Pernambuco
Famílias reclamam de indenizações de transposição do Velho Chico
A construção dos canais para a transposição do rio São Francisco levou esperança de água a parte do semiárido nordestino, mas também trouxe problemas para comunidades e famílias retiradas para a passagem dos eixos leste e norte.
Durante três dias, o UOL visitou cidades nos Estados de Pernambuco e Paraíba e ouviu relato de agricultores que tiveram que sair de suas casas e terras para dar passagem ao eixo leste da transposição, inaugurado no último dia 10.
Apesar de sempre se colocarem como favoráveis à obra, eles criticam a forma como as desapropriações ocorreram, muitas vezes indenizando agricultores com valores bem abaixo do que valeriam suas posses.
“Ele ficou em depressão quando o processo começou”
O líder comunitário e rural Suitiberto Patriota, 56, ressalta que uma queixa dos moradores da região é com a escolha das terras para passagem dos canais. “Pegaram as terras baixas, que eram as mais produtivas. Eram as melhores terras, onde havia plantações. Eles tiraram mais que terras, levaram o sonho, a vida das pessoas. Isso as indenizações não pagam”, conta o líder, que é o representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sertânia (PE) e interlocutor de dez entidades locais.
Um dos maiores críticos desse processo foi Heleno Palmeira, morador do distrito de Pernambuquinho, em Sertânia, que morreu aos 74 anos em novembro. “Meu marido estava bonzinho aqui na sala, disse de repente que deu uma agonia na cabeça, que ficou cego e ali mesmo morreu”, conta a viúva, Neuza Ramos, 71, que diz que a luta dele por suas terras acabou acelerando a morte. “Ele ficou em depressão desde que esse processo começou”, completa.
A execução das obras também foi de grande sofrimento. “Toda vez que tinha as implosões na obra ele tirava as vaquinhas pra longe. Andava 1 km. Sem contar que as pedras e escombros matavam a palma que ele plantava. Cada explosão matava ele um pouquinho. Muitas vezes ele tirava as vacas chorando, era muito revoltado com o que fizeram”, conta.
“Minha terra foi cortada ao meio”
Em Monteiro (PB), Maria Aparecida de Souza Pereira, 49, conta que recebeu R$ 13 mil de indenização, em 2014, por uma área às margens da BR-110 onde havia o parque de vaquejada Recanto Verde, localizado no sítio Mulungu. A família, porém, não aceita o valor –que não representaria 20% do preço correto– e procurou a Justiça.
“Minha terra foi cortada ao meio, sobrou só uma pequena área para criar os cavalos”, conta a mulher, que é proprietária de um bar às margens da rodovia e ao lado do canal.
A família de Pereira já foi chamada pela Justiça e houve uma audiência, mas o governo não apresentou proposta. “Nós pedimos R$ 100 mil, mas baixamos para R$ 80 mil e, por fim, oferecemos 50 mil, mas eles não sinalizam nada. Estamos aguardando”, diz.
Ela relata que o prejuízo sentimental foi maior do que a questão financeira. Segundo diz, o filho de 33 anos foi o que mais sofreu com a perda das terras. “Ali era o sonho dele, o parque era o que ele mais queria na vida. Ele disse ao engenheiro que podia dar um caminhão com dinheiro a ele que ainda assim preferiria o parque. Hoje não temos mais área”, explica.
“Fomos enganados, fizeram muito medo”
Já o casal Manoel Messias, 50, e Maria Ilza, 51, moradores do sítio Brabo Novo, também em Sertânia, recebeu R$ 21 mil de indenização por um terreno de 7 hectares (cada hectare equivale a 10 mil m²), onde ficava a casa onde viviam e plantações.
“O dinheiro dado não deu nem para construir uma casa nova, tive que vender muitos animais para concluir a parte de dentro, porque a parte de fora e a cisterna eu não fiz ainda”, diz Messias.
“Fizemos essa casa em três vezes, demorou. Na época, não teve negociação nenhuma, vieram aqui, olharam e deram o preço. Fomos enganados, fizeram muito medo. Acabou que aceitamos, mas não devíamos, porque pagaram muito menos do que valia”, completa Ilza.
O casal Genival Gomes dos Santos, 59, e Rosilene Pinheiro, 44, mora no sítio Barreiras desde 2008 e conta que na comunidade Sant’Ana –onde vivem 16 famílias– a água da barragem foi levada pelas obras. “A água que tínhamos, o canal levou. Hoje, temos a construção aqui do nosso lado e não podemos pegar porque proíbem. A situação, para a gente, piorou. A gente espera que logo deem uma solução”, conta Rosilene, que compra por R$ 120 um caminhão-pipa com 8.000 litros de água.
Casas com falhas e cupins
Em Sertânia, a Agrovila Produtiva também tem relato de problemas. No local, moram agricultores que foram atingidos pelas obras, mas não receberam indenização e foram contemplados com casa e terras.
Alguns moradores dizem que receberam casas com falhas. A própria presidente da Associação Vila Produtiva Rural do Sítio Salão, Elielma Ferreira, explica que a sede da associação está fechada porque parte do teto cedeu. “Há muitas reclamações, as casas aqui todas têm cupim, e elas já vieram com esse problema. Na associação, o telhado afundou”, conta.
Na residência de Ana Paula Porfírio, 38, os problemas estão logo no batente da entrada, onde há diversas rachaduras no chão. Além disso, ela afirma que a casa veio com falta de telhas, o que faz com que os móveis fiquem molhados e inchados. “Já entregaram assim, e não adianta reclamar porque eles não resolvem, dizem que é nossa obrigação fazer manutenção. Mas como é obrigação da gente, pobre, se eles já entregaram assim?”, questiona a moradora, que recebeu a casa no dia 2 de dezembro de 2015.
Ministério diz que realizou estudos para definir valores
Para a construção dos canais, o Ministério da Integração Nacional informou que indenizou 2.553 propriedades. “A equipe do ministério realizou estudos técnicos de acordo com a regularização fundiária de cada local para produzir a tabela base de valores para pagamentos das indenizações. Com a tabela-base, foi produzido um laudo técnico para cada um dos 2.553 terrenos indenizados com informações específicas”, informou.
Segundo o órgão, as demais 848 famílias não proprietárias ou donas de pequenas propriedades de terra foram reassentadas nas Vilas Produtivas Rurais, construídas pelo Ministério da Integração Nacional. Ao todo, o Projeto São Francisco construiu 18 Vilas Produtivas Rurais nos Estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba.
“O investimento do governo foi de R$ 207,5 milhões. As casas têm 99 m², e os locais têm rede de água, esgoto e energia elétrica, além de postos de saúde, escola, espaço de lazer e áreas destinadas ao comércio e à construção de templos religiosos.”
“Além das infraestruturas, as famílias contam com visitas periódicas dos técnicos do Ministério da Integração Nacional e participam de capacitações e oficinas, com objetivo de garantir a reinserção e a organização socioeconômica das comunidades”, diz o ministério.
Fonte: UOL
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Pernambuco
Nomeações de políticos por Raquel e João dão sinais para 2026
Nesta quinta-feira (30), foram publicadas novas nomeações de políticos para cargos na administração estadual, pela governadora Raquel Lyra (PSDB), em continuação a uma leva de nomeações no dia anterior. Em menor escala, a prática também foi realizada no Recife, com o prefeito João Campos (PSB) abrigando ex-vereadores e ex-candidatos na gestão municipal, em nomeações assinadas pelo vice-prefeito Victor Marques (PCdoB), que ocupava o cargo interinamente.
Ao todo, Raquel 37 políticos para cargos no Estado, sendo 29 ex-prefeitos, seis ex-vereadores, um ex-vice prefeito e um ex-candidato a prefeito.
João Campos, por sua vez, trouxe para a gestão municipal um total de 8 políticos, sendo uma ex-prefeita, dois ex-vereadores, quatro ex-candidatos a vereador do Recife e um presidente estadual de partido.
Para o cientista político Antônio Henrique Lucena, as nomeações representam “cálculo racional” de João e Raquel para as eleições de 2026, embora nenhum dos dois gestores tenham confirmado candidaturas para o pleito estadual.
“São cálculos racionais que estão sendo realizados para garantir apoios regionais e locais para a eleição de 2026. É a busca por consolidar o terreno, pavimentar o caminho”, disse.
Ainda de acordo com o cientista político, as nomeações de Raquel surtem um impacto maior e é possível identificar uma “distribuição regional das nomeações”. Já as indicações de João possuem uma limitação natural pela área de atuação, restrita à cidade.
“Vejo como um movimento relativamente natural. Claro que isso pode ser classificado como não moralmente muito recomendável, porque você vai aumentar os custos da administração pública, enquanto todos eles falam de redução de gastos, de eficiência, coisas dessa ordem”, afirmou.
Por JC
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Pernambuco
Câmara de Toritama/PE é notificada sobre cassação de Birino e Edjan: novo cálculo definirá substitutos
A Câmara Municipal de Toritama foi oficialmente notificada pela Justiça Eleitoral sobre a cassação dos mandatos dos vereadores Severino Antônio da Silva (Birino) e Edijan Enildo da Silva, condenados por compra de votos. A decisão foi confirmada pelo Juízo da 112ª Zona Eleitoral, que determinou a perda dos diplomas dos parlamentares, tornando-os inaptos para o exercício da vereança. A notificação à Câmara foi publicada nesta sexta-feira (31), conforme apurado com exclusividade pelo Blog do Evandro Lins.
A cassação foi resultado do Processo AIJE 0600276-17.2024.6.17.0112, no qual a Justiça reconheceu irregularidades eleitorais cometidas pelos vereadores. Além da perda dos mandatos, Birino e Edjan foram condenados ao pagamento de multa de R$ 53.205,00 cada, conforme previsto no artigo 41-A da Lei nº 9.504/97.
O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) revisou a decisão e manteve a cassação dos diplomas, retirando apenas a punição de inelegibilidade por oito anos, que havia sido determinada em primeira instância.
Novo cálculo dos votos definirá substitutos
Com a cassação dos vereadores, a Justiça Eleitoral agendou para 5 de fevereiro de 2025, às 10h, um novo cálculo da totalização dos votos das eleições municipais de 2024. O processo será realizado em Toritama e contará com a presença de representantes de partidos políticos, federações, coligações, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e demais entidades fiscalizadoras.
Após a recontagem, os nomes dos novos vereadores que assumirão as vagas serão divulgados e encaminhados para diplomação, conforme estabelecido pela Resolução TSE nº 23.736/2024.
Por BLOGDOEVANDROLINS
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Pernambuco
Pernambuco tem aumento de casos de coqueluche em bebês
Doença infecciosa aguda e transmissível, a coqueluche é provocada pelo bacilo Bordetella pertussis e compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios). A tosse seca é a principal manifestação. Bebês menores de seis meses são os mais suscetíveis às formas graves da doença, que podem incluir crises de tosse, dificuldade respiratória e complicações severas, como pneumonia, convulsões e lesões cerebrais.
Assim como outros Estados brasileiros, Pernambuco tem apresentado aumento no número de casos de coqueluche (também conhecida como tosse comprida), especialmente em crianças menores de 1 ano de idade.
Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) mostram que, em 2024, foram notificados, em Pernambuco, 268 casos suspeitos de coqueluche. Desse total, 75 foram confirmados (27,9%). No ano de 2023, neste mesmo período, foram notificados 232 casos, e 70 foram confirmados clinicamente (30,1%).
Assim, ao compararmos ambos os anos (2023 e 2024) no Estado, observamos um aumento de 15,5% nos casos notificados de coqueluche e também um aumento de 7,1% entre os confirmados.
Nos anos de 2023 e 2024, não houve registro de óbito por coqueluche em Pernambuco.
Em 2024, dos 268 casos notificados, 144 (53,7%) ocorreram na faixa etária de crianças menores de 1 ano de idade. Desses, 26 (34,7%) foram confirmados.
Já em 2023, 166 dos casos notificados ocorreram na mesma faixa etária, o que corresponde a 71,5%, sendo 54 confirmados clinicamente (32,5%).
Sintomas da coqueluche
A coqueluche começa como um resfriado comum: febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca. Gradualmente, a tosse se torna mais intensa, pode causar vômito e dificuldade de respirar.
Justamente por isso, crianças menores de seis meses são mais propensas a formas graves da doença, que podem evoluir para pneumonia, parada respiratória, convulsões e desidratação.
O Brasil voltou a registrar óbitos por coqueluche em 2024. Foram notificadas 27 mortes no País; a maioria em bebês com menos de 1 ano de idade.
Tem vacina de coqueluche no SUS?
A imunização é a principal forma de prevenção contra coqueluche. No Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina é oferecida para crianças a partir de 2 meses de vida até menores de 7 anos, gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias pós-parto) não vacinadas durante o período gestacional e para grupos prioritários: profissionais da saúde, parteiras tradicionais e estagiários da área da saúde.
Para crianças menores de 7 anos de idade, o esquema primário recomendado é composto por três doses da vacina penta (aos 2, 4 e 6 meses de vida), com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias (em situações especiais). Reforços estão recomendados aos 15 meses (1º reforço) e aos 4 anos (2º reforço), com a vacina tríplice bacteriana infantil (DTP).
Para as mulheres grávidas, é indicada uma dose da vacina tríplice bacteriana acelular – tipo adulto (dTpa), a cada gestação, a partir da 20ª semana gestacional. O objetivo é promover a imunização passiva (passagem de anticorpos, via placenta, da mãe para o feto) dos recém-nascidos, nos primeiros anos de vida, até que o bebê possa iniciar a sua vacinação.
Para pessoas que apresentam condições clínicas especiais, outras vacinas contra a coqueluche também são disponibilizadas nos Centros de Referências para Imunobiológicos Especiais (Crie), conforme recomendações do Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais.
Pode ser que o adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, fique suscetível novamente à doença, porque a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo.
Fonte: JC
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