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Eleição de Trump ameaçaria democracia do continente, diz diretora da Open Society

Segundo Heloísa Griggs, diretora-executiva interina da Open Society para América Latina e Caribe, uma vitória do ex-presidente Donald Trump fortaleceria a ultradireita no continente e poderia colocar a democracia em xeque em vários países.

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As Américas realizam sete eleições gerais neste ano, e a que mais desperta preocupações na Open Society, fundação do bilionário George Soros que apoia causas progressistas, é a dos Estados Unidos, em novembro.

Segundo Heloísa Griggs, diretora-executiva interina da Open Society para América Latina e Caribe, uma vitória do ex-presidente Donald Trump fortaleceria a ultradireita no continente e poderia colocar a democracia em xeque em vários países.

“Os EUA tiveram um papel histórico complicadíssimo na região com apoio a governos autoritários, mas, na gestão Biden, nessas duas situações [eleição do Brasil e da Guatemala), o país atuou em defesa da democracia. Isso teria sido muito diferente se não fosse um governo Biden”, afirma. Leia abaixo a entrevista concedida à Folha de S.Paulo.
*PERGUNTA – Das sete eleições nacionais nas Américas neste ano (El Salvador já ocorreu e ainda haverá República Dominicana, México, Panamá, EUA, Uruguai e Venezuela), qual lhe causa mais preocupação?
HELOÍSA GRIGGS – Não tem como não falar nos Estados Unidos. As eleições americanas sempre afetam a região, mas, neste ano, têm uma dimensão muito maior. Durante anos, existia a ideia de que grupos minoritários votavam mais nos democratas. A população negra e a latina iam se tornar a maioria demográfica nos EUA, e elas apoiavam os democratas. Só que as eleições recentes mostraram que isso não se confirmou, e os negros têm apoiado cada vez mais os republicanos. Isso tem a ver com o fato de o Partido Democrata, que se identificava como a legenda da classe trabalhadora, ser visto como cada vez menos focado nos direitos dos trabalhadores. Há também preocupações mais específicas: a população jovem está desmobilizada por discordar da política externa com Israel.
Existe uma incógnita nos Estados Unidos, a questão econômica. O consenso sempre foi de que, se a economia vai bem, isso ajuda o candidato. Só que, agora, a economia está relativamente bem, mas não se traduz em aprovação ao governo. Não está claro se a população ainda vai sentir a melhora econômica e isso vai se refletir em apoio, ou se, de alguma maneira, o momento extremamente polarizado que vivemos faz com que a questão econômica tenha menos impacto do que tinha.

P. – Os Estados Unidos tiveram um papel importante na defesa da democracia no Brasil em 2022, ao sinalizar ao governo Bolsonaro que não apoiaria contestação do resultado eleitoral. Se o ex-presidente Donald Trump vencer em novembro, considerando que ele abraçou teses golpistas, que impacto isso teria para a democracia nas Américas?
H. G. – Durante o primeiro governo de Trump fortaleceu-se uma aliança entre governos de extrema direita na América Latina e na Europa. Sabemos que nos segundos mandatos de governos autoritários se dá o desmantelamento das instituições democráticas. Eu imaginaria, num segundo governo Trump, um fortalecimento dessa articulação regional com outros líderes de extrema direita que estão no governo ou tentando voltar. Tivemos dois exemplos, em 2023, de resiliência democrática na região: a tentativa de golpe que culminou no 8 de janeiro em Brasília e, na Guatemala, a vitória de um partido pequeno e fraco que chegou ao segundo turno. Os EUA tiveram um papel histórico complicadíssimo na região com apoio a governos autoritários, mas, no governo Biden, nessas duas situações, o país atuou em defesa da democracia. Isso teria sido muito diferente se não fosse um governo Biden. Um governo Trump teria um impacto muito concreto para as eleições e a democracia na região.

P. – Por que Trump continua tão popular?
H. G. – Trump joga muito bem com os medos da sociedade nos EUA. A questão que ele tem usado de forma mais eficiente, sem dúvida, é a imigração. Até prefeitos democratas estão pressionando o presidente, reclamando que os serviços públicos das cidades não dão conta dessa população migrante. Outro fator muito utilizado é a reação da sociedade ao policiamento e ao papel da polícia em meio à mobilização por justiça racial. Republicanos têm se aproveitado disso para instilar medos. Os democratas têm uma capacidade maior de expressar o que nós somos contra, mas dificuldade de articular propostas. Progressistas ficam muito dependentes dessa aliança contra a extrema direita, sem ter muita agenda propositiva.

P. – Qual sua expectativa na Venezuela? Vários candidatos da oposição foram desqualificados. Será possível ter eleições livres e justas?
H. G. – Os EUA desempenharam um papel não construtivo por muitos anos na Venezuela, com sanções muito fortes que afetavam de maneira negativa a população e não ajudavam a encontrar uma solução política. Agora, o governo americano está motivado pelo grande número de pessoas migrando para os EUA e tem interesse em encontrar uma solução que permita crescimento, para que a população da Venezuela não saia do país. Isso incentivou os EUA a buscarem um acordo [com o ditador Nicolás Maduro]. Estamos tentando confiar no processo, mas a eleição não tem nem data definida.

P. – Na Argentina, tem havido resistência das instituições a ações do presidente Javier Milei. O Judiciário derrubou algumas medidas trabalhistas, o Congresso impôs uma derrota em relação à chamada lei ônibus. Os freios e contrapesos têm funcionado no país?
H. G. – Ainda é cedo para dizer, mas até agora esses contrapesos parecem estar levando a uma acomodação de forças, que é parte do processo democrático. Mas precisamos levar em conta como Milei foi eleito e a demanda por algo diferente que tem caracterizado a maioria das eleições na região e no mundo. Em 20 dos últimos 22 pleitos na América Latina, quem ganhou foi o candidato opositor. Isso dá a Milei um mandato muito forte. Então precisamos ver se as instituições, em particular o Judiciário, vão agir da mesma maneira que no Brasil, onde cumpriram um papel muito importante de resistência.

RAIO X
Heloísa Griggs é diretora-executiva interina da Open Society para América Latina e Caribe, com doutorado pela Faculdade de Direito da Universidade de Yale. De 2007 a 2010, atuou como conselheira do senador Richard J. Durbin no Comitê Judiciário do Senado dos EUA.

Foto Justin Sullivan/Getty Images

Por Folhapress

           

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Mais de 26 baleias-piloto morrem encalhadas em praia na Austrália

Estima-se que o número total de animais encalhados possa chegar a 160, com números iniciais variando entre 50 e 100.

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Mais de 26 baleias-piloto morreram após encalharem em uma praia na Austrália Ocidental, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (26) pelo Serviço de Parques e Vida Selvagem do estado. Estima-se que o número total de animais encalhados possa chegar a 160, com números iniciais variando entre 50 e 100.

Equipes especializadas, incluindo funcionários, cientistas e veterinários, estão no local ou a caminho para auxiliar no resgate. O objetivo é tentar desviar algumas baleias para águas mais profundas, mas as autoridades australianas alertam que a eutanásia pode ser a solução mais humanitária para a maioria dos animais.

Encalhes em massa são incomuns na região:

-Em julho do ano passado, cerca de 100 baleias-piloto morreram ou foram abatidas após encalharem na praia de Cheynes.
– Em 2018, cerca de mil baleias encalharam nas Ilhas Chatham, na Nova Zelândia.
– Na Austrália, o pior incidente ocorreu em 2020, quando 470 baleias encalharam na Tasmânia, com apenas 100 sendo resgatadas.

As causas dos encalhes em massa de baleias ainda são motivo de investigação. As hipóteses incluem erros de navegação, desorientação por campos magnéticos ou acústicos, doenças, busca por alimentos e até mesmo a influência de tempestades.

A situação é acompanhada de perto pelas autoridades:

O Serviço de Parques e Vida Selvagem da Austrália Ocidental monitora a situação de perto e pede que a população evite se aproximar dos animais encalhados para não atrapalhar o trabalho das equipes de resgate.

Foto  SharkSafetyWA/ X (antigo Twitter)

Por Notícias ao Minuto

           

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Vulcão ativo na Antártida expele pequenos cristais de ouro

Os cristais estão avaliados em cerca de 6 mil dólares (cerca de R$ 30 mil).

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Escondido entre os glaciares da Antártida, o ardente Monte Erebus é o vulcão ativo mais ao sul da Terra, proporcionando um pouco de calor no meio de uma paisagem gelada.

A Antártida tem 138 vulcões, segundo um estudo de 2017 citado pela United Press International, mas apenas cerca de nove estão ativos neste momento.

No entanto, com uma elevação de 3.794 metros, o Monte Erebus é o mais conhecido e juntamente com outros dois vulcões formam a Ilha Ross. Diz-se que quando foi descoberto, em 1841, durante a viagem do Capitão James Clark Ross, estava em erupção.

O vulcão bombeia regularmente nuvens de gás e vapor e é conhecido por ejetar blocos de rocha parcialmente derretida, conhecidos como “bombas vulcânicas”. São as explosões de gás que pulverizam pequenos cristais de ouro – segundo os cientistas, estima-se que o vulcão jogue ‘fora’ cerca de 80 gramas de ouro por dia – o que equivale a cerca de 6.000 dólares (R$ 30 mil).

O ouro já foi encontrado a centenas de quilômetros do Monte Erebus, com investigadores encontrando vestígios do metal precioso no ar a quase 900 quilômetros do vulcão.

Foto MARK RALSTON/AFP via Getty Images

Por Notícias ao Minuto

           

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Representante da ONU diz que limpeza de Gaza pode levar 14 anos

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A grande quantidade de detritos, incluindo munição não detonada, deixada pela guerra devastadora de Israel na Faixa de Gaza, pode levar cerca de 14 anos para ser removida, disse o representante da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (26).

A campanha militar de Israel contra o grupo islâmico palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, deixou grande parte do estreito território costeiro de 2,3 milhões de pessoas em ruínas, com a maioria dos civis desabrigados, famintos e sob risco de doenças.

Pehr Lodhammar, autoridade sênior do Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas (UNMAS), disse, em uma reunião em Genebra, que a guerra deixou cerca de 37 milhões de toneladas de detritos no território amplamente urbanizado e densamente povoado.

Ele afirmou que, apesar de ser impossível determinar o número exato de artefatos não detonados encontrados em Gaza, foi projetado que poderia levar 14 anos, sob certas condições, para limpar os destroços, incluindo o entulho de edifícios destruídos.

“Sabemos que, normalmente, há uma taxa de falha de pelo menos 10% da munição de serviço terrestre que está sendo disparada e não funciona”, disse ele. “Estamos falando de 14 anos de trabalho com 100 caminhões.”

O Hamas desencadeou a guerra com uma incursão no sul de Israel, na qual os militantes mataram 1.200 pessoas, de acordo com os registros israelenses. Acredita-se que o Hamas ainda esteja mantendo 129 reféns dos 253 que fez em 7 de outubro.

Pelo menos 34.305 palestinos foram mortos e 77.293 ficaram feridos na ofensiva militar de Israel em Gaza desde 7 de outubro, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Fonte:Agência Brasil

 

 

           

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