Consideradas as mais antigas do mundo, as múmias dos Chinchorros, localizadas ao norte do Chile, estão passando por um processo de decomposição e se deteriorando rapidamente.
As obras de arte, encontradas em sítios arqueológicos de várias cidades chilenas, estão em um estado de decadência e abandono, de acordo com o arqueólogo da Universidade de Tarapacá, Bernardo Arriaza.
“Temos que trabalhar para criar os parques arqueológicos, a fim de preservar estes artefatos nos sítios. Atualmente, enquanto as múmias são preservadas em museus, os sítios arqueológicos Chinchorro são abandonados. Sem resolver esses problemas, não poderemos declarar as múmias como um Patrimônio da Humanidade pela Unesco”, disse Arriaza.
Encontradas entre o Chile e o Peru, as múmias datam de 5.050 a.C, sendo cerca de dois mil anos mais antigas do que as egípcias, e “representam uma população de pescadores que viveu organizada em grupos menores e não estruturados como era no antigo Egito”, completou ele.
Para essa população, o ritual de mumificação era realizado não apenas com pessoas importantes, como ocorria com os faraós egípcios, mas sim com todos os membros da comunidade.
As múmias eram coloridas, vermelhas ou pretas e os olhos e a boca eram deixados abertos. ”Uma expressão mais de vida do que de morte. Uma outra peculiaridade é que muitas crianças eram mumificadas – e até mesmo fetos. Sinal de uma grande empatia pela humanidade”, afirmou Arriaza.
Os Chinchorros foram os primeiros habitantes da costa do deserto do Atacama, sendo sedentários e com amplo conhecimento de anatomia. O processo de mumificação continuou ininterrupto por 3,5 mil anos e era realizado com uma camada de argila para dar forma ao corpo, enquanto na cabeça eram usados máscara e uma peruca de cabelos humanos negros.
(Da ANSA)