Foto: Ilustrativa
O presidente da CUT de Pernambuco, Carlos Veras, comemorou o resultado da greve geral no estado, na tarde deste sábado (29). Segundo ele, Pernambuco realizou o maior ato público do Brasil, com cerca de 200 mil manifestantes nas ruas. Os números foram superiores aos de São Paulo – 70 mil – estado que tem o maior colégio eleitoral do país. O evento começou na Praça do Derby a partir das 14h da tarde de ontem e se estendeu até cerca de 19h30. A passeata seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista, que ficou nos trends tópicos do Twitter, e terminou na Avenida Guararapes. Os protestos no Brasil e no estado foram contra as reformas trabalhista e da Previdência. A primeira foi aprovada na Câmara dos Deputados na última quarta-feira. A segunda está em tramitação no Congresso. O governo Michel Temer, inclusive, acredita ter avançado nas negociações de bastidores para votar a reforma da Previdência. Os deputados, contudo, não querem declarar o voto antecipadamente com receio de pressões da sociedade. “Foi um dia para entrar para a história”, comemorou Veras. “Pernambuco tem uma tradição de luta desde a época das Ligas Camponesas. Aqui no estado, desde a época de enfrentamento ao golpe (contra Dilma), realizamos um dos maiores atos, tanto em defesa da democracia como em defesa dos direitos dos trabalhadores, isso reconhecido no Brasil inteiro”, completou.
A força da manifestação, segundo as centrais sindicais, cresceu após a aprovação da reforma trabalhista, que retira direitos históricos do trabalhador e muda mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho. De Pernambuco, 16 deputados votaram a favor e 8 votaram contra, sendo a maioria alvo dos protestos na tarde de ontem. Os ministros Bruno Araújo (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e Fernando Filho (PSB) pediram exoneração do cargo, momentaneamente, para votar a favor da reforma. “O nosso povo está aquecido e aguerrido, por isso ontem foi possível realizar esse ato e entrar para a História, porque Pernambuco parou, do Sertão ao litoral. Somente em Petrolina, mais de 10 mil pessoas fizeram um ato na ponte que liga o município a Juazeiro (BA)”.
O objetivo das centrais sindicais, agora, é impedir que reforma trabalhista seja aprovada da forma como está pelo Senado. Na luta, estão duas entidades que foram a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, respectivamente a Força Sindical e a CUT. O maior argumento que os aliados de Temer tem levado às ruas é que os sindicatos estão mobilizando a sociedade porque a reforma trabalhista retira a obrigatoriedade do imposto sindical. Mas eles rebatem e citam outros argumentos, como o trabalho intermitente, a permissão para grávidas trabalharem em ambiente insalubre, e a realização de acordos entre trabalhadores e empresários com poderes acima da lei.
DP – Por Aline Moura
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