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Hamas acusa Israel de enterrar mais de 300 em hospital de Gaza; Tel Aviv nega

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A guerra Israel-Hamas completou 200 dias nesta terça-feira (23) com mais um conflito de versões. Funcionários da Defesa Civil da Faixa de Gaza, controlada pela facção, afirmaram que mais de 300 corpos foram encontrados em uma vala comum no hospital Nasser, invadido por militares de Israel.

Horas depois, o chefe de direitos humanos da ONU disse ter ficado horrorizado e exigiu uma investigação internacional. O Departamento de Estado americano, por sua vez, disse que os relatos são preocupantes. Já autoridades israelenses negaram envolvimento, chamando as acusações contra suas tropas de infundadas.

Os corpos têm sido encontrados no terreno do complexo médico desde sábado (20) depois que os militares de Israel desocuparam o local, segundo a Defesa Civil. O hospital Nasser é um dos maiores de Gaza e está localizado na cidade de Khan Yunis, no sul, numa das regiões mais bombardeadas no conflito. Além de tratar pacientes, a estrutura servia de abrigo para milhares de palestinos forçados a se deslocar na guerra.

O caso foi primeiro relatado pela Al Jazeera. Segundo a rede qatari, alguns dos corpos descobertos eram de crianças, mulheres e idosos. Líderes palestinos afirmam que valas semelhantes foram achadas em outros hospitais, incluindo o Al-Shifa, no norte, também invadido por forças israelenses.

Em comunicado divulgado nesta terça, o alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, disse ter ficado horrorizado com a destruição dos hospitais e também com os relatos das valas comuns. Ele ainda pediu investigações internacionais, que seriam necessárias devido ao “clima de impunidade reinante” em Gaza.

Ravina Shamdasani, porta-voz da organização, acrescentou que alguns dos corpos tinham as mãos atadas e estavam sem roupa. “E isso, obviamente, indica violações graves da lei internacional de direitos humanos”, afirmou ela, reforçando pedidos de investigações “independentes, eficazes e transparentes”.

Repórteres da agência Reuters disseram ter visto a retirada de cadáveres do complexo médico com escavadeiras. Segundo relatos de palestinos, alguns estavam enterrados sob pilhas de lixo. Em quatro dias, 310 corpos foram encontrados, de acordo com a Defesa Civil de Gaza. Outras duas valas teriam sido identificadas no local, mas até esta terça não haviam sido escavadas.

As forças israelenses invadiram o hospital Nasser em fevereiro sob o argumento de que corpos de reféns israelenses estariam no local. Na ocasião, as autoridades disseram que a ação seria “precisa e limitada”. A invasão, contudo, foi alvo de uma série de críticas e questionamentos feitos pela comunidade internacional.

Nesta terça, o Exército israelense disse que as acusações não têm qualquer fundamento. Os militares acrescentaram que alguns cadáveres próximos do hospital chegaram a ser examinados, mas que todos foram posteriormente devolvidos ao local onde estavam.

“O exame foi realizado de maneira cuidadosa e exclusivamente em locais onde a inteligência indicava a possível presença de reféns. O exame foi realizado respeitosamente, mantendo a dignidade do falecido”, disse o Exército israelense em comunicado.

As ofensivas contra instalações médicas em Gaza vêm causando preocupação durante todo o conflito. Além do Nasser e do Shifa, forças israelenses sitiaram o hospital Al-Amal, também em Khan Yunis. Nos mais de seis meses de guerra ainda ocorreram bombardeios nas proximidades das unidades médicas, além de ataques contra ambulâncias.

Como bombardeios maciços destruíram áreas residenciais e forçaram palestinos a deixar suas casas, os hospitais -em tese locais mais seguros na guerra- passaram a receber milhares de desabrigados no conflito.

Instalações, veículos e pessoal médico são protegidos por lei nas situações de conflito armado. Essa proteção está contida na primeira Convenção de Genebra -pioneira norma jurídica de valor universal adotada para regular as guerras no mundo.

De acordo com a convenção, os locais médicos não podem ser alvos mesmo no caso de prestarem assistência a integrantes de organizações terroristas. Organizações dizem, portanto, que as invasões dos hospitais podem configurar crime de guerra.

Israel acusa o Hamas de usar hospitais, ambulâncias e outras instalações médicas para fins militares -o que a facção terrorista nega. As autoridades chegaram a divulgar imagens feitas por suas tropas de túneis construídos pelo grupo terrorista abaixo de hospitais na Faixa de Gaza.

Türk, o alto comissário da ONU para os direitos humanos, também criticou nesta terça os ataques israelenses contra Gaza nos últimos dias, que, segundo ele, mataram principalmente mulheres e crianças. Desde o começo da guerra, em 7 de outubro passado, mais de 34 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.

Foto Getty

Por Folhapress

           

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Israel aprova acordo de cessar-fogo no Líbano

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O gabinete de Segurança de Israel aceitou o acordo do cessar-fogo com o Líbano, o qual deverá entrar em vigor na quarta-feira (27). O acordo de trégua irá vigorar durante 60 dias, conforme a proposta apresentada pelos Estados Unidos.

Dirigindo-se ao país, após uma reunião entre o Gabinete de Segurança de Israel, com autoridades libanesas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, explicou que um dos motivos para aceitar o plano foi possibilitar o regresso de cidadãos israelenses do norte.

Netanyahu garantiu ainda que o Hezbollah “já não é o mesmo”. “Fizemos-os recuar dezenas de anos”, afirmou.

O primeiro-ministro disse ainda que, caso as milícias xiitas libanesas violem o acordo e tentem rearmar-se, Israel irá “responder” e atacá-las. “A nossa liberdade de ação permanece total” no Líbano, garantiu, à revelia das exigências de Beirute.  A duração da trégua irá depender do que se suceder “no terreno”.

O primeiro-ministro afirmou que irá “concentrar-se na ameaça iraniana” e no objetivo primordial de impedir que Teerã adquira ou desenvolva armas nucleares.

“Estamos mudando o Oriente Médio”, acrescentou Netanyahu, sublinhando que Israel permanece um Estado militarmente forte.

Referindo-se à guerra que eclodiu após o ataque sem precedentes do Hamas ao sul do país no dia 7 de outubro de 2023, o primeiro-ministro afirmou que “fomos atacados em sete frentes”.

Gaza não irá, entretanto, se beneficiar do acordo com o Líbano. Pelo contrário, Netanyahu prometeu que “a pressão irá se intensificar” sobre o Hamas.

O plano para o cessar-fogo vai ser adotado “esta noite” pelo Gabinete de Segurança, revelou ainda o primeiro-ministro israelense, e será depois apresentado ao Executivo. O discurso de Netanyahu coincidiu com um ataque ao bairro de Hamra, no centro de Beirute.

O que diz o cessar-fogo

Na proposta, Israel terá de retirar as suas forças de segurança das áreas que ocupou no sul do Líbano para combater as milícias xiitas libanesas do Hezbollah. Em troca, essas irão recuar para norte do Rio Litani, a cerca de 25 quilômetros da fronteira israelense.

A área intermediária ficará sob responsabilidade de 5 mil soldados das forças armadas libanesas e de contingentes da ONU integrados na UNIFIL.

Beirute já aprovou o plano. À Agência Reuters, o vice-presidente do parlamento do Líbano garantiu prontidão para o implementar o plano, assim que Israel aprovasse.

Após discurso de Netanyahu, o primeiro-ministro libanês em exercício deu ordem para a “implementação imediata” do cessar-fogo.

Na semana passada, em um discurso televisionado, o novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, pareceu ter dado igualmente luz verde à proposta norte-americana.

Fonte: Agência Brasil

           

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Xi retorna à China em busca de ‘estabilidade social’ após episódios de violência

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Após dois atropelamentos e um ataque a faca, causando 43 mortes em três cidades chinesas, o líder do país, Xi Jinping, volta de um giro pela América do Sul em meio a ações do regime para garantir “estabilidade social”.

O primeiro atropelamento, em Zhuhai, na província de Guandong, aconteceu no dia 11, quando ele se preparava para embarcar para o Peru. Deixou orientação para “punição severa, de acordo com a lei”, ao motorista que matou 35 pessoas.

“Todas as regiões e departamentos devem aprender as lições, fortalecer a prevenção e o controle de fontes de risco, resolver prontamente contradições e disputas, prevenir a ocorrência de casos extremos e fazer todos os esforços para garantir a segurança da vida das pessoas e a estabilidade social”, declarou Xi.

Nos dias seguintes, houve um ataque a faca em Yixing, na província de Jiangsu, com oito mortos, e um novo atropelamento, na saída de uma escola em Changde, na província de Hunan. Nesse episódio não houve confirmação oficial de mortos, mas vídeos de crianças feridas circularam em redes sociais.
Na última terça (19), a Procuradoria-Geral chinesa anunciou ações para “implementar seriamente o espírito das instruções do secretário-geral Xi Jinping”, inclusive a implantação de uma Comissão Central de Assuntos Políticos e Legais, “colocando a proteção da vida e a estabilidade social em posição mais proeminente com atenção urgente”.

Não foram divulgados mais detalhes dos três incidentes. Sobre Zhuhai, a autoridade policial local havia afirmado que o suspeito do atropelamento tinha tentado se matar e estava em coma. Seu motivo teria sido a insatisfação com a divisão de bens num divórcio.

Sobre Yixing, segundo a polícia, o suspeito teria confessado sua ação e dado como motivo não ter conseguido passar nos exames finais da faculdade atacada. Ao menos sobre um deles, o terceiro, de Hunan, não há segurança de que a ação tenha sido intencional.

Autoridades de Zhuhai retiraram coroas de flores e velas deixadas por moradores em homenagem às vítimas do atropelamento, em um sinal de que o regime buscava evitar mais repercussão do episódio.

Imagens dos três incidentes também já não aparecem nas plataformas chinesas, assim como as hashtags das primeiras horas. Ao menos uma postagem na rede social Weibo, de Qu Weiguo, professor da Universidade Fudan, de Xangai, viu relação entre os três casos –descritos como de “vingança indiscriminada contra a sociedade”.

O texto, já fora do ar, mas registrado pela agência de notícias Reuters, não diverge muito das instruções de Xi quanto ao que fazer: “A maneira mais eficiente de minimizar esses casos é abrir canais públicos que possam monitorar”.

Tanto a Procuradoria como o Ministério da Segurança Pública, que anunciou ações logo após a orientação de Xi, sublinharam a necessidade de recorrer à chamada “Fengqiao Jingyan” ou Experiência de Fengqiao, cidade na província de Zhejiang.

No início dos anos 1960, segundo artigo publicado em janeiro último na Qiushi, revista teórica do Partido Comunista da China, a cidade desenvolveu um “modelo que se baseava nas pessoas para resolver problemas localmente, sem a necessidade de encaminhar a autoridades superiores”.

Há três anos, Xi defendeu a experiência como uma maneira de evitar que a China se torne “um país de litígios”, citando o tamanho da população. “Se tudo, grande ou pequeno, tiver que ser decidido por meio de um processo judicial, nosso sistema não seria capaz de suportar.”

Ainda não está claro pelos textos e discursos como essa resolução local de conflitos se daria na prática. O Renmin Ribao (Diário do Povo), principal jornal do PC chinês, anotou há cerca de um ano que hoje em dia ela combinaria “poder humano e tecnologia”.

Foto Getty

Por Folhapress

           

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Após disparo de míssil, Putin alerta Ocidente sobre escalada ‘mundial’ da guerra

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O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou, nesta quinta-feira (21), que o conflito na Ucrânia já tem aspecto de guerra “mundial” e declarou que não descarta atingir as potências ocidentais que forneceram a Kiev as armas usadas para atacar o território russo.

Estas ameaças ocorrem após um dia de forte tensão, durante o qual a Rússia disparou contra o território ucraniano um míssil de médio alcance e de última geração, projetado para transportar uma ogiva nuclear, mas que levava explosivos convencionais.

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