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Saúde

Estudo sugere que vitaminas podem ser benéficas à memória

A pesquisa também investigou o efeito dos multivitamínicos para além da memória imediata.

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A ingestão de multivitamínicos diariamente e durante pelo menos um ano resultou em melhora de memória imediata (recente), aponta um estudo publicado nesta quarta (24). A conclusão, no entanto, ainda é precoce, além de que o uso irregular de polivitamínicos pode levar a complicações de saúde.

No artigo, publicado na revista The American Journal of Clinical Nutrition, o objetivo principal foi medir a memória imediata, conhecida por demandar a lembrança de algo recente.

“É uma memória que você usa de segundos a minutos”, afirma o neurologista Raphael Spera, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento.

Essa memória pode falhar com o passar dos anos, o que talvez afete especialmente pessoas mais velhas. Esse foi o público do estudo, que contou com 3.526 participantes. Cerca de metade deles teve acesso a um multivitamínico e, a outra parte, a um placebo.

Antes de começar a ingestão das pílulas, os participantes precisaram fazer atividades no computador para mensurar o funcionamento de diferentes tipos de memória. Uma dessas tarefas consistia em escrever palavras que tinham acabado de ser apresentadas a eles. O objetivo era concluir quantas palavras foram recordadas de forma imediata -o que corresponde ao uso da memória imediata.

Após o primeiro ano de consumo diário dos comprimidos, os participantes refizeram essa atividade. Então, a média dos resultados foi comparada ao que havia sido observado na primeira rodada do teste. Além disso, as respostas daqueles que acessaram multivitamínicos foram contrapostas às do grupo placebo.

Então, foi visto que o conglomerado de vitaminas pode ter colaborado para a manutenção da memória. Isso porque a média de palavras recordadas entre aqueles que tomaram os multivitamínicos foi de 7,81 após um ano de ingestão das pílulas -antes do início da pesquisa, a média era de 7,1. Por outro lado, o grupo placebo havia pontuado 7,21 antes do estudo. Após um ano, a média foi para 7,65.

Ou seja, o aumento na pontuação foi maior entre aqueles que ingeriram os comprimidos com vitaminas, o que se manteve nos testes feitos no terceiro ano do estudo, momento em que ele terminou.

Os cientistas observaram que a capacidade de relembrar as palavras testadas no estudo cai, em média, 0,074 a cada ano. Considerando este aspecto e a diferença entre o grupo placebo e aquele que consumiu as vitaminas, os autores concluíram que é como se os multivitamínicos tivessem causado uma melhora de cerca de três anos do que era esperado na queda anual.

No entanto, o próprio grupo placebo melhorou os índices nas respostas. Segundo JoAnn Mason, da Escola de Medicina da Universidade Harvard e uma das autoras do estudo, isso pode ser explicado pelo que se chama de efeito prático. “Os participantes ficam mais confortáveis fazendo os testes de memória e cognição várias vezes à medida que ganham mais experiência com os testes”, explicou.

LIMITAÇÕES

A pesquisa também investigou o efeito dos multivitamínicos para além da memória imediata. Uma dessas é a memorização tardia, “aquela consolidada, que vai durar horas ou dias”, explica Spera. Nesses casos, o participante precisou relembrar as palavras tempos depois de ser apresentado a ela, e não imediatamente.

Outra tarefa observou o tempo levado para reconhecer um objeto mediante pistas apresentadas aos participantes. Além disso, um teste observou o funcionamento das funções executivas, que envolvem capacidade de raciocínio, como organização, planejamento e solução de problemas.

Mas, diferentemente do que foi visto com a memória imediata, não houve efeito positivo dos multivitamínicos nessas outras áreas da cognição dos participantes. Para Spera, esse é um ponto de atenção. “Por que um suplemento vitamínico melhoraria só a memória imediata e não a tardia ou outros tipos de função cognitiva? Isso é estranho”, disse.

Além disso, a pesquisa precisaria abarcar uma variedade maior de pessoas para entender o quanto a conclusão pode ser generalizada. Segundo o artigo, os participantes eram basicamente pessoas com alta educação, brancas e com acesso à internet e a computadores -era por essas máquinas que os testes, criados especificamente para essa pesquisa, eram feitos.

Esses pontos, em conjunto com o fato de que mais estudos são necessários, fazem com que a conclusão da pesquisa não seja final. “Não é por esse estudo que eu começaria a dar polivitamínico para os meus pacientes”, afirma Ivan Okamoto, neurologista do Núcleo de Excelência em Memória (Nemo) do Hospital Israelita Albert Einstein, que não participou da nova pesquisa.

“Esse estudo precisa ser replicado em diferentes populações. É isso que é a formação de evidências”, acrescenta.

RISCOS

Algumas pessoas podem até imaginar que o consumo de multivitamínicos seja inofensivo, mas essa não é a realidade. Isso porque alguns tipos de vitaminas podem ocasionar problemas de saúde. Okamoto explica que esses são produtos hidrossolúveis -ou seja, o que o corpo não absorve é descartado.
Ainda assim, pode haver malefícios. “Existem casos de hipervitaminosas. Então o excesso também não é bom”, resume.

Além disso, pessoas que mantêm uma dieta balanceada normalmente já contam com o aporte necessário de nutrientes e, por isso, a suplementação seria desnecessária -e um gasto extra. Casos mais específicos, em que o uso desses produtos é indispensável, precisam de orientação e acompanhamento. “Não está recomendado reposição de vitamina sem orientação médica e nutricional”, conclui Spera.

Foto  iStock

Por Folhapress

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Saúde

Saúde anuncia acordo para garantir abastecimento de insulina no SUS

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O Ministério da Saúde anunciou um acordo para antecipar a entrega de uma remessa de 1,8 milhão de unidades de insulina até o fim dezembro. Em nota, a pasta informou que a estratégia garante o abastecimento no Sistema único de Saúde (SUS). “O reforço dos estoques permite a continuidade do tratamento de todos os pacientes atendidos pela rede pública de saúde”.

Segundo o comunicado, o acordo com a Novo Nordisk, fabricante de canetas de insulina, define a entrega de 93% do volume contratado até dezembro – a previsão inicial era disponibilizar apenas 50% ainda este ano. Segundo o ministério, a produção da empresa no Brasil é responsável por 15% de todo o fornecimento mundial do insumo.

“A insulina a ser entregue pela Novo Nordisk é produzida em planta localizada em Montes Claros (MG), reconhecida como a maior fábrica de insulinas do Brasil e da América Latina, com cerca de dois mil funcionários”, destacou a pasta.

Oferta ininterrupta

No comunicado, o Ministério da Saúde informa manter aquisições regulares para oferta de insulina no SUS, “garantindo o abastecimento ininterrupto do medicamento”.

Até outubro deste ano, foram distribuídas 49,9 milhões de unidades de insulinas NPH e 10,7 milhões de insulina regular (frascos e canetas) para todo o país, atendendo a demanda de estados e municípios.

“Atualmente, há uma situação mundial de restrição da oferta de insulina. O Ministério da Saúde atuou para que essa situação fosse superada”, concluiu.

A orientação é que qualquer pessoa com indicação de uso de insulina e dificuldade para acessar o medicamento em farmácias privadas, inclusive por meio do programa Farmácia Popular, procure uma unidade básica de saúde (UBS) para solicitar a medicação.

Fonte: Agência Brasil

           

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Saúde

Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da União resolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

Foto  Shutterstock

Por Agência Brasil

           

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Saúde

Com o verão se aproximando, especialistas pedem aumento de vacinação contra dengue

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A expectativa de aumento nos casos de dengue no próximo verão é “bastante preocupante”. A afirmação é do presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo.

Segundo o médico, a dengue é uma doença surpreendente, que vem sendo combatida desde a década de 80 com poucas vitórias. Chebabo defendeu que é preciso ampliar a aplicação de vacinas contra a doença para permitir a proteção de um número maior de pessoas.

“A gente sabe que vai ser um verão quente e chuvoso. Já está assim e a gente ainda não chegou no verão, mas a dengue já começa a aparecer na primavera de forma intensa. Então, a gente tem uma preocupação grande em relação a essa temporada.

A gente espera que a adesão à vacina contra a dengue seja ampliada e que a gente consiga vacinar uma parte maior da população, protegendo um número maior de pessoas

Esta é uma doença que traz bastante danos à sociedade, não só em termos de mortes como a gente tem visto recentemente, mas em termos de absenteísmo, sofrimento mesmo, de internação, então, é uma doença que não é simples. Mesmo os que passam por ela, dizem que nunca mais querem passar por ela”, contou.

O médico foi um dos participantes da coletiva de apresentação da pesquisa inédita sobre o impacto da desinformação e das Fake News sobre a dengue, realizada pela empresa multinacional de pesquisa e consultoria de mercado Ipsos e encomendada pela biofarmacêutica Takeda, com a colaboração da SBI.

População

Foram entrevistadas 2 mil pessoas para entender as percepções sobre a dengue, a vacinação em geral e sobre a doença.

“A gente sabe que uma das principais formas é através da vacinação e espera que o Ministério da Saúde junto com a Takeda, consiga ampliar a oferta de vacinas pra gente proteger um número maior de pessoas, ampliar as nossas faixas etárias de vacinação, as cidades beneficiadas com o programa”, completou.

Também na apresentação, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, defendeu mais capacitação de profissionais de saúde para facilitar a comunicação com pessoas desconfiadas que se recusam a se vacinar.

A gente tem feito várias ações de enfrentamento à hesitação vacinal. Temos várias na Sociedade Brasileira de Pediatria, de Infectologia, de Imunizações, de gibis com a turma do Maurício de Souza, eventos presenciais, parcerias com o Instituto Questão de Ciência para entender este fenômeno social em relação a confiança nas vacinas. É um papel de todos”, apontou.

O médico infectologista acrescentou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) começa como enfrentamento da hesitação a estratégia conhecida como 5 letras C

  • “melhorar a confiança na vacina e na estratégica pública de colocar a vacinação em prática;
  • a complacência, que é a percepção do risco, precisamos trabalhar mostrando os riscos da doença;
  • a conveniência que é o acesso e as vacinas precisam estar disponíveis;
  • a comunicação com papel fundamental da imprensa
  • e o último o contexto que muitas vezes precisa ser particularizado como no acesso em regiões remotas, de pandemia, políticos, às vezes religiosos de um povo localizado”, observou.

Pesquisa

Um fato positivo no estudo é que mesmo diante da epidemia da doença no Brasil neste ano, 88% dos entrevistados disseram que veem a vacina contra a dengue uma medida eficaz de prevenção.

“Para elas, inclusive a maior parte de notas muito altas para importância de existir uma vacina contra a dengue no sistema público de saúde. Essa é uma informação muito importante porque ela nos diz o quanto a população entende a importância da disponibilização da vacina contra a dengue no sistema público”, indicou a analista de Pesquisa de Mercado da área de Healthcare na Ipsos, Juliana Siegmann.

Mesmo com este percentual elevado de confiança nas vacinas, o estudo indicou que a divulgação de Fake News, principalmente, em redes sociais, representa impacto direto nas decisões sobre a vacinação em geral.

Entre os participantes da pesquisa, 41% relataram ter recebido informações falsas sobre vacinas neste tipo de meio de comunicação.

Além disso, quase 30% já deixaram de se vacinar ou recomendaram que outros não se vacinassem devido a dúvidas sobre segurança e eficácia. Ainda conforme o estudo, 10% decidiram não se vacinar por causa de informações recebidas online ou de amigos e parentes.

Embora não tenham mudado de opinião, 17% ficaram em dúvida por causa das informações recebidas.

Resultados

Como resultados mais favoráveis da vacinação, 91% prestam atenção nas campanhas, 90% acreditam que as vacinas em geral trazem benefícios e 95% dizem verificar a veracidade das informações sobre vacinas.

Na avaliação dos sentimentos despertados pelas informações nas redes sociais sobre vacinas em geral, 77% falaram que elas trouxeram sensações positivas, como confiança (42%), tranquilidade (38%) e otimismo (33%).

Pelo menos metade (50%) dos entrevistados se interessou pelo tema. Em movimento contrário, 23% se sentiram negativamente impactados e relataram ansiedade (16%), desconfiança (15%), medo (10%) e confusão (9%).

As principais fontes de informação sobre vacinas e dengue são a TV (59%), as redes sociais (49%) e os postos de saúde (47%). As Fake News mais comuns em relação à dengue são sobre a eficácia da vacina, a gravidade da doença, as curas milagrosas e as informações incorretas sobre formas de contágio.

O estudo da Ipsos apontou também que cerca de 10% dos pesquisados são descrentes em relação às vacinas em geral, sendo mais propensos a acreditar em falsas notícias. Nesse grupo, mais da metade tem idade acima de 55 anos, leve predominância masculina e maior presença nas classes C, D e E. Embora 77% tenham tido contato com a doença, 27% não consideram a dengue grave ou não sabem.

“Essa pesquisa traz dados muito importantes para todos nós, para a nossa atuação tanto individualmente, quanto da própria sociedade, para balizar as nossas ações sempre no intuito de melhorar a forma da gente se comunicar, entender quais são os desafios que a gente tem nessa comunicação e direcionar a nossa comunicação para combater principalmente as notícias falsas, as notícias falsas em relação a vacina de forma geral e, especificamente, em relação à vacina contra a dengue”, comentou Chebabo.

Vacina e descurso político

Ainda para aumentar o poder de convencimento da necessidade da vacinação, Chebabo destacou que é preciso tirar a vacina do discurso político. “A doença atinge a todos quem é de um lado ou de outro, quem torce para um time ou outro de futebol.

Todos são atingidos da mesma maneira independente das suas convicções, sejam religiosas, sejam políticas, sejam em torcida de algum time de futebol. É um trabalho que temos tentado fazer, principalmente, na vacina, tirar do discurso político.

A gente viu todo o mal que a gente teve no questionamento em relação à vacina da covid-19, que respingou no programa e na queda de cobertura de todas as vacinas”, afirmou.

A diretora médica da Takeda, Vivian Lee, lembrou que o Brasil é o primeiro país a integrar a vacina contra a dengue em um programa nacional de imunização, que ocorreu em 21 de dezembro de 2023.

“Causa para a gente muito orgulho de fazer parte dessa história”, disse, acrescentando que a Takeda tem estudos para a produção da vacina da dengue que levaram até 15 anos. “Isso já rebate e esclarece uma Fake News de que a vacina foi desenvolvida muito rapidamente”, completou.

Fonte: Agência Brasil

           

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