Foto: Brenda Alcântara/Folha de Pernambuco
Começou nesta terça-feira (07), e deve durar até a quarta-feira (8), a paralisação de advertência dos médicos da rede municipal de saúde do Recife. A estratégia, segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Tadeu Calheiros, é repetir a cada 15 dias a advertência para denunciar a precarização do setor.
Ele diz que é cedo para fazer um balanço da paralisação, mas por meio da comunicação com outros médicos, calcula que a adesão chegou a mais de 50% dos profissionais. “Estamos aguardando a sinalização da Prefeitura do Recife sobre o pedido de uma audiência com o prefeito Geraldo Julio. Não podemos negar que já ocorreram diversas rodas de negociação, mas não aceitamos as propostas apresentadas pelas secretarias de Administração e de Saúde da Prefeitura”, conta Calheiros, sobre as reivindicações da categoria que são, entre outras, mais segurança nas unidades de saúde, entre postos e hospitais e recomposição salarial.
Ainda segundo ele, entre as respostas da administração municipal estão reajuste zero para os salários e “apenas promessas” de instalação de câmeras de segurança nas unidades. “Queremos o retorno dos vigilantes às unidades de saúde da família. Os locais estão sendo alvos de assaltos, roubos e até sequestro”, contou ele.
Para o segundo dia de paralisação o presidente do Simepe adiantou que está programada uma reunião na sede do sindicato, na avenida João de Barros, na Boa Vista, área central do Recife, e, possivelmente, começar a visitar as unidades saúde para colocação do selo criado pelo Sindicato para denunciar onde existem serviços, sendo ele, precarizados.
“Vamos visitar ambulatórios e Postos de Saúde da Família (PSF) para mostrar à população as condições reais do serviço. Não só as instalações físicas, mas também a deficiência do quadro de funcionários destes PSFs e das maternidades, como a Bandeira Filho, em Casa Amarela, que têm os plantões reduzidos por falta de médicos”, explicou, lembrando que a Prefeitura do Recife também teria prometido realizar concurso público.
A paralisação de advertência de 48 horas, nos serviços eletivos e ambulatoriais, foi decidida depois de aprovação do movimento em assembleia geral extraordinária da categoria. Nova paralisação volta a acontecer nos dias 21 e 22 deste mês caso o impasse não se resolva na mesa de negociações. Atendimentos de urgência e emergência no município serão mantidos.
Procurada pela Folha de Pernambuco, a Secretaria de Saúde do Recife disse que vai se pronunciar por meio de nota ainda na manhã desta terça. E um balanço da paralisação segundo os dados levantados pela PCR será divulgado no final da tarde.
(Da Folha PE)
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