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Morte do presidente Ebrahim Raisi abre disputa de poder para duas sucessões no Irã

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A morte do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, no domingo, 19, em um acidente de helicóptero, abriu imediatamente discussões sobre a corrida pela sucessão, não apenas da presidência, mas também da posição mais poderosa no país, a de líder supremo. A agência estatal IRNA afirmou nesta segunda, 20, que uma falha técnica provocou a queda da aeronave em uma região próxima da fronteira com o Azerbaijão.

Raisi, cujo corpo foi recuperado na madrugada de ontem com o do chanceler que viajava com ele, após mais de 12 horas de uma intensa operação de resgate, era visto como um possível sucessor do atual líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, que tem 85 anos e um histórico de doenças. Não há um herdeiro aparentemente ungido publicamente.

Autoridades anunciaram ontem que as próximas eleições ocorrerão em 28 de junho. Até lá, o vice-presidente Mohammad Mokhber será o presidente interino. A votação ocorrerá enquanto os líderes do Irã estão envolvidos em um conflito regional com Israel e enfrentam agitação interna – dificuldades econômicas agravam o descontentamento com o governo.

O funeral do presidente começará nesta terça, 21, e na quarta-feira, 22, haverá um cortejo fúnebre em Teerã. Khamenei, no domingo, procurou minimizar a possibilidade de tumulto. “A nação não precisa se preocupar ou ficar ansiosa, pois a administração do país não será interrompida”, escreveu no X.

Disputa

Para analistas, a morte do presidente deve desencadear disputa entre as facções conservadoras mais próximas do poder. “Presumindo que Khamenei e o Conselho Guardião (responsável pela verificação das eleições) não vão permitir que nenhum candidato reformista ou moderado concorra, veremos uma rivalidade intensificada entre os campos conservadores”, disse Mehrzad Boroujerdi, um especialista em Irã na Universidade de Ciência e Tecnologia do Missouri. Nas últimas eleições, moderados e reformistas vêm perdendo espaço para candidatos conservadores e mais alinhados ao líder supremo.

Além da disputa pela presidência, a morte de Raisi aumentou a especulação sobre possíveis candidatos a líder supremo. Entre eles estão o filho de Khamenei, Mojtaba Khamenei, de 54 anos, e Alireza Arafi, de 67 anos, membro da Assembleia de Especialistas, o grupo responsável por selecionar um novo líder supremo.

A ascensão de Mojtaba iria contra as visões do aiatolá Ruhollah Khomeini, o fundador da república islâmica, que comparou um governo por dinastias à monarquia ilegítima que ele ajudou a derrubar na revolução de 1979. O próprio Khamenei disse no ano passado que um governo hereditário era anti-islâmico.

A liderança iraniana nunca discute sucessores potenciais em público, deixando a questão de quem governará o país após a morte de Khamenei uma matéria de especulação. O país só escolheu um novo líder supremo uma vez antes, quando Khamenei substituiu Khomeini em 1989. Khamenei foi selecionado por um grupo fechado de pessoas que haviam sido escolhidas por Khomeini, e sua nomeação só foi anunciada publicamente depois.

Última palavra

O presidente iraniano é o segundo em comando. Presidentes anteriores conseguiram, até certo ponto, perseguir agendas pessoais e os interesses de suas bases, mas o líder supremo tem a última palavra em todas as decisões importantes.

Raisi era, de longa data, um homem leal a Khamenei e um clérigo linha-dura, com um histórico de usar o sistema legal e as forças de segurança para silenciar dissidências. Sua previsibilidade agradava a Khamenei, que na última década ajudou a projetar sua ascensão.

Alguns especularam que Raisi foi posicionado para a presidência porque seria bom para a Guarda Revolucionária exercer influência no poder, devido à falta de ambição pessoal e experiência política. Observadores também especularam que sua presidência foi uma espécie de teste, uma tentativa de construir uma base popular para ajudá-lo em seu caminho até o cargo mais alto. O próprio Khamenei foi presidente, antes de se tornar líder supremo.

Mojtaba, o filho do líder supremo, não ocupa um cargo oficial no Irã, mas acredita-se que ele exerça uma vasta influência no aparato de inteligência e na Basij, um grupo paramilitar sob a Guarda Revolucionária que foi usado para suprimir protestos públicos. Esses laços o tornam uma escolha controversa, particularmente entre reformistas e moderados, e sua ascensão a líder supremo poderia causar divisões na elite política do país

Arafi, outro potencial sucessor de Khamenei frequentemente mencionado, é menos conhecido publicamente, mas ocupa várias posições religiosas prestigiosas desde o início dos anos 2000. Após ser escolhido por Khamenei para chefiar a Universidade Internacional Al-Mustafa, a principal instituição usada pelo Irã para espalhar o ensino xiita pelo mundo, Arafi tornou-se o líder das orações de sexta-feira no centro religioso de Qom. Agora ele é o diretor de todos os seminários islâmicos no Irã, um dos papéis religiosos mais influentes do país.

Fonte: Estadão Conteúdo

           

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Calor extremo matou mais de mil pessoas durante peregrinação a Meca

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Mais de mil pessoas morreram durante a grande peregrinação anual a Meca, realizada em 2024 sob um calor escaldante, de acordo com uma contagem atualizada da AFP nesta quinta-feira (20).

O novo balanço inclui outros 58 egípcios, elevando para pelo menos 658 o número de peregrinos desta nacionalidade que faleceram durante o hajj na Arábia Saudita.

Desses, 630 estavam em situação irregular no reino, que distribui vistos de peregrinação anualmente por país através de um sistema de cotas.

Ao todo, 1.081 pessoas de cerca de 10 países morreram neste ano na grande peregrinação anual a Meca, um dos cinco pilares do islamismo que todo muçulmano deve cumprir caso disponha dos meios necessários.

Os números são provenientes de comunicados oficiais ou de diplomatas dos respectivos países.

O hajj, cujas datas são determinadas pelo calendário lunar islâmico, ocorreu neste ano durante o início do verão escaldante da Arábia Saudita.

O centro meteorológico nacional relatou temperaturas de até 51,8 ºC na Grande Mesquita de Meca, a cidade sagrada onde o profeta Maomé iniciou sua pregação.

TEMPERATURAS EM ALTA

Um estudo saudita publicado em maio indicou que as temperaturas nos locais onde os rituais são realizados aumentam 0,4 ºC a cada dez anos.

A Arábia Saudita tem um sistema de cotas para peregrinos por país, mas a cada ano dezenas de milhares viajam para o reino por vias irregulares, por não terem dinheiro suficiente para custear o procedimento oficial.

Esses peregrinos são mais vulneráveis ao calor extremo, já que sem documentos oficiais não conseguem acessar os espaços com ar condicionado disponibilizados pelas autoridades sauditas, que neste ano receberam 1,8 milhão de peregrinos autorizados.

“As pessoas estavam exaustas”, disse um diplomata à AFP nesta quinta-feira, referindo-se ao exaustivo dia de sábado, quando os fiéis passaram o dia fora durante a subida ao monte Arafat, uma colina próxima a Meca onde, segundo a tradição, Maomé proferiu seu último sermão.

Segundo o diplomata, a principal causa de morte entre os peregrinos egípcios foi o calor.

Familiares buscam informações

Além dos egípcios, morreram peregrinos da Malásia, Paquistão, Índia, Jordânia, Indonésia, Irã, Senegal, Tunísia e Curdistão iraquiano. Também há desaparecidos, e seus parentes procuram por eles nos hospitais da região.

O Facebook e outras redes sociais estão inundados de fotos de desaparecidos e pedidos de informações.

A Arábia Saudita não divulgou informações sobre os falecidos, embora apenas no domingo tenha informado sobre mais de 2.700 casos de “esgotamento por calor”.

No ano passado, vários países relataram mais de 300 mortes durante o hajj, a maioria indonésios.

A data do hajj atrasa cerca de 11 dias a cada ano no calendário gregoriano, o que significa que no próximo ano ocorrerá mais cedo, potencialmente em condições mais amenas.

Receber o hajj é uma fonte de prestígio para a família real saudita, e o título oficial do rei Salman inclui as palavras “Custódio das Duas Mesquitas Sagradas”, em Meca e Medina.

O hajj tem sido palco de várias tragédias ao longo dos anos, a mais recente em 2015, quando um pisoteamento durante o ritual de “apedrejamento do diabo” em Mina, perto de Meca, resultou na morte de até 2.300 pessoas, sendo a pior delas até hoje.

Fonte: JC

 

           

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Maduro firma acordo e diz que vai respeitar resultado da eleição na Venezuela

Oito dos dez candidatos assinaram o acordo.

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A quase um mês da eleição presidencial na Venezuela, o ditador Nicolás Maduro assinou nesta quinta-feira (20) um documento em que se compromete a respeitar o resultado do pleito. O texto não foi endossado por Edmundo González, o principal candidato da oposição, que o descreveu como uma “imposição unilateral” e voltou a lançar dúvidas sobre a lisura do processo.

“O que quer que o juiz eleitoral diga, amém”, disse Maduro após a assinatura. “Chega de sabotagem contra o nosso país, chega de conspirações. A Venezuela quer tranquilidade.”

O chefe do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Elvis Amoroso, considerado próximo ao chavismo, leu o acordo durante cerimônia. O texto menciona “a vontade absoluta de reconhecer os resultados emitidos pelo poder eleitoral” e uma competição em “clima de respeito, paz e participação democrática”.

Oito dos dez candidatos assinaram o acordo. Maduro foi o último; os outros sete se definem como opositores, embora sejam acusados de serem colaboradores do regime.

Foto Reuters

Por Folhapress

           

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Israel bombardeia campo de refugiados em Gaza definido como “zona segura”

A agência, citada pela EFE, informou que a operação israelense resultou em pelo menos sete mortes.

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O Exército israelense bombardeou hoje o campo de refugiados de Al Mawasi na Faixa de Gaza, previamente designado como “zona segura”, após uma ofensiva em Rafah, no sul do enclave, segundo a agência de notícias palestina Wafa.

A agência, citada pela EFE, informou que a operação israelense resultou em pelo menos sete mortes.

Fontes palestinas, também citadas pela EFE, indicaram que o Exército israelense está pressionando Al Mawasi a partir do norte, enquanto avança no bairro ocidental de Tal al Sultan em Rafah, conseguindo assim cercar a cidade completamente.

Apesar das críticas de organizações humanitárias sobre a localização desse campo de refugiados próximo à costa de Gaza, composto por tendas improvisadas e sem serviços básicos, milhares de palestinos se dirigiram para lá, fugindo dos constantes ataques militares israelenses em Rafah.

Apenas 65.000 das 1,4 milhões de pessoas deslocadas permanecem nesta cidade do sul do enclave, próximo à fronteira com o Egito, informou a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA). Outras dezenas de milhares estão distribuídas entre Al Mawasi, Kan Younes (sul) e Deir al Balah (centro), entre outros locais.

A pressão das Forças Armadas israelenses sobre Al Mawasi sugere uma nova retirada em massa em um território onde 1,7 milhões de pessoas já estão deslocadas, enfrentando uma grave crise humanitária.

“Nos últimos meses na Faixa de Gaza, aproximadamente 67% das instalações de saneamento e infraestrutura de água foram destruídas ou danificadas”, alertou hoje a UNRWA na rede social X. “À medida que as doenças continuam a se espalhar e a temperatura aumenta, a falta de higiene e a desidratação ameaçam a saúde das pessoas em toda a Faixa de Gaza”, acrescentou a agência da ONU.

O escritório de direitos humanos da ONU também denunciou em um relatório publicado hoje a “repetida violação dos princípios fundamentais das leis de guerra” pelos ataques israelenses contra a população civil, que “podem implicar uma acusação de crimes contra a humanidade”.

Em entrevista a um canal de televisão israelense, o porta-voz do Exército israelense, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que “a ideia de destruir o Hamas é ilusão”, pois o movimento islamita palestino, que controla Gaza desde 2007, é “um conceito”. “Está enraizado no coração das pessoas. Quem pensa que podemos eliminar o Hamas está enganado”, acrescentou.

Hagari sugeriu como alternativa “promover algo que o substitua”, declarações que contradizem o objetivo anunciado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de “destruir o Hamas” como condição para o fim do atual conflito.

O gabinete do primeiro-ministro, em comunicado posterior, contestou veladamente as declarações de Hagari, indicando que “Netanyahu definiu como um dos objetivos da guerra a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas. Em consequência, o Exército está comprometido com isso”.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo Hamas em solo israelense em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortes e levou ao sequestro de duas centenas de reféns, segundo autoridades israelenses.

Desde então, Tel Aviv lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou mais de 37 mil mortes e mais de 85 mil feridos, de acordo com autoridades do enclave palestino, controladas pelo Hamas. Estima-se que 10 mil palestinos ainda estejam soterrados nos escombros após cerca de oito meses de guerra, que também está desencadeando uma grave crise humanitária.

O conflito causou quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestino em uma grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas em uma “situação de fome catastrófica”, o maior número já registrado pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ocupados por Israel, pelo menos 520 palestinos foram mortos pelas forças israelenses ou por ataques de colonos desde 7 de outubro.

Foto Lusa

Por Notícias ao Minuto

           

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