Presidente foi a Roraima para conhecer de perto a crise dos imigrantes do país vizinho
O presidente Michel Temer defendeu nesta segunda (12) que os milhares de refugiados venezuelanos em Roraima sejam distribuídos por outras unidades da federação.
Em Boa Vista, ele afirmou que o grande fluxo de imigrantes tem causado problemas, mas que não impedirá a entrada dos estrangeiros.
A ideia do governo federal é fazer um censo dos refugiados e distribuí-los como ocorreu após a entrada de haitianos no Acre, em 2015.
“O fluxo de venezuelanos cria problemas para Roraima e poderá se estender a outras unidades da federação se não tomarmos medidas de natureza federal. É necessário avaliar a possibilidade de conduzi-los a outros Estados, diversificando a entrada”, disse.
O presidente diz que os estrangeiros “tiram empregos da população roraimense” e promete resolver o problema em seu mandato, que acaba em dezembro, sem barrá-los: “Ninguém vai impedir os refugiados de virem para cá. Vamos ordenar as entradas”.
A viagem de Temer, que ocorre dois anos após a explosão da crise migratória venezuelana, se resumiu à visita ao palácio de governo. Ele não foi a abrigos de refugiados nem à praça onde acampam os estrangeiros, como queriam autoridades locais.
Na semana passada, Boa Vista foi palco de dois incêndios criminosos em casas habitadas por venezuelanos, que deixaram cinco feridos, incluindo uma criança. Um suspeito vindo da Guiana foi preso pelos ataques.
SEM RECURSOS
No encontro na sede do governo estadual, Temer anunciou que nesta quinta (15) será editada medida provisória com ajuda federal para Roraima, com alimentos e remédios. Segundo ele, as Forças Armadas coordenarão a ação.
Questionado sobre o valor do repasse, respondeu à b: “Quanto seja necessário, nós vamos destinar”.
A expectativa é que o Palácio do Planalto anuncie nesta semana a criação de um hospital de campanha e amplie o efetivo de militares na fronteira com a Venezuela.
Temer afirmou que os refugiados são obrigados a deixar seu país porque “não há condições de vida” na Venezuela. “Não viria aqui para fazer um palanque politiqueiro, e a situação do Brasil é muito grave”, disse.
Na semana passada, ele ressaltara o atrito entre Brasília e Caracas após o regime de Nicolás Maduro declarar o embaixador brasileiro “persona non grata” no país.
No encontro, a governadora Suely Campos (PP) apresentou pedidos como a obrigação de que os refugiados sejam vacinados na fronteira, aumento do efetivo da Polícia Federal e mais recursos para segurança pública.
Sem estrutura, Boa Vista acolhe 40 mil venezuelanos, acirrando tensões. Muitos pedem esmola, vendem doces e lavam para-brisas. Na movimentada avenida Venezuela, estrangeiros se oferecem como pedreiros e pintores.
Por Folhapress.
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