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Ciro Gomes (PDT), que disputava o campo da esquerda com os petistas desde o início do ano, se manteve com 11%
Líder da corrida presidencial, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) alcançou 32% das intenções de voto na mais recente pesquisa do Datafolha, realizada nesta terça (2).
Foco de manifestações que levaram milhares de opositores e admiradores às ruas das principais cidades no fim de semana, Bolsonaro ganhou quatro pontos percentuais desde a semana passada, segundo o instituto.
O capitão reformado do Exército ampliou sua vantagem sobre os adversários, mas sua rejeição pelo eleitorado continua muito alta, o que pode prejudicá-lo no segundo turno da eleição se ele chegar lá.
Segundo o Datafolha, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) está em segundo lugar, com 21%, e sua rejeição cresceu. Se Bolsonaro e Haddad mantiverem suas posições até o primeiro turno no domingo (7), os dois irão disputar o segundo turno, no dia 28.
O Datafolha entrevistou 3.240 eleitores de 225 municípios nesta terça. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi contratada pela Folha de S.Paulo.
Haddad, que vinha crescendo desde seu lançamento como substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida eleitoral, apareceu estagnado pela primeira vez. Ele tinha 22% no levantamento anterior e oscilou para 21%.
Ciro Gomes (PDT), que disputava o campo da esquerda com os petistas desde o início do ano, se manteve com 11%, empatado com Geraldo Alckmin (PSDB), que oscilou de 10% para 9%.
Marina Silva (Rede), que em agosto disputava o segundo lugar da corrida com Ciro, despencou desde então. Da semana passada para cá, ela oscilou de 5% para 4%, segundo o Datafolha.
Segundo o Datafolha, Bolsonaro cresceu até mesmo em segmentos do eleitorado que expressavam maior oposição a ele. Entre as mulheres, ele passou de 21% para 27% das intenções de voto, ultrapassando Haddad, que tem 20%.
O capitão também cresceu entre os eleitores com mais anos de estudo e entre os que têm renda familiar de 5 a 10 salários mínimos, de acordo com a pesquisa.
No Sudeste, Bolsonaro passou de 31% para 36% e no Sul foi de 35% para 44%. Haddad manteve a liderança no Nordeste, o mais fiel reduto petista, com 36% das intenções de voto na região, mas sua vantagem diminuiu, porque Bolsonaro também cresceu ali.
Bolsonaro está longe das ruas desde o início de setembro, quando levou uma facada durante evento de campanha em Juiz de Fora (MG). Ele sofreu duas cirurgias, teve alta no sábado (29) e se recolheu a seu apartamento no Rio, onde permanece de repouso por ordem médica.
Com pouco tempo no horário de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, ele se manteve em evidência com entrevistas a emissoras de televisão e a publicação de vídeos nas redes sociais, mas não participou de debates com os rivais.
A taxa de rejeição do eleitorado a Bolsonaro oscilou de 46% para 45% e é a mais alta entre os candidatos que disputam a eleição, mas a de Haddad cresceu de 32% para 41%, encostando na do líder da corrida.
Bolsonaro e Haddad empatam nas simulações feitas para o segundo turno. No cenário em que os dois se enfrentam, Bolsonaro cresceu de 39% para 44% e Haddad oscilou de 45% para 42%.
Segundo o Datafolha, nesse cenário o candidato petista herdaria quase dois terços dos eleitores de Ciro Gomes e metade dos votos de Alckmin e Marina. Ainda assim, o ganho seria insuficiente para superar Bolsonaro.
Bolsonaro aparece tecnicamente empatado com Alckmin e Ciro em outras simulações para a segunda rodada. Alckmin alcança 43% no confronto com o capitão, que atinge 41%.
Ciro tem 46% e Bolsonaro, 42%, no embate direto. A distância entre eles está no limite da margem de erro de dois pontos percentuais, o que significa que o mais provável é que o candidato do PDT esteja na frente do capitão.
Os eleitores de Bolsonaro e Haddad são os mais convictos. Segundo o Datafolha, 84% dos que declaram apoio ao capitão e 82% dos que preferem o petista não pensam em mudar de voto.
Entre os que apoiam Ciro, 57% se dizem convictos, percentual semelhante ao encontrado entre os eleitores de Alckmin, 52%. Entre os que ainda apoiam Marina, 62% admitem a possibilidade de mudar até o dia da eleição.
O número de eleitores sem candidato continua diminuindo. Segundo o Datafolha, 8% pretendem votar em branco ou anular o voto e 5% estão indecisos. Entre os que estão no primeiro grupo, 30% dizem que ainda podem escolher um candidato até domingo.
A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-03147/2018. O nível de confiança é de 95%.
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