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Política

Damares emperra orçamento de pasta

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É no Twitter, onde tem 1,1 milhão de seguidores, e no Instagram, com 1,6 milhão, que a pastora Damares, de 56 anos, mostra força

Amorte da juíza norte-americana Ruth Bader Ginsburg, aos 87 anos, comoveu o mundo. Precursora e ícone da luta pelos direitos iguais de homens e mulheres, ela foi citada por lideranças políticas e sociais e teve silhuetas e acessórios, como colares e golas adornando a toga preta, reproduzidos nas redes sociais. Sem sintonia com a agenda ideológica do governo brasileiro, a magistrada não mereceu nem citação nas mídias digitais de Damares Alves, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

É no Twitter, onde tem 1,1 milhão de seguidores, e no Instagram, com 1,6 milhão, que a pastora Damares, de 56 anos, mostra força. Com o silêncio estratégico do chamado “gabinete do ódio”, grupo liderado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), ela viu aumentar seu espaço no governo, aglutinando o núcleo ideológico e a pauta conservadora. Ganhou ainda mais projeção nessa área em junho, quando Abraham Weintraub, dono de um discurso radical, foi demitido da Educação.

Meses antes, em abril, a saída do ministro da Justiça, Sérgio Moro, abriu caminho para Damares se tornar o nome mais popular do primeiro escalão nas redes sociais. Paulo Guedes, da Economia, não tem conta nos blogs pessoais. O pico de crescimento no Twitter ocorreu no mês da queda de Moro, quando ela ganhou quase 129 mil seguidores. A ascensão coincide com as mudanças de rumo do presidente Jair Bolsonaro, que, entre os recuos, deixou de atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) – a Corte havia mandado a Polícia Federal investigar integrantes do “gabinete do ódio”.

De olho na governabilidade e na reeleição, em 2022, Bolsonaro adotou um discurso moderado, em sintonia com o eleitorado de menor poder aquisitivo, e se aproximou do Centrão, grupo de partidos que antes ele chamava de “velha política”.

Verbo

Damares lidera uma pasta que, na Esplanada, foi apelidada como “Ministério do Verbo”. Em outras palavras, sem verba, comparada a outras de orçamentos bilionários.

A popularidade e os convites frequentes para participar das “lives” semanais com Bolsonaro, porém, contrastam com números de sua administração. Em 2019 e neste ano, a ministra enfrentou problemas para entregar resultados concretos. Os recursos da Casa da Mulher Brasileira, de atendimento a vítimas de violência doméstica, ainda não foram desembolsados. São R$ 19 milhões, referentes ao ano passado.

O orçamento extraordinário aberto por causa da pandemia do coronavírus rendeu mais R$ 211 milhões a Damares. Mas ela só gastou R$ 44 milhões, o equivalente a 21%. Aproximadamente R$ 160 milhões estão parados há quase três meses, embora a ministra alardeie nas redes que o dinheiro vem sendo investido. A cifra foi destinada como ajuda emergencial a asilos, em junho, mas nenhum centavo ainda foi repassado.

A previsão de orçamento em 2021 tem redução de R$ 43 milhões. Atualmente, dos R$ 853 milhões disponíveis, Damares só começou a executar de fato 37%. Não houve movimentação no dinheiro reservado para comunidades remanescentes de quilombolas e indenização a parentes de mortos e desaparecidos políticos.

Nos últimos dois anos, o ministério comandado por Damares recebeu projetos de R$ 204 milhões em emendas parlamentares individuais, de deputados e senadores, com pagamento obrigatório. Até agora, só desembolsou R$ 8,7 milhões, o equivalente a 4%. O partido que mais indicou emendas foi o PT. Os mais atendidos, porém, foram políticos do PSL (R$ 2 milhões), PL (R$ 1,26 milhão) e Republicanos (R$ 1,25 milhão).

Importante ativo político, a doação de equipamentos a conselhos tutelares e a instituições de idosos, por exemplo, entrou na mira do Tribunal de Contas da União. A Corte encontrou falhas na distribuição dos kits e interferências de congressistas para favorecer seus redutos. Técnicos do TCU viram brechas para que a doação dos kits fosse desvirtuada para “fins eleitoreiros”.

Damares tinha como meta equipar mais de 300 conselhos tutelares neste ano. O dinheiro público destinado por deputados e senadores banca a compra e a distribuição de kits, ao custo de R$ 120 mil cada. Incluiu carro ou barco, computador, impressora, refrigerador, bebedouro, cadeirinha automotiva, smart TV, ar-condicionado portátil e aparelhos celulares.

Holofotes

A ministra também mostrou tino para os holofotes e a polêmica. De início, lançou a frase “menino veste azul e menina veste rosa”, ao associar cores aos gêneros masculino e feminino. Ao assumir temporariamente a Fundação Nacional do Índio (Funai), foi ao Aeroporto de Goiânia denunciar má gestão de uma combalida frota aérea do órgão. Ela e Bolsonaro gravaram vídeos. “Isso é um retrato da vergonha que era a Funai no passado. Vou ter que pagar de aluguel milhões, e a aeronave está avaliada em R$ 1 mil no leilão. Absurdo”, disse Damares, gesticulando para a câmera.

Uma inspeção do TCU concluiu, no mês passado, que o descalabro se arrastava por quase três décadas e não era cabível punir ninguém. Restou uma dívida de R$ 1,1 milhão com hangares.

No comando de cerca de mil pessoas, Damares tem procurado se desvencilhar de nomes de radicais. A Polícia Federal apura se nomeações na pasta eram uma forma de financiar a atividade criminosa de militantes. A ministra demitiu a então secretária nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial Sandra Terena, mulher do ativista conservador Oswaldo Eustáquio, um dos alvos da investigação por atos antidemocráticos.

Sandra Terena disse que Damares alegou necessidade de se afastar da imagem de Eustáquio. Antes de deixar o cargo, a então assessora apresentou denúncia de malversação de recursos em repasses a uma ONG. Damares já havia exonerado outra ativista associada ao extremismo, Sara Winter, que chegou a ser presa.

Além dos militantes, a ministra montou uma equipe de confiança com nomes do conservadorismo cristão, como a advogada católica Angela Gandra, filha do jurista Ives Gandra Martins, e Ellen Schelb, mulher do procurador Guilherme Schelb, da Comunidade das Nações. Pastor da Igreja Batista Cristã de Brasília e ex-dirigente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Sergio Luiz Cury Carazza também passou por cargos na cúpula do ministério.

Nos bastidores do Palácio do Planalto, um nome evangélico é visto como possibilidade para compor a chapa de Bolsonaro na disputa pela reeleição, em 2022. O vice Hamilton Mourão não tem presença garantida ao lado do presidente. Hoje, porém, Damares não está no páreo e seu desempenho na pasta é considerado um obstáculo a voos mais altos. Incentivadora do engajamento político de mulheres, a ministra sempre negou ter planos eleitorais. Procurada pelo Estadão, ela não quis se manifestar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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Política

Relação dos deputados com o governo ‘voltou à normalidade’, afirma Lira

Lira disse também que o colégio de líderes errou na discussão do projeto de lei que equipara aborto após a 22ª semana a crime de homicídio.

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Em entrevista à GloboNews, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) falou sobre a relação que mantém com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Mesmo com todos os percalços, ele disse que a relação dos deputados com o governo “voltou à normalidade”. “Eu mal falo com – e da – articulação política do governo. Quando me posicionei, foi porque o clima estava chegando em um nível que eu fazia a seguinte análise: um presidente da Câmara que veio de uma posição antagônica, que dá o apoiou que eu dou a um governo que precisa de uma maioria que não tem, e o tempo todo é vítima de matérias mentirosas, fake news plantadas por quem não deve? A articulação estava do avesso.”

O presidente da Câmara disse também que o colégio de líderes errou na discussão do projeto de lei que equipara aborto após a 22ª semana a crime de homicídio, destacando: “A única coisa que acontece com um projeto que tramita em urgência é ele sair da discussão nas comissões”, e complementou: “O Colégio errou quando não viu o resto do projeto, que deu uma versão horrenda a uma discussão que todos nós temos aversão.” E defendeu “cadeiras cativas para mulheres no Congresso, Assembleias e Câmaras Municipais”.

Sobre as emendas PIX, Lira defendeu que elas tenham objetivo definido. Ele falou também sobre a MP da energia, destacando: “Agora, você ter uma negociação e dois dias depois ter uma medida provisória editada que interfere direto nessa negociação, causa espécie, causou preocupação, causa distorção.” E criticou a hipótese de aumento de custos aos consumidores.

Foto Getty

Por Estadão

           

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Política

Tabata Amaral cogita Lu Alckmin para vice em São Paulo

Tabata corre o risco de formar uma chapa puro sangue e ter o apresentador José Luiz Datena (PSDB), principal cotado para a sua vice, na disputa pelo espaço da terceira via.

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Nome do PSB na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral teve uma pré-campanha marcada pela troca de marqueteiro e idas e vindas nas conversas com o PSDB, cuja aliança permanece incerta. Às vésperas do início da corrida eleitoral, Tabata corre o risco de formar uma chapa puro sangue e ter o apresentador José Luiz Datena (PSDB), principal cotado para a sua vice, na disputa pelo espaço da terceira via, como candidato tucano.

Diante desse cenário, a deputada já estuda soluções caseiras para sua vice. Entre os nomes cotados estão o de Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e de Lúcia França (PSB), esposa de Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo. Alckmin e França são os principais fiadores da pré-candidatura da deputada federal.

Aliados de Tabata veem com ceticismo a pré-candidatura de Datena e ainda apostam na desistência do apresentador, o que poderia levar o PSDB a apoiar a deputada. Datena trocou o PSB pelo PSDB a convite dela e com a intenção de ser seu vice, mas acabou aceitando o convite dos tucanos para encabeçar uma chapa própria.

‘Traição’

Reservadamente, pessoas próximas à deputada falam em “traição” de Datena e “quebra de acordo” por parte do PSDB, mas Tabata deve aguardar uma resposta definitiva dos tucanos até a sua convenção partidária, marcada para o dia 27 de julho. Em uma tentativa de pressionar o PSDB, o PSB vinculou o cumprimento do acordo com Tabata ao apoio do PSB nas eleições de Campo Grande (MS), Florianópolis (SC) e Vitória (ES).

“Até a convenção o acordo segue o mesmo. Do meu lado, não vou voltar atrás. Sigo à espera da decisão do PSDB”, disse Tabata ao Estadão. Os tucanos pretendem realizar a convenção partidária no dia 3 de agosto.

“Se o PSDB me fez um convite para ser prefeito, o problema é entre a Tabata e o PSDB. Não sou traidor de ninguém”, disse Datena durante sabatina do jornal Folha de São Paulo e do portal UOL na última terça-feira. Integrantes do PSDB que desconfiavam há algumas semanas de que o apresentador seria de fato candidato mudaram de ideia após ele participar da entrevista e do primeiro evento de campanha de rua de sua vida, ao caminhar pelo Mercado Municipal.

Nomes

Como a principal negociação era com o PSDB, o entorno de Tabata avalia formar uma chapa com um vice do PSB. Além de Lu Alckmin e Lúcia França, Floriano Pesaro, secretário na gestão Alckmin em São Paulo, também é cotado para a vaga. Diretor na Apex Brasil, o ex-tucano já participa da pré-campanha como coordenador do grupo de trabalho que estuda propostas para a Cracolândia.

Dificuldades no campo político à parte, a pré-campanha de Tabata enxerga com bons olhos o fato dela se manter estável nas pesquisas eleitorais mesmo com a entrada de novos pré-candidatos, como Pablo Marçal (PRTB) e o próprio Datena. Na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada em 5 de julho, os dois aparecem com 11% e 10%, numericamente a frente da pré-candidata do PSB, que tem 7%. Todos eles estão empatados tecnicamente dentro da margem de erro de três pontos porcentuais.

Desafio

Tabata também reforçou o peso da comunicação digital em sua pré-campanha, diante da previsão de que terá menos de um minuto de propaganda eleitoral por dia no rádio e na televisão.

Um dos desafios dela é se tornar mais conhecida entre os eleitores. Ao Datafolha, 56% dos entrevistados disseram conhecê-la, mesmo que apenas de “ouvir falar”. O porcentual é inferior ao de Marçal (57%), Guilherme Boulos (79%), Ricardo Nunes (85%) e Datena (90%).

Por Estado de S. Paulo.

           

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Política

Sob pressão para atingir meta fiscal, Haddad anuncia contenção de R$ 15 bi

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No dia em que o dólar subiu 1,9%, puxado, entre outros fatores, por dúvidas sobre o quadro fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se antecipou e anunciou nesta quinta-feira (18) o congelamento de R$ 15 bilhões em despesas para tentar atingir as metas do arcabouço neste ano.

Desse valor, serão R$ 11,2 bilhões de bloqueio (pelo aumento de despesas obrigatórias) e R$ 3,8 bilhões de contingenciamento (por causa da frustração de receitas em função de pendências no Supremo Tribunal Federal e no Senado). Neste último caso, está a decisão sobre a compensação da desoneração da folha de pagamentos de empresas, que ficou para setembro.

META DE DÉFICIT ZERO

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