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Perseguidos, LGBTI’s recebem refúgio no Brasil

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O Brasil recebeu, em seis anos, 369 solicitações de refúgio relacionadas a orientação sexual ou identidade de gênero.

Em Moçambique, seu país de origem, Lara Lopes, 34, tentou se manter “discreta” durante anos sobre uma parte importante de si mesma: sua orientação sexual. Ainda assim, foi agredida por desconhecidos na rua e chegou a ser presa – foi colocada em uma cela com homens.

Também foi alvo de piadas na universidade e, por mais que se esforçasse, não conseguia emprego. “Percebi desde criança que era diferente. Gostava de usar cabelo curto, roupas de rapaz, de jogar futebol”, diz. “Na juventude, piorou. Tive namoradas, mas tudo escondido. Venho de uma família conservadora. Um tio mais agressivo ameaçou me bater várias vezes”, lembra.

Mais do que um tabu, as relações homossexuais eram crime em Moçambique até 2015. Em 2013, Lara se cansou e resolveu vir para São Paulo. “Eu não via nenhuma  perspectiva lá. Aí assisti a uma novela brasileira que mostrava um casal de lésbicas, fui pesquisando e vim para cá sem me despedir de ninguém”, relata. Lara hoje tem o status de refugiada, que obteve após relatar as ameaças que sofreu em seu país por ser lésbica.

Segundo um levantamento inédito obtido pela Folha, o Brasil recebeu, em seis anos, 369 solicitações de refúgio relacionadas a orientação sexual ou identidade de gênero. A pesquisa, feita pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e pelo Comitê Nacional para os Refugiados, ligado ao Ministério da Justiça (Conare), baseou-se em dados do período de 2010 a 2016.

A partir de 2017, com o aumento expressivo de pedidos após a chegada de milhares de venezuelanos, o grupo interrompeu a filtragem das novas solicitações, mas continuou contabilizando, até julho de 2018, as decisões sobre os processo em andamento.

Muitos desses pedidos (195) ainda estão pendentes, mas, dos já analisados, a maioria teve resposta positiva: 134. Apenas 20 foram negados e outros 20 foram arquivados. O país é o quarto do mundo a fazer esse tipo de recorte de dados públicos, depois de Bélgica, Inglaterra e Noruega, afirma Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Acnur.  Nesta quarta-feira (28), será lançada uma plataforma online que reúne essas  informações.

“É importante garantir o acesso a esses dados para fomentar a pesquisa e incentivar a proteção a essas pessoas, que têm necessidades específicas”, diz Godinho. Segundo o levantamento, 89% das solicitações foram feitas por pessoas vindas de países africanos. Os cinco primeiros da lista (Nigéria, Gana, Camarões, Serra Leoa e Togo) criminalizam as relações entre pessoas do mesmo sexo “”atualmente, há mais de 70 países no mundo nessa situação. Em alguns estados do norte da Nigéria, a punição é a pena de morte.

Pela análise, a maior parte dos solicitantes (87%) são homens cisgênero, ou seja, que se identificam com seu gênero de nascimento. Houve dois registros de mulheres  transexuais, ambas de Angola. Em relação à orientação sexual, gays são a maioria (65%), lésbicas são 10% e bissexuais, 3%. Há também heterossexuais que sofreram preconceito por serem percebidos como LGBTI ou por trabalharem com ONGs de defesa de direitos humanos.

Foram contabilizadas apenas solicitações nas quais o motivo de pedido de refúgio está relacionado à orientação sexual ou à identidade de gênero. Segundo o Acnur,  provavelmente há um universo maior de refugiados LGBTI em território brasileiro, até porque muitos não se sentem seguros para declarar sua orientação sexual nas entrevistas.

No total, o Brasil reconheceu cerca de 10 mil refugiados de 2007 a 2017. O número de solicitações entre 2011 a 2017 foi de 126 mil. A convenção mundial e a legislação brasileira sobre refugiados reconhecem esse direito a pessoas que sofrem “fundado temor de perseguição” devido à sua opinião política, raça, nacionalidade, religião e grupo social. A interpretação da ONU, seguida pelo Brasil, é que refugiados LGBTI se encaixam no último grupo.

“Apesar de historicamente essa população sofrer perseguição no mundo, a análise desses pedidos de refúgio é relativamente nova. Só a partir de 2000 o Acnur começou a emitir diretrizes sobre o tema”, diz Godinho. O primeiro caso de refúgio ligado a orientação sexual no Brasil foi concedido em 2002 a um casal de homens colombianos que vivia em uma área com muita violência homofóbica praticada por grupos armados.

Em alguns países, homossexuais podem receber chibatadas, ser multados, detidos e ser condenados à prisão perpétua e até à pena de morte. Para o antropólogo Vitor Lopes Andrade, que estudou o tema em São Paulo, na Espanha e atualmente faz pesquisa na Inglaterra, o Brasil é avançado em relação a outros países nos processos formais de acolhimento desse público. “Tem lugar que exige provas como fotos e vídeos íntimos. Já o Brasil se baseia na narrativa da pessoa”, diz.

A principal dificuldade, aponta, é na integração. Muitos sofrem preconceito dentro dos centros de acolhida, por exemplo “”tanto que, em Manaus, foi criado neste ano um abrigo específico para refugiados LGBTI, o primeiro do país. “A falta de redes de apoio é uma questão central. Normalmente os imigrantes se baseiam no contato com pessoas da mesma nacionalidade, mas esses refugiados são discriminados pelos conterrâneos por sua orientação sexual”, observa.

Para Andrade, deve haver diálogo entre ONGs voltadas para imigrantes e para o público LGBT, além de treinamento em entidades que atendem essas pessoas. “Elas precisam se sentir seguras para contar sua história. Já houve problemas de chamarem um intérprete do mesmo país e haver discriminação durante a entrevista, por exemplo.”

Para a moçambicana Lara, a vinda da namorada, dois anos depois dela, ajudou em sua adaptação ao Brasil. O casal está junto há oito anos. “Não quero faltar ao respeito com ninguém. Só quero formar uma família, conseguir um trabalho”, afirma ela, que está concluindo uma especialização em tecnologia da informação e faz estágio em uma ONG. “A diferença é que aqui a gente não precisa mentir.” (Da Folha PE)

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Saiba como comprar passagens aéreas por R$ 200,00 reais pelo Programa Voa Brasil

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Com o lançamento na quarta-feira (24) do Voa Brasil, programa do governo federal que vai ofertar a grupos específicos passagens de avião por R$ 200 o trecho, já existe um caminho a seguir para ter acesso aos voos. Nesta primeira fase do programa, os aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) serão os únicos atendidos. As demais categorias ainda não possuem datas específicas para entrar no programa.

Serão 3 milhões de passagens a R$ 200 o trecho, disponíveis pelas companhias aéreas nos próximos 12 meses e 23 milhões de aposentados que estariam aptos a comprá-las, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). Vale lembrar que o cidadão terá de pagar, ainda, taxa de embarque, que varia conforme o aeroporto.

A primeira informação é de que, para participar do Voa Brasil, é preciso ter conta de nível prata ou ouro no Gov.br. O segurado deve acessar o site voabrasil.sistema.gov.br e informar sua senha do Portal Gov.br.

Serão disponibilizadas 3 milhões de passagens para todo o Brasil, mas o aposentado não pode ter viajado de avião nos 12 meses anteriores. Se quem já voou nos últimos 12 meses tentar fazer a compra, não conseguirá. A mensagem: “Verificamos que você voou recentemente. O benefício será liberado após 12 meses do último voo” surge.

Cada aposentado terá direito a duas viagens no ano. Ao comprar o bilhete, se desistir da viagem, terá de seguir as regras da companhia aérea sobre cancelamento e devolução de valores. A devolução não poderá ser feita pelo site do programa do governo. (Do JC)

 

           

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Assédio Eleitoral: uma ameaça a liberdade do voto

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O assédio eleitoral, uma prática ilegal que busca influenciar a escolha política de pessoas por meio de coação ou promessas, ou ainda por meio do oferecimento de benefícios em troca de uma escolha política, é rigorosamente combatido pelo Ministério Público em todos os seus ramos.

Considerado uma violação dos direitos humanos, esse tipo de assédio ameaça a igualdade de oportunidades e é totalmente incompatível com um ambiente social igualitário e livre. A liberdade de voto é um direito fundamental, e qualquer tentativa de limitá-la é ilegal. Se você testemunhar ou sofrer assédio eleitoral, denuncie! Sua ação protege a democracia e garante um processo eleitoral justo.

 

 

           

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Jovem é preso por matar e esquartejar colega e esconder corpo na cama em GO

O crime foi praticado no Setor Jardim Santo Antônio, em Goiânia (GO), na quarta-feira (24).

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Um jovem de 21 anos foi preso por suspeita de matar e esquartejar um homem de 58, de quem ele seria conhecido. O crime foi praticado no Setor Jardim Santo Antônio, em Goiânia (GO), na quarta-feira (24).

Vítima teria sido morta asfixiada por um travesseiro. Após o crime, o suspeito esquartejou o corpo do homem, escondeu embaixo de uma cama e colocou o travesseiro usado no assassinato dentro de uma geladeira -a almofada foi encontrada com marcas de sangue, segundo informações da Polícia Militar de Goiás.

Suspeito confessou o crime e alegou que a vítima teria tentado abusar sexualmente dele. Conforme a PM, o jovem, que não teve a identidade revelada, disse que a vítima acreditou que poderia “acontecer mais coisas” entre eles e teria tentado “oprimi-lo com uma faca”, momento em que o suspeito disse ter matado o homem.

Vítima e suspeito estariam morando juntos. O jovem, que residia em Senador Canedo, teria se mudado recentemente para Goiânia e conhecido a vítima em um terminal de ônibus. O homem teria convidado o jovem para morar na casa dele até que ele conseguisse se estabelecer na cidade e arrumasse um emprego. Os itens pessoais do suspeito foram encontrados na casa do morto.

A polícia descobriu o crime após amigos da vítima desconfiarem de seu sumiço. O homem parou de ir ao local de trabalho e não atendia ligações. Amigos dele foram até a residência, mas não o encontraram. Desconfiados, acionaram as autoridades e o crime foi descoberto. O corpo foi levado para o IML e submetido a exames necroscópicos.

Jovem foi preso em flagrante e deve responder por homicídio. Ele foi encaminhado para a Central de Flagrantes de Goiânia e está à disposição da Justiça estadual. O caso está sob responsabilidade da Polícia Civil de Goiás, que disse ter instaurado inquérito para apurar o ocorrido. Como não teve a identidade revelada, não foi possível localizar a defesa do suspeito.

Foto Shutterstock

Por Folhapress

           

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