Nesta terça-feira (10), a pesquisadora da Universidade de Galway Pilar Luz Rodrigues participou do programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, para discutir a violência contra brasileiros na Irlanda, especialmente em Dublin. Recentemente, alguns casos de xenofobia chamaram a atenção no país.
Na entrevista, a pesquisadora explicou que, inicialmente, os brasileiros se estabeleceram em áreas rurais, como Gort, onde a integração com a população local ocorre de maneira mais positiva. Já nos centros urbanos, a situação é preocupante, com o aumento da violência e do discurso xenofóbico.
De acordo com Rodrigues, as violências são alimentados por fatores como a crise habitacional, a pressão por moradia devido ao aumento populacional e a utilização desses temas em discursos de extrema-direita.
Devido ao alto custo de vida, grande parte desses imigrantes opta por trabalhar enquanto estudam para garantir sua manutenção. Na Irlanda, não há restrição para que imigrantes estudem e trabalhem simultaneamente. Muitos imigrantes acabam trabalhando como entregadores, o que os torna mais vulneráveis a ataques.
“Em várias e várias situações, [a violência] é para diversão mesmo. O que a gente vê são grupos de jovens, às vezes são gangues, mas às vezes são grupos de jovens, crianças até, que sabem que são protegidas por lei. Eles falam que não vai ter consequências para eles e atacam pessoas na rua”, comentou a pesquisadora sobre as motivações dos agressores.
Casos recentes
Casos recentes mostram essa realidade. Entregadores, em especial, têm sido alvos de agressões físicas, realizadas por grupos organizados ou adolescentes que atacam “pelo prazer da violência”.
Além disso, muitos brasileiros relatam os incidentes, mas desistem de registrar novas ocorrências, acreditando que nada será feito pela polícia irlandesa, conhecida como Garda.
Imigrantes que buscaram melhores condições de vida e segurança enfrentam uma rotina marcada pelo medo e pela necessidade de adaptar suas rotinas para evitar riscos. Muitos optam por não trabalhar à noite e evitam locais conhecidos por episódios de violência.
Segundo a pesquisadora, embora a maioria das vítimas seja brasileiros, os ataques também têm afetado turistas de outras nacionalidades, mulheres, negros e pessoas em situação de rua.
Fonte: JC
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