadas em até 60 dias da entrada em vigor da norma, no caso de plataformas que já oferecessem o serviço de impulsionamento de anúncios, e valem até para anos não eleitorais.

O Google, controlado pela Alphabet, que registrou um lucro líquido de US$ 73,79 bilhões em 2023 (alta de 23% em relação ao ano anterior), avalia que seria inviável moderar tantos anúncios numa eleição que ocorrerá em mais de 5 mil municípios. Também teme que a amplitude do conceito traga insegurança para a moderação.

Em 2020, ano em que as eleições municipais foram marcadas pelo curto período de campanha e pelas restrições impostas pela pandemia, O GLOBO levantou que os candidatos tinham gastado R$ 36 milhões em impulsionamentos de conteúdos na internet para aquele pleito.

Os maiores valores com impulsionamento de conteúdo político na internet foram gastos com três empresas: Facebook, que também administra o Instagram; Adyen, fintech responsável pelo sistema de pagamentos da plataforma, e o Google.

Já em 2022, políticos gastaram quase R$ 127 milhões com publicidade no Google, segundo relatório da própria empresa. Foram 53.482 anúncios veiculados nas plataformas da big tech entre o início daquele ano e a data do segundo turno da eleição presidencial. A campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro foi a que mais gastou naquele ano (R$ 28,7 milhões), seguida pela de Lula, que desembolsou R$ 22,8 milhões no Google e YouTube.

Entenda o Google Ads

O que é — serviço do Google que permite a publicação de anúncios nas ferramentas da big tech, como o buscador na internet, o YouTube, o Gmail e o Google Maps.

Como funciona — o anunciante informa seu objetivo, cria um anúncio e define seu público-alvo e orçamento. O Google, então, recomenda palavras-chave relacionadas com aquela campanha e exibe a propaganda sempre que alguém que se enquadre no perfil indicado faça buscas que contenham algum dos termos relacionados.

Como aparece — são diversos os modelos de anúncios veiculados nas plataformas do Google, que são classificados pela empresa como “texto”, “vídeo” ou “gráfico”, sempre acompanhados da palavra “Patrocinado”. Em 2022, por exemplo, Lula impulsionou link de uma página com o título “A inocência de Lula”. Já Bolsonaro promoveu vídeo em que o ex-ministro Paulo Guedes responde “O que será feito pelo povo mais vulnerável?”

Por O Globo

           

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