“As pessoas também precisam identificar os sintomas do AVC, que são a fala embolada, a boca torta, dificuldade para falar, um braço fraco, perna fraca, que acontecem de maneira súbita. Se apresentar um desses sintomas, o paciente precisa ir rapidamente para uma UPA ou hospital, para ser levado a um serviço de referência”, complementa a médica.
No bairro do Curado, Zona Oeste do Recife, o Hospital Pelópidas Silveira (HPS), referência em cardiologia e neurologia na rede estadual, aproveita o Dia Mundial do AVC (29/10) para alertar sobre a gravidade desse quadro de saúde, que precisa de atendimento ágil, e reforçar os principais fatores de risco, além da prevenção.
Na data, a unidade terá ação educativa no ambulatório, para pacientes e acompanhantes, e promoverá um encontro com os profissionais do serviço para abordar o tema.
O neurologista Luis Felippe Barros, que foi residente da especialidade no HPS, afirma que cerca de 90% dos casos de AVC são potencialmente preveníveis se os fatores de risco fossem controlados. Hipertensão, diabetes, colesterol alto, obesidade, tabagismo e sedentarismo são alguns desses fatores.
Sinais: quais são os sintomas comuns de um princípio de AVC?
Alguns dos sintomas de que uma pessoa pode estar sofrendo um AVC são: dor de cabeça súbita e intensa, alteração na fala/equilíbrio/andar, fraqueza ou perda de sensibilidade na face/perna/braço, normalmente em apenas um lado do corpo.
Tipos de AVC
Há dois tipos de acidente vascular cerebral: o mais comum é o isquêmico, responsável por 85% dos casos. É caracterizado pela obstrução de uma artéria, o que impede a passagem de sangue e, consequentemente, oxigênio para células cerebrais.
“No AVC isquêmico, temos uma janela de 4 horas e meia após o início dos sintomas para fazer a trombólise intravenosa, medicamento que age para dissolver o coágulo sanguíneo e fazer o sangue voltar a circular, evitando que haja a morte dos neurônios”, explica o neurologista Luis Felippe Barros.
Já o AVC hemorrágico ocorre quando um vaso sanguíneo cerebral se rompe, o que causa hemorragia no tecido cerebral ou entre o cérebro e a membrana que o envolve. De acordo com Luis Fellipe, na maioria dos casos, o controle da pressão é a principal medida, ação realizada em conjunto com a equipe de cardiologia. Uma neurocirurgia também pode ser necessária.
E depois do AVC, o que fazer?
Após um AVC, o paciente pode ter como sequelas: dificuldade de fala, confusão mental, assimetria na face, fraqueza muscular, alteração na sensibilidade e perda no controle de movimentos.
A reabilitação se torna indispensável para tratar as possíveis sequelas de um AVC. “O paciente pode melhorar dos déficits ao logo do tempo, e o pilar de reabilitação não é medicamentoso. O principal é realizar sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, áreas muito presentes para os pacientes nesse processo de recuperação no Pelópidas Silveira, seja ainda durante a internação ou na fase ambulatorial. Quanto mais precoce forem adotadas essas medidas, melhores são os resultados”, reforça Luis Felippe Barros.
Rede de atendimento
Pernambuco conta atualmente com três unidades de referência para tratamento do AVC isquêmico: Hospital da Restauração, no Recife; Hospital Pelópidas Silveira, na BR 232, no Curado (Recife); e Hospital Eduardo Campos, em Serra Talhada, no Sertão.
A Unidade de AVC do HR funciona na Emergência Clínica e, em 2023, completou dez anos de atividade.
O principal tratamento feito no HR é a trombólise. A equipe é formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos.
Fonte:JC
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