O zagueiro Marquinhos afirmou que a Argentina, por ser a atual campeã da competição, é a seleção a ser batida na Copa América. Para o defensor, o Brasil precisa mostrar em campo que também é um dos favoritos.
Favoritismo argentino: “Acho que a atual campeã é sempre a equipe a ser batida. Mas independente do momento, a gente viu a seleção argentina ganhar da gente na Copa América e a gente vivia momento melhor. Isso não quer dizer nada. Dentro de campo, muita coisa muda.”
E o Brasil? “Pela história e camisa, vamos estar focados. Mas o dentro de campo vai falar muita coisa. Equipes em bom momento talvez não sejam campeãs. Cada seleção vai fazer a sua história. Brasil sempre será um dos favoritos, mas dentro de campo temos que mostrar.”
Preparação para melhorar detalhes. “Temos um time com qualidade ofensiva muito boa. Tivemos bastante foco na transição e de pós-perda. Se estamos pressionando em bloco, que todos saibam o que fazer. Se estamos em bloco mais baixo, sabendo o que fazer, as coberturas dos volantes, o ponta fechando do lado contrário. Foram detalhes que a gente focou bastante. Sem esquecer que a seleção brasileira é alegria de jogar. Com campos menores, isso ajuda a fase defensiva, dificultando a parte ofensiva, principalmente se encontrarmos seleções mais fechadas. É importante ter estratégias. Esse tempo a gente procurou melhorar esses detalhes.”
CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DO ZAGUEIRO MARQUINHOS EM ENTREVISTA COLETIVA:
Balanço
Foi um tempo de preparação muito produtivo. Penso que para o professor e nós jogadores de ver muita coisa e testar muita coisa. Eu pude colher muitas informações. Um novo treinador, um novo ciclo, uma nova identidade que estamos tentando criar. Esses dias foram muito bons e produtivos.
O lado extracampo também foi muito bom, tranquilo, organização boa, tivemos tudo a nosso favor, questão de hotel, treinamento, tranquilidade para poder trabalhar. Tivemos alguns dias de folga, conseguimos ir ao parque, passear, sem problemas. Tudo isso acho que influencia na preparação. A gente sabe que está longe do perfeito. Estamos sempre tentando melhorar e aprimorar o que a gente pode, principalmente em questões de resultado. Mas para um começo de ciclo, foi favorável.
Reformulações no PSG e seleção
São ciclos. A seleção e o PSG… eu já venho vivenciando alguns ciclos. Tempo passa, jogadores vão e vem, principalmente em grandes clubes e seleção. Tem que estar sempre em alto nível. A gente tenta se adaptar da melhor forma. Um jogador para ser grande tem que saber se adaptar com esses momentos. A gente tenta se adaptar da melhor forma. Futebol não tem regra de sucesso muito clara. Tem time que troca tudo e deram certo. Outros, trocaram tudo e tiveram dificuldades. Vai muito do momento, do treinador, dos jogadores, da compreensão, da inteligência. Isso influencia nos resultados. Mas acho que com a experiência que a gente tem na seleção, mesmo com jogadores jovens, eles têm muita inteligência e eles vão se adaptar para melhorar o processo e encontrar a melhor forma de jogar.
O que ainda não está perfeito
Acho que todo começo de ciclo é difícil ser perfeito. Já vivenciei alguns e nenhum foi perfeito. É normal. É isso que estou tentando falar com os jogadores que estão chegando. Às vezes, a gente quer resultados, que tudo esteja perfeito de imediato. Mas isso acaba levando tempo. Por mais que joguemos juntos há tempo, a transição tem detalhes que precisamos melhorar. A gente viu na questão de desempenho dentro dos jogos que é normal que a gente tenha coisas a melhorar. A gente viu essas coisas no treinamento, com vídeos, questões táticas, defesa, ataque, cobertura, transição. São detalhes que sempre podemos melhorar, aperfeiçoar a calibrar mais. Até mesmo times que estão quatro, cinco anos juntos é difícil falar que está tudo perfeito. A gente tem essa consciência que a gente pode melhorar e estamos buscando acelerar essa perfeição. Chegar próximo o mais rápido possível.
Saúde Mental
É uma parte de extrema importância. Cada vez mais a gente vê o quanto está deixando de ser uma coisa de não se falar ou se preocupar. Todos, independente do ramo, seja seleção brasileira ou uma pessoa que está em casa. Todos têm que estar com psicológico e saúde mental bem. Quanto mais a gente vem vivenciado, sabemos lidar com as informações, os momentos. Já vivi momentos muito bons e muito ruins dentro da seleção. Sabemos o quanto é importante para todos os jogadores essa questão da saúde mental. A gente tem conversado, tendo dinâmica de grupo, sabendo que é ajuda psicológica esportiva, para a gente estar focado no nosso trabalho de metas e objetivos. Ela está aqui para ajudar com as metas do nosso dia. É mais isso. Está sendo muito importante. É conversa, a vida é isso, futebol é isso, a seleção é isso.
Referência na seleção
No futebol, acontece tudo muito rápido. Um dia eu tava vivenciando aqui com ídolos, com pessoas que eu me inspirei muito, que eu idolatrei. Alguns anos depois, estou podendo exercer esse papel. Nada forçado. Tudo é uma questão de tempo, de história, de dia a dia com eles também. Eu tento viver de uma forma normal, me aproximar cada vez mais dos jogadores que estão comigo. Quando o Thiago, David ou Miranda vinham falar alguma coisa, eu sei o quanto escutava e assimilava para mim. Eu vou falar, conversar. Até mesmo quando eu não presto atenção, tem que estar atento com suas atitudes. Tem sempre alguém vendo. No clube também. Sei do meu papel e tento trazer da melhor forma para a seleção. Ajudar de alguma forma esses meninos. Eu sei que tenho que estar sempre lutando pelo meu lugar. Ninguém tem lugar cativo. Eles tão vindo muito bem. Uma geração de zagueiros que vive um grande momento. Uma concorrência sadia e uma admiração comigo que eu possa ajudar de alguma forma.
Calor
É um aspecto importante. A gente veio para cá antes para se adaptar da melhor forma. Com dimensões do campo. Fazendo com as dimensões da Copa América. E a gente tem que ter atenção a mais com calor. Todos são profissionais para se preparar da melhor forma. A CBF está colocando a nosso favor para se hidratar bem, com pausas de treinamentos. Antes de treino e pós-jogo tem controle de hidratação. Para que os jogadores não percam muito peso. Todos sabem como fazer. A CBF faz um trabalho de apoio importante.
Copa América pavimenta Copa do Mundo?
A Copa América é uma competição histórica. Tem um peso grande ser campeão. É isso que a gente vem citando. A gente sabe a diferença quanto é bom ganhar e quanto é ruim perder. A gente leva isso com a gente, como bagagem. A gente passa essa informação para os que estão jogando pela primeira vez com a seleção. Ser campeão, para o ciclo, é muito bom. Foi bom para a gente e para a Argentina. Pode criar uma onda positiva, um caminho vencedor. É uma competição importante. São quase 20 dias trabalhando firme. A maioria em final de temporada, mas estamos trabalhando, tentando colher o máximo de informações para chegar à competição dando valor. Sabemos a diferença do ganhar e do perder. Todos são jogadores de alto nível e têm DNA de vencedor dentro deles. Por isso chegaram até aqui.
Foto Lucas Figueiredo/CBF
Por Folhapress
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