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Política

Drogas, aborto e união homoafetiva devem ser frentes de tensão entre Senado e STF em 2024

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Antigamente conhecidos como “pauta de costumes”, os direitos humanos fundamentais e individuais devem ser motivo de novos embates em 2024 entre os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e os integrantes do Senado. Pelo menos um ponto de colisão pode se desenrolar em breve: o julgamento da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal.

O Supremo já tem 5 dos 6 votos necessários para declarar a inconstitucionalidade da criminalização. A votação foi interrompida em agosto, por um pedido de vistas feito pelo ministro André Mendonça. Não há prazo para que o assunto seja retomado, mas a possibilidade de descriminalização já provocou uma reação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Ele anunciou em setembro que os senadores devem votar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para criminalizar o porte de qualquer quantidade de todas as drogas.

O texto deve ser votado nesta quarta-feira (20) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. O relator, o líder da União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), apresentou parecer favorável à PEC.

A descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação é outro motivo de controvérsia entre os Poderes. Mas a votação ainda é inicial: apenas a ministra Rosa Weber deu seu voto, de maneira virtual, em setembro, antes de se aposentar. O assunto irá ao plenário da corte em razão de um destaque do ministro Luís Roberto Barroso. “É um assunto que a gente ainda não conhece como votará cada um dos ministros, apenas o Edson Fachin e o próprio Barroso já votaram favoravelmente ao tema em outras ações”, afirma Eloísa Machado, professora de direito da Fundação Getulio Vargas em São Paulo e coordenadora do grupo de estudos Supremo em Pauta.

Ela prefere que o termo “pauta de costumes” não seja usado para abordar as questões de direitos das mulheres, grupos étnicos historicamente discriminados e minorias. “O conceito de ‘costumes’ foi superado nas leis brasileiras. Basta ver o tratamento que o Código Penal dá a crimes como estupro, que antes eram classificados como ‘crimes contra os costumes’ e agora são ‘crimes contra a dignidade sexual'”, explica.

Para Machado, a retomada de alguns temas deve ser uma marca no STF nos próximos anos. A liberdade de expressão, em especial a liberdade acadêmica, deve ser um dos pontos. O tribunal já decidiu pela inconstitucionalidade de diversas leis municipais e estaduais baseadas no movimento autointitulado “escola sem partido”.

Outro possível retorno vem da Câmara dos Deputados. Em outubro, a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família aprovou uma proposta que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O projeto ainda tem um longo caminho até se tornar lei, dentro da Casa e em outras instâncias do Legislativo e do Executivo. Mas, caso siga adiante, provocará uma nova tensão com o Supremo, que já decidiu favoravelmente ao tema.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo está também em pauta no tribunal ainda que indiretamente, por causa de uma ação que contesta a obrigação dos cartórios de criarem a possibilidade de equiparar as uniões civis de pessoas do mesmo sexo ao casamento. A ampliação da licença-maternidade para mulheres não gestantes é outro tema da comunidade LGBTQIA+ que deve entrar em análise no STF.

A ampliação da licença paternidade também entra no mesmo tema. “A possibilidade de equilibrar as licenças para pais e mães é um tema importante para a mulher na medida que diminuiu a diferença de tratamento entre os gêneros”, explica Maria Benerice Dias, fundadora do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFam). Hoje, a licença-maternidade é de quatro meses e a paternidade de apenas cinco dias.

Outro tema valioso sobre os direitos da mulher é a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão apresentada neste mês pela Procuradoria-Geral da República para que o Supremo dê um prazo para que o Congresso regulamente o artigo da Constituição de 1988 que estabelece a proteção ao mercado de trabalho feminino. A ação foi proposta pela então procuradora-geral da República interina, Elizeta Ramos, e tem o ministro Fachin como relator. Ele deu prazo de 30 dias para a Câmara e o Senado se manifestarem sobre o assunto.

Os temas relacionados à religião devem entrar em pauta de duas formas, conforme uma tendência que já surgiu nos últimos anos, segundo a “Agenda Antidiscriminação no Supremo Tribunal Federal”, coordenada por Machado. Na garantia da liberdade e culto e contra perseguições por motivos religiosos e para garantir um comportamento laico do Estado. Para o professor de direito da FGV Rio Álvaro Palma de Jorge, especializado em tribunais superiores, a religião será um tema que deve chegar ao Supremo. “A composição do Congresso leva a aprovação de propostas de interesse de grupos religiosos que motivarão o ingresso de novas ações no STF”, comenta.

Ele diz acreditar que o tribunal ainda será um contraponto ao perfil mais conservador do Congresso. Apesar de o governo Jair Bolsonaro (PL) ter conseguido emplacar, em 2021, o ministro André Mendonça, tratado como “terrivelmente evangélico” nos dizeres do próprio ex-presidente, este perfil é minoritário no tribunal. O outro ministro que geralmente toma decisões conservadoras é Nunes Marques, também nomeado por Bolsonaro. Primeiro ministro nomeado pelo presidente Lula (PT) em seu terceiro mandato, Cristiano Zanin é visto como uma incógnita, por já ter tomado o lado de conservadores em suas primeiras votações. A expectativa é que a entrada do recém-aprovado Flávio Dino não altere essa composição.

Fonte: FOLHAPRESS

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Política

PF encontra com Ramagem roteiro para Bolsonaro pôr sob suspeita urnas eletrônicas

A PF também achou documentos com “informações difamatórias” sobre o ministro Alexandre de Moraes.

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A Polícia Federal encontrou com o ex-chefe da Agência de Inteligência Brasileira (Abin) Alexandre Ramagem e-mails contendo um roteiro de orientações para o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre ataques a urnas eletrônicas. A PF também achou documentos com “informações difamatórias” sobre o ministro Alexandre de Moraes, relator no STF das investigações mais sensíveis ao ex-chefe do Executivo e seus aliados.

A informação foi divulgada pelo jornal O Globo nesta sexta, 26, e confirmada pela reportagem do Estadão junto à fontes na Polícia Federal. Esse dado foi usado para confrontar Ramagem durante o depoimento que ele prestou na semana passada, sobre os achados que levaram à quarta fase da Operação Última Milha – investigação sobre a ‘Abin paralela’, esquema de bisbilhotagem e monitoramento de políticos, ministros do Supremo e jornalistas no governo Bolsonaro.

Quando depôs, Ramagem tentou atribuir a responsabilidade da suposta arapongagem em dois ex-integrantes da ‘Abin paralela’, um policial federal e um sargento do Exército cedidos na época para ocuparem cargos estratégicos na Agência. Documentos encontrados com Ramagem já haviam sido citados na representação da PF pela abertura da mais recente fase da ‘Última Milha’.

Como mostrou o Estadão, os arquivos intitulados ‘presidente’ citavam a “família Bolsonaro” e detalhavam orientações sobre o caso Fabrício Queiroz – o inquérito das ‘rachadinhas’, que mirou o filho mais velho do ex-presidente, Flávio, quando este exercia o mandato de deputado estadual no Rio.

A PF diz que os documentos corroboram a premissa investigativa de que as informações da ‘Abin paralela’ abasteciam o “núcleo-político” da organização criminosa sob suspeita.

Os arquivos também são usados pelos investigadores para atribuir a Ramagem ‘domínio do fato’, ou seja, que ele tinha conhecimento da arapongagem.

‘Domínio do fato’ – usado pela PF para imputar envolvimento de Ramagem com os crimes supostamente praticados pelos ex-integrantes da Agência -, tem relação com uma teoria jurídica que foi utilizada cabalmente durante o julgamento do Mensalão.

Na ocasião, essa teoria foi citada pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para embasar a acusação e condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Depois, a tese também foi evocada na Operação Lava Jato.

A tese foi aprofundada pelo jurista alemão Claus Roxin, citado em meio ao julgamento do Mensalão no Supremo Tribunal Federal, em 2012.

Roxin entendia que ocupantes de um ‘aparato organizado de poder’ que ordenassem a execução de crimes teriam de responder como ‘autores’ do delito. Ele admitiu que aprofundou a tese em razão da preocupação com a possível impunidade do alto escalão do nazismo, generais de Adolf Hitler que alegaram não ter ligação com atrocidades nos campos de concentração.

A teoria, importada da Alemanha, usada no Mensalão e na Operação Lava Jato – escândalos durante o governo Lula – agora é aplicada a Ramagem.

Foto Getty

Por Estadão

           

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Política

Chapa Nininho e Tácio será oficializada nesta sexta-feira (26), em Parnamirim

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A Coligação Avança Mais em Parnamirim, no Sertão, está se preparando para um importante evento político que marcará o início de sua campanha para as próximas eleições municipais. A convenção será realizada nesta sexta-feira (26), com concentração às 13h, na Quadra Municipal Carlos Cabral. Durante o evento serão oficializados os nomes dos pré-candidatos da coligação. Nininho (Ferdinando Lima de Carvalho), atual prefeito, é candidato à reeleição em Parnamirim. Já o ex-prefeito Tácio Pontes disputará o cargo como vice na chapa.

Em suas redes sociais, a coligação, que envolve quatro partidos (MDB, PSD, PT e Rede) convidou apoiadores e filiados a participarem da convenção.

Fonte: Fala PE

           

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Política

Petrolândia e Santa Cruz são os primeiros municípios do Sertão pernambucano com candidaturas já registradas para as Eleições Municipais de 2024

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Desde o dia 20 de julho, quando começou o prazo de realização das convenções partidárias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibilizou sistema para solicitação do registro de candidaturas. A partir do registro, que segue até 15 de agosto, o postulante a prefeito ou vereador deixa de ser pré-candidato e passa a ser efetivamente candidato.

Até a manhã de hoje, 26, Petrolândia e Santa Cruz da Venerada eram os dois únicos municípios do Sertão pernambucano com candidaturas já registradas, tanto para prefeito quanto para vereador. Outros municípios do Estado com inscrições de candidaturas são Barreiros, Camaragibe, Feira Nova e Recife.

Segundo informações da plataforma DivulgaCand, do TSE, Petrolândia conta com o registro da candidatura de Fabiano Marques, que concorrerá à reeleição para prefeito, e de 38 candidatos à Câmara de Vereadores. Já Santa Cruz tem a candidatura de Cachoeira para prefeito, com apoio da atual prefeita Eliane Soares, e 17 candidatos ao legislativo. Todas aguardam julgamento da Justiça Eleitoral.

Fonte: Blog Alvinho Patriota

           

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