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Começa a chegar nesta semana a farmácias e clínicas particulares brasileiras o antiviral molnupiravir. Produzido pela farmacêutica MSD com o nome comercial Lagevrio, ele foi aprovado no Brasil para tratamento de pacientes adultos com Covid-19 leve ou moderada, não hospitalizados, que não requerem oxigenação suplementar e que apresentam alto risco para agravamento da doença.
De acordo com a empresa, o antiviral oral estará disponível em hospitais, clínicas oncológicas e farmácias que já manifestaram interesse em adquirir o produto. A venda requer prescrição médica e a estimativa é de que o tratamento custe ao consumidor, em média, R$ 1.700.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial do antiviral para adultos com risco de progressão da doença em maio e posteriormente o produto foi avaliado pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), que estudou possíveis benefícios e impactos de sua inclusão no SUS.
Em seu relatório, a equipe avaliadora afirma que o medicamento “provavelmente reduz o risco de hospitalização ou morte em pacientes com Covid-19 leve à moderada e que apresentam risco de agravamento da doença”, mas o “efeito absoluto é modesto e significativamente inferior ao de outro medicamento já incorporado para mesma indicação”.
Dados preliminares de um ensaio realizado no Reino Unido com mais de 25 mil pessoas apontam que o antiviral poderia acelerar o tempo de recuperação do paciente, mas não reduziria hospitalizações.
O relatório da Conitec baseia-se em um ensaio clínico de fase três com 1.433 pacientes não vacinados e com pelo menos um fator de risco para agravamento da doença. Os participantes foram divididos em dois grupos, um que recebeu placebo e outro que recebeu 800 mg de molnupiravir duas vezes ao dia por cinco dias. O risco de hospitalização ou morte no grupo molnupiravir foi de 6,8%, contra 9,7% no grupo placebo.
A equipe também menciona que a revisão sistemática publicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em março mostrou uma redução de 43 internações a cada mil pacientes tratados com molnupiravir em comparação ao placebo, evidência que foi classificada como de certeza moderada. No caso da mortalidade, o molnupiravir evitaria seis mortes a cada mil pacientes, evidência classificada como de certeza baixa.
Já para a análise econômica de incorporação ao SUS, a Conitec comparou o molnupiravir ao nirmatrelvir/ritonavir –medicamento recentemente incorporado ao SUS para a mesma indicação– e concluiu tratar-se de uma tecnologia que resultaria em maior custo e menor efetividade.
Com base na avaliação, a Conitec recomendou a não incorporação ao SUS. O parecer poderá ser reavaliado caso sejam apresentados novos fatos capazes de alterar o resultado da análise.
Por Folhapress
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