Estudantes da Escola Municipal Waldemar Barroso, em Fortaleza, iniciaram o ano letivo sem carteiras suficientes nas salas de aula. Eles assistiram aulas sentados no chão
Estudantes da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Waldemar Barroso, em Fortaleza, assistiram as primeiras aulas do ano letivo sentados no chão. Na quarta-feira (27), a escola iniciou o primeiro dia de aula e estava com número insuficiente de carteiras para atender a todos os alunos. Dessa forma, o jeito foi os estudantes improvisarem, usando as pernas ou assentos de cadeiras de plástico como apoio para os cadernos.
O problema foi relatado pelo Sindiute (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza), que fotografou alunos escorados nas paredes e até de cócoras para conseguirem copiar o conteúdo da lousa nos cadernos.
A Secretaria Municipal da Educação negou que haja problemas de falta de mobiliário nas escolas da rede pública municipal e afirmou que a Escola Waldemar Barroso está “devidamente equipada com carteiras escolares”. Segundo a prefeitura de Fortaleza, nenhuma das mais de 4.500 salas de aula das escolas que gere estão com problema de falta de carteiras escolares.
Na Escola Municipal 11 de Agosto, em Fortaleza, há uma piscina inutilizada, descoberta, com água suja, com foco de mosquito aedes aegypti.
“Com relação às fotos divulgadas pelo sindicato da categoria dos professores, tratou-se de um caso isolado onde foi realizada uma atividade em sala, com os alunos sendo convidados a sentarem no chão. A secretaria informa que instaurou procedimento administrativo para apurar o caso, tendo em vista que não há problema sistêmico de falta de mobiliário nas escolas municipais”, informou a secretaria.
Outros problemas
Segundo a presidente do sindicato, Ana Cristina Guilherme, outras escolas de Fortaleza estão com problemas estruturais e de limpeza, com suspeita de focos do mosquito Aedes aegypti, colocando em risco a saúde de professores, alunos e trabalhadores.
Na Escola Municipal 11 de Agosto, há uma piscina inutilizada, descoberta e com água parada. A sujeira do local levanta a suspeita de que há focos do mosquito Aedes aegypti. Na escola Bernadete Oria, vazamento do sistema de água do prédio alagou a quadra de esportes. O espaço é usado para aulas de educação física e recreação, mas mesmo com o alagamento, a quadra não está interditada e alunos ficam com uniformes molhados nas aulas. Alunos da escola municipal Hilberto Silva estão sendo dispensados às 10h porque a escola não tem cozinha para preparar a merenda. Em reforma, o prédio não tem banheiros e professores e alunos não conseguem passar a manhã sem usar o sanitário.
“Abandono da prefeitura com a educação pública é problema que ocorre em 100% das escolas de Fortaleza. Todas têm problemas, desde a falta de estrutura a lápis, cadernos e carteiras. Dispensar estudante antes do horário não resolve o problema porque a maioria das crianças das escolas do município a não tem o almoço em casa, a única refeição que tem, muitas vezes, é a merenda. Isso é um desrespeito com o aluno e pais, porque ninguém admite que a criança chegue no primeiro dia de aula e seja recebido dessa forma”, disse a presidente do Sindiute.
Sobre os problemas registrados na Escola Bernadete Oriá, a secretaria disse que está ciente do caso e que já tomou providências para solucionar o problema, sem informar a data que ocorrerão os reparos no prédio. Já em relação à piscina da Escola 11 de Agosto, a prefeitura destacou que uma empresa está limpando o local e aterrando as piscinas. A secretaria disse ainda que a reforma dos banheiros e da cozinha da Escola Hilberto Silva não está atrapalhando a rotina dos alunos. “Durante a reforma, somente o intervalo será interrompido. Os horários de aula estão sendo cumpridos rigorosamente”, explicou.
(Do Uol)