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Após nota, bolsonaristas foram da decepção à narrativa combinada em menos de 24 horas

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Os sentimentos de choque, aborrecimento e irritação correram as redes sociais bolsonaristas diante da notícia da tentativa de pacificação costurada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB)

Apoiadores de Jair Bolsonaro que ajudaram a mobilizar as manifestações do 7 de Setembro ficaram aturdidos com a mudança de tom do presidente em relação ao STF (Supremo Tribunal Federal), na quinta-feira (9), e passaram as horas seguintes tentando entender se o esforço das ruas havia sido em vão.
A frustração era nítida até no tom de voz de organizadores dos atos que falaram com a reportagem pouco após a divulgação da Declaração à Nação, texto com elogios ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, alvo de mensagens autoritárias do presidente na terça-feira (7). A maioria, no entanto, diz seguir apoiando Bolsonaro.

Os sentimentos de choque, aborrecimento e irritação correram as redes sociais bolsonaristas diante da notícia da tentativa de pacificação costurada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).

Uma parte da base reagiu imediatamente -com termos como “arregão” e covarde-, e influenciadores bolsonaristas usaram a expressão “game over” (fim de jogo) para criticar a atitude do presidente.

Outra parcela, contudo, ficou em silêncio. Parlamentares bolsonaristas se limitaram a postar “eu confio no presidente”. Aos poucos, argumentos para convencer os simpatizantes foram disseminados virtualmente.

Em live na quinta, Bolsonaro disse que a nota não tinha “nada de mais”. No dia seguinte, afirmou não poder ceder à pressão dos que querem que ele “degole todo mundo”.

Na sexta-feira (10), a narrativa para reunificar a base bolsonarista já aparecia de forma mais coordenada nas redes. Uma das teses diz haver um suposto acordo para que o STF se recolha ao seu papel, ou seja, para que Bolsonaro, seus filhos e apoiadores saiam da mira dos ministros.

Há ainda a versão de que o recuo visa estancar a crise econômica ou de que Bolsonaro é estrategista e sabe o que faz. A volta da esquerda também foi evocada para manter a base unida.

Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, a nota de Bolsonaro foi motivada pelo temor de um desembarque de siglas aliadas e pela resposta do STF, num contexto de elevada pressão pelo impeachment.
“Ele levantou uma bandeira branca, ele recuou, foi isso”, disse à reportagem o empresário Mauro Reinaldo, fundador do movimento União pelo Brasil. Sobre as razões do presidente, despistou: “Olha, sinceramente, estou procurando essa resposta”.

Ele disse não concordar “com algumas conjecturas, algumas falas”, como as que pregam fechamento do STF, mas ser favorável à “Operação Lava Toga”, contra irregularidades no Judiciário. E que não esperava “uma ação contundente do presidente” pós-7 de Setembro. Aguardava uma ação do Congresso.

“Nós fizemos a nossa parte na terça-feira, nosso dever foi cumprido, só que a nossa voz não foi ouvida”, constatou. “Que os políticos olhassem por nós, ouvissem o clamor da população. Mas o que o Senado fez? Entrou em recesso.”

Reinaldo afirmou que “uma escalada maior” da parte de Bolsonaro “não seria algo bom para ninguém no país”. “A população queria o quê? Que ele criasse uma guerra, em que as pessoas iriam sofrer? Seria uma visão apocalíptica”, avaliou.

“Nós continuamos fiéis a ele. Algumas pessoas ficaram muito decepcionadas, mas foi igual a quando o [Sergio] Moro saiu. Ficaram bravas, gritaram, xingaram. Mas, depois que entenderam, elas retornaram”, comparou o simpatizante. Para ele, não há opção para as eleições de 2022 além de Bolsonaro.

“Quando eu li a carta, minha pressão chegou a 20. Passei até mal, fiquei tão nervoso”, admitiu Reinaldo, quatro horas após falar à reportagem, em um vídeo para seus seguidores.

“Bolsonaro mostrou um ato de humanidade, de caráter, de dignidade. Mostrou ser sábio, inteligente”, continuou. Em dado momento da transmissão no Facebook, resumiu: “Eu sei que desanima, mas não desanime não”.

Outro empresário por trás da mobilização na Paulista, Patrick Folena, coordenador do movimento Avança Brasil, indicou durante a conversa com a reportagem na quinta que, sim, bateu um desânimo.

“A gente fica… A gente estava numa linha um pouco assim… Não decepcionado, vai. Assim, um pouco [decepcionado], vai. Mas não aquela coisa absurda, né? Mas, agora, a gente entende.”

Indagado sobre resultados concretos da ida às ruas no Dia da Independência, Folena foi objetivo: “Por enquanto, não [vi]”.
“A gente vai esperar. A oposição sentiu a força de mobilização que o povo tem. Mas ainda é muito cedo para avaliar”, afirmou.

“Espero que os outros Poderes entendam. Porque, se continuarem prisões ilegais, não é uma ameaça, mas a gente vai reclamar, a gente vai protestar”, completou, em relação a operações que têm como alvo bolsonaristas investigados por fake news e atos antidemocráticos.
“Se acontecesse um confronto, poderia acontecer algo pior, e acho que foi nisso que Bolsonaro pensou. Pesou no recuo dele. Tudo o que a gente não pode ter agora são problemas. Mais problemas, né?”, opinou Folena, lembrando que uma greve estendida dos caminhoneiros teria consequências imprevisíveis.

“Eu não vou deixar de apoiar [Bolsonaro]. Eu vejo uma pessoa que está lutando pelo povo, está chegando aonde ele pode nesse regime”, conformou-se.

Giovani Falcone, fundador da Aliança Nacional, embaixador do Avança Brasil e membro do Nas Ruas, foi outro bolsonarista que achou que a manifestação cumpriu seu propósito apesar de ter degringolado para a carta.

“Foi proveitoso. A massa realmente atendeu ao pedido dos movimentos”, disse, exaltando o apoio popular ao presidente. Mas, como os companheiros de militância, ele estava desorientado na noite de quinta.

“Estão me ligando, me mandando mensagem, sem saber. Eu respondo: ‘Vamos ter calma, vamos esperar, o presidente sabe o que está fazendo’. Porque não era isso que a gente esperava. O povo quer, o povo não aguenta mais o preço do gás, da gasolina”, disse, em referência à disparada da inflação.

Questionado sobre o que faria os preços baixarem, Falcone respondeu que poderia haver efetividade em um estado de sítio ou GLO (Garantia da Lei e da Ordem).

O ativista afirmou, no entanto, que Bolsonaro não deve perder apoiadores e ecoou o discurso das redes.
“Bolsonaro está dando um passo para trás para dar dois para a frente. Se ele for mais linha-dura, talvez perca apoio, e sem apoio político não dá para governar. Por ele não ter sido linha-dura, muitos ficaram tristes, mas ele usou a estratégia de dar um passo atrás para ficar dentro das quatro linhas da Constituição”, considerou.

Apoiador de Bolsonaro e presidente do PTB paulista, o empresário Otavio Fakhoury disse que a manifestação do 7 de Setembro atingiu os objetivos e que a carta fez parte do suposto acordo que terá como resultado uma pacificação em Brasília –outra tese compartilhada virtualmente.

Para especialistas e grande parte do mundo político, no entanto, a moderação do presidente não é pra valer.

“Temos que esperar umas duas semanas, que é o prazo que eu daria para ver todos os itens desse acordo implementados”, disse à reportagem na sexta.

Segundo Fakhoury, a pauta da manifestação “não é golpe, nada”. “O Bolsonaro fez a chamada a favor da liberdade, contra quem rompe a Constituição”.

“O Bolsonaro não tem a intenção de fazer virar caos. Quem queria o caos, para poder bater no peito, era a esquerda. Queriam que o Bolsonaro mandasse prender alguém, e não é isso o que vai acontecer”, afirmou.

O pensamento de que o caos serve à esquerda vai na linha de vídeo, divulgado na sexta, em que ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, pede união após “alguns fatos [que] deixaram muitos de nós desanimados”.

“A esquerda […] segue unida e querendo voltar. Ela sofreu também um duro revés, porque descobriu que o presidente Bolsonaro não tinha qualquer intenção de dar o golpe”, disse o ministro.

Segundo Fakhoury, uma limitação do poder do Supremo, que ele sugere via PEC (proposta de emenda à Constituição), permitiria ao Executivo “avançar no orçamento, na reforma tributária”.

“O objetivo [da manifestação] não era voltar ao respeito às leis e à Constituição? É preciso quebrar tudo, dar tapa em todo mundo e botar todo mundo na cadeia? Não precisa. Vamos negociar, cada um faz o que tem que fazer e vamos ver se dá para voltar à legalidade.”
“O Judiciário vai se pôr no lugar, vai começar a agir dentro da lei”, completou o empresário, que é alvo de investigações nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, mas nega irregularidades e diz agir dentro das leis.

A virada brusca no tom, no entanto, afastou parte dos ativistas, como o líder de motociclistas Jackson Vilar -que chamou Bolsonaro de traidor em vídeo na quinta.

O pastor e dono de uma loja de imóveis organizou a motociata com a presença do presidente em São Paulo, em junho, e fez nova motociata no dia 7.

“Eu não acredito em Bolsonaro mais. […] Você não merece respeito Bolsonaro, você traiu os motociclistas, os caminhoneiros, o seu povo, porque é um frouxo covarde”, disse.

Ao jornal Folha de S.Paulo Vilar afirmou, na sexta, se sentir enganado e que seus olhos se abriram em relação a Bolsonaro. “A verdade é que o país está numa crise financeira grande, comércio quebrado, pessoas com fome, desemprego aumentando. E esse louco querendo governar o país a ferro e fogo.”

“Oro por ele, porque gosto dele. Mas não o apoiarei mais nas suas loucuras. Ele vai começar de novo com suas loucuras, atacando STF e outros”, disse o comerciante.

“Não queremos mais esses políticos brigando. Quem sofre? É o povo. Queremos um país unido, em que os políticos respeitem o seu povo e não façam deles massa de manobra pra suas loucuras. Chega dessa palhaçada. Bolsonaro tem que pedir desculpas a todos que ele frustrou. Vou seguir meu caminho e que Deus abençoe a todos”, conclui.

Por Folhapress

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Brasil

Local de prova do concurso unificado será divulgado hoje, às 10h

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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) disponibiliza, nesta quinta-feira (25), às 10h, o Cartão de Confirmação de Inscrição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). O documento traz, entre outras informações, local de prova, número de inscrição, data, hora das provas em 5 de maio e se a pessoa inscrita terá direito a atendimento especializado ou tratamento pelo nome social, caso solicitado previamente.

O Cartão de Confirmação de Inscrição estará disponível na Área do Candidato, no mesmo site em que a pessoa fez a inscrição. Para acessar, é preciso fazer login com os dados da conta do portal do governo federal, o Gov.br .

Apesar de não ser obrigatório, o Ministério da Gestão recomenda levar o cartão impresso no dia das prova do chamado Enem dos Concursos, junto com o documento de identidade original com foto, conforme mencionado no edital. Não serão aceitas cópias – mesmo que autenticadas.

>> Clique aqui e saiba o que o candidato pode e não pode levar no dia do exame.

Os portões serão abertos aos candidatos às 7h30 (horário de Brasília), para as provas do período matutino. Já no período vespertino, os portões abrirão às 13h (horário de Brasília).

>> Clique aqui e confira mais informações sobre os horários e tempo de duração das provas.

Verificação

O candidato deve verificar se todas as informações sobre a inscrição estão corretas, como município indicado pelo candidato no ato de inscrição do certame.

O Ministério da Gestão avisa que, se houver qualquer tipo de erro ou se o local de aplicação da prova for muito distante da residência do candidato, é preciso entrar em contato com a Fundação Cesgranrio (telefone: 0800 701 2028), organizadora do concurso, com brevidade, e pedir a correção do que for necessário.

 “É possível o candidato solicitar a correção do cartão de confirmação, de acordo com o que ele fez no ato da inscrição, mas não é possível pedir para mudar de cidade agora. O que vale é o que foi declarado no ato da inscrição”, esclarece o coordenador-geral de logística do CPNU, Alexandre Retamal.

Entre os dias 25 de abril e 4 de maio, véspera do concurso, a Cesgranrio prestará atendimento aos candidatos com dúvidas sobre os locais de provas, vagas reservadas ou tratamento diferenciado durante a aplicação das avaliações, entre outras situações.

Fonte: Agência Brasil

 

 

           

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Ministério da Justiça cobra da Gol explicações sobre morte de cachorro em voo

A Senacon deu dois dias de prazo, que se encerra nesta quinta-feira (25), para a resposta sobre o caso.

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A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou na terça-feira (23) a Gol Linhas Aérea S.A. para que a companhia preste esclarecimentos sobre a denúncia da morte de um cachorro da raça golden retriever, Joca, em transporte aéreo na segunda-feira (22). A pasta deu dois dias de prazo, que se encerra nesta quinta-feira (25), para a resposta.

Um dos esclarecimentos solicitados diz respeito à metodologia e política de transporte de animais pela companhia, além de informações sobre os procedimentos de reparação no caso atual.

“Uma situação dessa necessita apuração em detalhes e não pode passar em branco. Não podemos aceitar que tais situações continuem acontecendo”, afirmou o secretário nacional do consumidor, Wadih Damous.

Na notificação, a Senacon destaca que sua função é zelar pela proteção e exercício dos direitos dos consumidores, de acordo com os princípios, direitos e garantias previstos no Código de Defesa do Consumidor, em especial o princípio da vulnerabilidade.

A secretaria também informou que solicitará à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sua participação em todos os procedimentos que estão sendo tomados pela agência em relação ao caso.

Segundo a Senacon, a Anac não faz a regulação do transporte aéreo de animais, exceto o de cão-guia, cuja norma assegura que o animal seja colocado na cabine junto ao passageiro com visão comprometida.

“Cada empresa aérea possui uma regra de transporte que especifica o tamanho e o peso para o animal viajar na cabine ou no compartimento de carga do avião. As empresas devem informar, previamente, as suas normas e as condições necessárias ao transporte garantindo segurança aos passageiros, tripulantes e ao próprio animal”, destaca a Senacon.

No caso mais recente, Joca tinha 4 anos de idade e viajaria de São Paulo (Aeroporto de Guarulhos) para Sinop, em Mato Grosso, junto do seu tutor, João Fantazzini. Por ser um cachorro de 47 kg e de grande porte, não pôde ir embaixo do assento à frente e precisou ser despachado numa caixa adequada, indo no porão junto às malas dos passageiros.

Ao chegar em Mato Grosso, porém, João foi informado de que o seu cachorro não havia viajado no mesmo voo que ele e estava em Fortaleza, cidade 2.082 km distante.

O tutor chegou a receber imagens e vídeos do cachorro no Ceará, com água sendo fornecida pelos funcionários da companhia aérea no Aeroporto Internacional de Fortaleza. Como Joca teria que ir para Guarulhos antes de ser finalmente enviado para Sinop, João optou por voltar para São Paulo para encontrar o animal.

Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, ele notou que seu cachorro estava desmaiado e muito molhado, provavelmente em decorrência de suor excessivo, e que estava já sem sinais vitais.

A morte do Joca foi constatada por uma veterinária, que deu laudo de “parada cardiorrespiratória com causa ainda a ser esclarecida”.

A Gol lamentou o ocorrido, atribuiu o desvio de rota do animal a uma falha operacional e disse que foi surpreendida pelo falecimento do animal.

Na terça, a empresa anunciou a suspensão por 30 dias da venda do serviço de transporte de cães e gatos nos porões das aeronaves. De acordo com o comunicado da empresa, a medida não afeta quem leva os animais de estimação na cabine.

A Gol afirma que a suspensão, que começou nesta quarta-feira (24) e vai até 23 de maio, servirá para que a empresa se dedique totalmente a concluir a apuração sobre o caso do golden retriever.

Não é o primeiro caso de problemas da companhia aérea com cachorros despachados em suas aeronaves. Em 2021 a cachorra Pandora sumiu numa conexão no Aeroporto de Guarulhos, sendo encontrada apenas 40 dias depois. Por causa disso, a companhia aérea chegou a suspender o embarque de animais no porão, que foi retomado vários meses depois.

Foto Shutterstock

Por Folhapress

           

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Google proíbe impulsionamento de conteúdo político para as eleições de 2024 no Brasil

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O Google vai proibir a veiculação de anúncios políticos no Brasil nas eleições municipais de 2024. A decisão foi tomada após a atualização das regras para impulsionamento de propaganda eleitoral feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro.

Em nota, a empresa afirma que vai atualizar sua política de conteúdo político do Google Ads “para não mais permitir a veiculação de anúncios políticos no país”.

“Essa atualização acontecerá em maio tendo em vista a entrada em vigor das resoluções eleitorais para 2024. Temos o compromisso global de apoiar a integridade das eleições e continuaremos a dialogar com autoridades em relação a este assunto”, diz a empresa.

A resolução 23.732, que altera as regras sobre propaganda eleitoral aprovadas pela Justiça Eleitoral em 2019, traz uma definição de “conteúdo político-eleitoral” considerada ampla demais pelo Google. Para o TSE, esse tipo de propaganda é toda aquela que “versar sobre eleições, partidos políticos, federações e coligações, cargos eletivos, pessoas detentoras de cargos eletivos, pessoas candidatas, propostas de governo, projetos de lei, exercício do direito ao voto e de outros direitos políticos ou matérias relacionadas ao processo eleitoral”.

A Justiça Eleitoral exige que as plataformas digitais que oferecerem esse tipo de serviço de impulsionamento de conteúdo eleitoral precisam manter um repositório dos anúncios “para acompanhamento, em tempo real, do conteúdo, dos valores, dos responsáveis pelo pagamento e das características dos grupos populacionais que compõem a audiência (perfilamento) da publicidade contratada”.

As empresas também devem disponibilizar uma ferramenta de consulta, “acessível e de fácil manejo, que permita realizar busca avançada nos dados do repositório” a partir de palavras-chave e nome dos anunciantes, por exemplo.

O Tribunal também proíbe a priorização paga de conteúdo que promova propaganda negativa (de outros candidatos) ou “difunda dados falsos, notícias fraudulentas ou fatos notoriamente inverídicos ou gravemente descontextualizados, ainda que benéficas à usuária ou a usuário responsável pelo impulsionamento”.

As medidas previstas pelo TSE deverem ser implementadas em até 60 dias da entrada em vigor da norma, no caso de plataformas que já oferecessem o serviço de impulsionamento de anúncios, e valem até para anos não eleitorais.

O Google, controlado pela Alphabet, que registrou um lucro líquido de US$ 73,79 bilhões em 2023 (alta de 23% em relação ao ano anterior), avalia que seria inviável moderar tantos anúncios numa eleição que ocorrerá em mais de 5 mil municípios. Também teme que a amplitude do conceito traga insegurança para a moderação.

Em 2020, ano em que as eleições municipais foram marcadas pelo curto período de campanha e pelas restrições impostas pela pandemia, O GLOBO levantou que os candidatos tinham gastado R$ 36 milhões em impulsionamentos de conteúdos na internet para aquele pleito.

Os maiores valores com impulsionamento de conteúdo político na internet foram gastos com três empresas: Facebook, que também administra o Instagram; Adyen, fintech responsável pelo sistema de pagamentos da plataforma, e o Google.

Já em 2022, políticos gastaram quase R$ 127 milhões com publicidade no Google, segundo relatório da própria empresa. Foram 53.482 anúncios veiculados nas plataformas da big tech entre o início daquele ano e a data do segundo turno da eleição presidencial. A campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro foi a que mais gastou naquele ano (R$ 28,7 milhões), seguida pela de Lula, que desembolsou R$ 22,8 milhões no Google e YouTube.

Entenda o Google Ads

O que é — serviço do Google que permite a publicação de anúncios nas ferramentas da big tech, como o buscador na internet, o YouTube, o Gmail e o Google Maps.

Como funciona — o anunciante informa seu objetivo, cria um anúncio e define seu público-alvo e orçamento. O Google, então, recomenda palavras-chave relacionadas com aquela campanha e exibe a propaganda sempre que alguém que se enquadre no perfil indicado faça buscas que contenham algum dos termos relacionados.

Como aparece — são diversos os modelos de anúncios veiculados nas plataformas do Google, que são classificados pela empresa como “texto”, “vídeo” ou “gráfico”, sempre acompanhados da palavra “Patrocinado”. Em 2022, por exemplo, Lula impulsionou link de uma página com o título “A inocência de Lula”. Já Bolsonaro promoveu vídeo em que o ex-ministro Paulo Guedes responde “O que será feito pelo povo mais vulnerável?”

Por O Globo

           

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