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Política

Em CPMI, Heleno se esquiva de trama de golpe e diz que delação é ‘fantasia’

Embora tenha dito que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro não fazia parte dessas reuniões, Heleno afirmou aos parlamentares que, por ocupar cargo de natureza civil, não participava de encontros com a cúpula militar.

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Um dos auxiliares mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno buscou se distanciar de suspeitas que atingem o governo passado e desqualificou a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), classificou como “fantasia” a colaboração do ex-ajudante de ordens da Presidência, que relatou à Polícia Federal ter participado de uma reunião em que Bolsonaro discutiu com a cúpula das Forças Armadas a possibilidade de um golpe depois do resultado da eleição do ano passado.

“O tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões. Ele era o ajudante de ordens do presidente. Não existe um ajudante de ordens sentar numa reunião com comandantes das Forças. Isso é fantasia”, afirmou Heleno nesta terça, 26, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

O deputado Rogério Correia (PT-MG) confrontou o ex-ministro ao mostrar uma fotografia de Cid em uma das reuniões de Bolsonaro com os então comandantes das Forças Armadas, no Palácio do Planalto, em 2019, inclusive com a presença de Heleno. O general então recuou e declarou que Cid não participava “ativamente” dos encontros.

Embora tenha dito que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro não fazia parte dessas reuniões, Heleno afirmou aos parlamentares que, por ocupar cargo de natureza civil, não participava de encontros com a cúpula militar. Questionado sobre a reunião citada por Cid, declarou apenas que não teve conhecimento e se valeu do direito ao silêncio.

Heleno foi ouvido como testemunha na comissão e tentou se descolar das supostas tramas de golpe envolvendo a gestão Bolsonaro. Afirmou que não poderia prestar informações sobre o 8 de Janeiro por não exercer nenhuma função no governo federal na data. Durante questionamentos da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o general se irritou e chegou a falar palavrões. “Ela fala as coisas que ela acha que estão na minha cabeça. P…, é para ficar p…, p… que pariu.” A senadora havia questionado se ele considerava que houve fraude na eleição. “Já tem o resultado, já tem presidente, não posso dizer que foi fraudado.”

Minuta

O conteúdo da delação de Cid foi revelado na semana passada. De acordo com ele, Bolsonaro recebeu de um ex-assessor uma minuta de decreto para prender adversários e convocar novas eleições e levou o documento para a cúpula das Forças. Conforme Cid, a iniciativa obteve apoio do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha. O ex-presidente negou as acusações do ex-auxiliar.

Novamente, Heleno se esquivou. “Nunca ouvi falar na minuta de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), minuta do golpe. O presidente da República disse, várias vezes, que jogaria dentro das quatro linhas, e não era minha missão convencer o presidente a sair das quatro linhas. Pelo contrário”, disse.

‘DNA’

Heleno foi ministro-chefe do GSI durante 1.460 dias, sempre próximo de Bolsonaro. Ontem, no entanto, ele afirmou que não deixou seu “DNA bolsonarista” entre subordinados que permaneceram na pasta após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não ficou DNA bolsonarista do general Heleno, porque eu jamais tratei de política com os meus servidores.”

Dois de seus auxiliares diretos, os generais Carlos José Penteado e Carlos Feitosa Rodrigues, ficaram no GSI nos primeiros dias do governo Lula. Os militares foram exonerados no dia 23 de janeiro e, em abril, foram chamados a depor na Operação Lesa Pátria sobre possível omissão nos ataques às sedes dos Três Poderes.

Heleno também negou envolvimento em outros episódios ocorridos na reta final do governo Bolsonaro. Sobre os atos do dia 12 de dezembro, em Brasília, data da diplomação de Lula, quando bolsonaristas tentaram invadir a sede da PF e incendiaram carros, o general disse que soube pela TV. “As manifestações ocorreram na área central de Brasília. Fora da minha atribuição. Eu soube pela televisão, sentado na minha casa, e desconhecia de qualquer articulação prévia.”

Já sobre o atentado a bomba no aeroporto de Brasília, no dia 24 de dezembro, Heleno disse considerar um fato “isolado”. “Tratou-se de um incidente isolado que não contou com a minha participação oficial ou velada, e não contou com a participação de qualquer dos meus subordinados”, disse.

Foto Getty

Por Estadão

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Política

Bolsonaristas recuam e adiam para depois das eleições votação de projeto de anistia pelo 8/1

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Deputados bolsonaristas desistiram de votar o projeto de lei que trata da anistia aos condenados pelos atos golpistas do 8 de janeiro em sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara nesta quarta-feira (11), diante de articulação de parlamentares para impedir que isso ocorresse.

Agora, o tema será retomado em outubro, após as eleições municipais, já que a Câmara não terá sessões a partir da próxima semana.

A discussão desse projeto tem como pano de fundo a disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados. Aliados do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mediram forças pela primeira vez na sessão do colegiado na terça (10), em que começou a discussão sobre o projeto.

A aprovação do texto tem sido tratada por bolsonaristas como uma condição de apoio aos postulantes na disputa pela Mesa Diretora. Hoje são candidatos os líderes Antonio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Hugo Motta (Republicanos-SP), e todos buscam apoio tanto de Lula quanto de Bolsonaro para consolidar suas candidaturas.

Na terça, de um lado ficou o grupo de Elmar e Brito e do outro, o de Motta. Os primeiros, que selaram uma aliança para seguir juntos na disputa, tentaram inviabilizar a votação do tema, acenando ao governo e com apoio do PT. O segundo, aliado aos bolsonaristas, trabalhou para aprovar a medida.

Essa articulação envolveu movimentos do PP e do PL para trocar membros de suas bancadas com assento no colegiado e iniciativa do próprio Bolsonaro, que ligou a parlamentares na terça (10) pedindo empenho para aprovação da matéria.

A sessão de terça acabou sendo encerrada após Lira abrir a ordem do dia do plenário da Câmara, o que obriga o encerramento das atividades das comissões temáticas.

Um membro do governo federal afirmou à reportagem ainda na terça que o movimento de obstrução seguiria na quarta-feira, avaliando ser possível adiar a votação sem que fosse usado o recurso do pedido de vistas (quando é concedido mais tempo para análise).

Nesta quarta, o movimento de obstrução da votação seguiu. Também contribuiu para adiar a discussão o fato de que era necessário que parlamentares registrassem presença fisicamente no colegiado, pois vários deles já tinham retornado a seus estados.

O projeto de lei não estava na pauta, então era necessário aprovar um requerimento de inclusão da proposta na ordem do dia do colegiado. Para isso, eram necessários 34 votos (de 66).

Com receio de que esse requerimento fosse derrotado e após quase duas horas de atraso, a presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), anunciou um acordo para que o projeto voltasse à pauta em outubro, após as eleições municipais.

“O uso da anistia politicamente está prejudicando o andamento da comissão e fez com que a maior parte dos deputados da direita avalie que é mais oportuno deixar a votação para outubro, quando encerrarem as eleições municipais, quando vamos poder forçar para ser pautado no plenário e dar o andamento que ele merece. É uma avaliação política de que vale a pena dar uma pausa agora para depois ir com tudo em outubro”, afirmou de Toni.

O relator do projeto, deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-CE), apresentou parecer ampliando o escopo da proposta e sugerindo perdão a todos os atos pretéritos e futuros relacionados aos ataques.

“Fica também concedida anistia a todos que participaram de eventos subsequentes ou eventos anteriores aos fatos acontecidos em 8 de janeiro de 2023, desde que mantenham correlação com os eventos acima citados”, diz trecho de sua proposta.

Na avaliação de parlamentares governistas ouvidos pela reportagem, o relatório tal qual foi apresentado abre margem para anular a inelegibilidade de Bolsonaro -o relator, no entanto, rechaça essa possibilidade.

Nesta quarta Valadares lamentou o adiamento da votação do projeto, dizendo ser resultado de uma “manobra do governo, da esquerda e de várias pessoas que têm desejos espúrios”.

Na pauta desta quarta na CCJ estava prevista ainda a análise de um pacote de medidas que miram a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF): duas PECs (proposta de emenda à Constituição) e dois projetos de lei.

Uma das PECs limita as decisões individuais de ministros do Supremo e a outra permite que as decisões do STF possam ser derrubadas pelo Congresso Nacional. Já os projetos tratam de alterações de previsão de crime de responsabilidade dos ministros do Supremo.

Diante da obstrução, De Toni anunciou que, nesta quarta, somente seria iniciada a discussão da PEC que miram as decisões monocráticas -sem que essa proposta seja votada.

Aprovada em novembro pelo Senado, ela define que as chamadas decisões monocráticas não podem suspender a eficácia de uma lei ou norma de repercussão geral aprovada pelo Congresso e sancionada pela Presidência da República -para isso, obriga que haja decisões colegiadas.

Foto Getty

Por Folhapress

           

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Política

Boulos tem 28%, Marçal, 24,4% e Nunes, 20,1% em SP, aponta Pesquisa AtlasIntel

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O ex-coach Pablo Marçal (PRTB) ultrapassou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), alcançou 24,4% das intenções de voto e agora está empatado tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL), com 28%, na disputa pela Prefeitura de São Paulo, segundo pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quarta-feira, 11. Nunes aparece em terceiro com 20,1%.

É a primeira vez que Marçal aparece na frente do prefeito fora da margem de erro, neste caso de dois pontos porcentuais (p.p.), embora por vantagem mínima. O influenciador cresceu 8,4 p.p. na comparação com a rodada anterior do levantamento, divulgado no dia 20 de agosto, mantendo a tendência de alta. Boulos oscilou negativamente 1 p.p. (tinha 29%) e Nunes 1,9 p.p. (tinha 22%).

No segundo pelotão, Tabata Amaral (PSB) registrou 10,7% (antes eram 12%), José Luiz Datena, 7,2% (antes eram 10%), e Marina Helena (Novo), 4,7% (antes eram 4,3%). Ricardo Senese (UP) tem 0,7% (antes eram 0,2%) e João Pimenta (PCO) continua sem pontuar. Brancos e nulos são 2,5% e 1,7% não souberam.

O nível de confiança do levantamento é de 95%. Foram realizadas 2.200 entrevistas entre os dias 5 e 10 de setembro pela metodologia de recrutamento digital aleatório, na qual o questionário é aplicado via internet. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-01125/2024.

Segundo turno

A Atlas também mediu cenários de segundo turno. Boulos e Marçal continuam empatados tecnicamente. O candidato do PSOL tem 44,1%, contra 43,2% do ex-coach – o placar anterior era de 38% a 35%. Brancos e nulos são 12%, e os indecisos, 0,7%.

O psolista, porém, seria derrotado em um eventual segundo turno contra Nunes. O prefeito cresceu 4,7 pontos porcentuais e chegou a 45,7% contra 38,5% de Boulos (que antes tinha 37%). Brancos e nulos somam 13,6% e os indecisos, 2,2%.

Nunes também seria vencedor em um segundo turno contra Marçal por 48,2% a 29,2%, uma diferença de 19 pontos porcentuais, a maior registrada em todos os cenários. Neste caso, 21,7% dos entrevistados disseram que votariam em branco ou anulariam o voto e 1% não souberam responder. Não há série histórica da pesquisa neste enfrentamento.

Tabata também venceria Marçal se houver segundo turno entre os dois. A candidata do PSB teria 49,8% contra 43,4% do ex-coach. Brancos e nulos são 5,9% e há 0,9% de indecisos. Ela empata tecnicamente com Nunes por 42% dela a 40,4% dele – brancos e nulos são 15,6% e indecisos 2% -, e com Boulos, já que ambos aparecem com 33,8% das intenções de voto. Neste último cenário, brancos e nulos somam 30,3% e os indecisos representam 2,1%.

Imagem dos candidatos e lideranças políticas

A Atlas também perguntou aos entrevistados se eles têm imagem positiva ou negativa dos candidatos a prefeito. Pablo Marçal é o que tem o maior porcentual entre as respostas positivas, com 40%, seguido de Tabata Amaral (35%), Guilherme Boulos (32%), Ricardo Nunes (30%), Marina Helena (29%) e Datena (22%).

Boulos é quem tem a imagem mais negativa, com 59%, ao lado de Datena, com 56% e Nunes, com 55%. Marçal tem 52% neste quesito, seguido de Tabata com 39% e Marina com 20%.

O cabo eleitoral com melhor imagem é Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiador de Nunes, que é bem-visto por 51% dos entrevistados, contra 45% que o veem de forma negativa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que faz campanha para Boulos, é visto pela maioria dos paulistanos, 52%, de forma negativa. Outros 41% opinaram que a imagem dele é positiva.

Jair Bolsonaro (PL), outro apoiador de Nunes, é visto de forma positiva por 35%, índice menor que de Marçal, que busca se cacifar entre o eleitorado bolsonarista. A imagem do ex-presidente é negativa para 60% do eleitorado.

Foto Divulgação

Por Estadão

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Política

MPT instaura inquérito para apurar denúncias contra Silvio Almeida

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Responsável por investigar irregularidades trabalhistas, o Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou um inquérito civil para apurar as recentes denúncias contra o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania Silvio Almeida, acusado de assédio sexual.

Segundo a assessoria do órgão, a Procuradoria Regional do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins (PRT-10) recebeu uma denúncia anônima contra Silvio Almeida depois que o portal de notícias Metrópoles noticiou que um grupo de mulheres procurou a organização de apoio a vítimas de violência sexual Me Too para denunciar o então ministro por assédio sexual.

A partir da denúncia anônima e do noticiário, um procurador do Trabalho decidiu instaurar o inquérito de ofício, ou seja, independentemente de ter sido provocado por uma parte interessada. A medida, por si só, significa que o procurador concluiu ser necessário o MPT apurar os fatos. Como o inquérito é sigiloso, o MPT não deu mais detalhes à Agência Brasil.

Consultada pela Agência Brasil, a defesa do ex-ministro informou não ter sido notificada e que aguardaria para se pronunciar no momento oportuno.

INVESTIGAÇÃO

As denúncias contra Silvio Almeida já estão sendo investigadas pela Polícia Federal (PF) que ouvirá as vítimas e o ex-ministro nos próximos dias. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar.

Entre as vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Apontada como alvo de importunação sexual, a ministra ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso, mas divulgou uma nota nas redes sociais pedindo respeito à sua privacidade e afirmando ser inaceitável relativizar ou diminuir episódios de violência e abuso sexual.

“Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada”, afirmou Anielle.

Em edição extra do Diário Oficial da União desta segunda-feira (9), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu 5 dias de férias à ministra, que se afastará do cargo até sexta-feira (13).

Advogado, professor universitário e por muitos considerado referência no debate sobre as relações raciais e o racismo na estruturação nacional, Silvio Almeida nega as acusações. Em uma primeira nota, divulgada na noite de quinta-feira (5), o ex-ministro chegou a se referir às acusações como “mentiras” e “ilações absurdas”, alegando que lhes faltava materialidade, ou seja, indícios objetivos da existência de crime.

Na manhã desta terça-feira, antes do MPT confirmar a instauração de inquérito, Thiago Turbay, um dos advogados do ex-ministro, disse à Agência Brasil que passados 6 dias a defesa ainda não teve acesso integral às acusações apresentadas pela ong Me Too em nome das vítimas.

Na sexta-feira (6), a defesa do ex-ministro acionou a Justiça Federal para obter explicações da organização, que informou à Agência Brasil que ainda não foi notificada da interpelação judicial.

“O objetivo [da defesa] é única e exclusivamente pedir esclarecimento dos fatos que, até agora, não foram revelados nem ao Silvio [Almeida], nem à defesa, nem à sociedade brasileira”, afirmou o advogado, destacando que a iniciativa não visa a constranger qualquer uma das eventuais vítimas.

Fonte: Agência Brasil

           

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