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As secretarias estaduais de saúde de São Paulo e do Rio de Janeiro informaram ter detectado quatro casos da subvariante BA.2 da Ômicron no Brasil – dois em cada Estado. A linhagem que rapidamente se tornou dominante na Dinamarca, pode ser mais contagiosa do que a mais comum, a BA.1.
Relatório divulgado pela Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na sexta-feira, 4, mostrou que a Ômicron domina completamente o cenário epidemiológico da covid-19 no Brasil. De acordo com a publicação, enquanto em dezembro a variante Ômicron representou 39,4% de todos os genomas sequenciados, em janeiro de 2022 esse índice saltou para 95,9%, sendo encontrada em todas as regiões do País.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que foram identificados dois casos do subtipo BA.2 da variante Ômicron na última semana. As amostras foram verificadas em Sorocaba e em Guarulhos. A pasta disse que os casos são leves e os pacientes não aprensentam histórico de viagem.
No Rio, desde 19 de dezembro de 2021, foram identificados por sequenciamento genômico 806 casos da variante Ômicron. Desses, dois foram causados pela subvariante. “Os casos foram encaminhados e estão em investigação pelas Secretarias Municipais de Saúde”, informou, em nota.
A secretaria fluminense ainda destacou que ainda não há estudo que “aponte as subvariantes da Ômicron como mais transmissíveis ou agressivas”.
Ambas as pastas da saúde estaduais reforçaram a importância da população completar o esquema vacinal contra a covid, além da manutenção de medidas preventivas não farmacológicas, como uso de máscara e o distanciamento social.
A linhagem BA.2 da Ômicron é uma mutação do vírus Sars-Cov-2, causador da covid-19, detectada primeiramente nas Filipinas, em novembro do ano passado. Ela tem cerca de 20 mutações diferentes com relação à BA.1, primeira identificada, e já foi detectada em mais de 50 países, mas chamou atenção particularmente na Dinamarca.
Isso porque, em território dinamarquês, desde a segunda semana de janeiro, o subtipo se tornou prevalente. Estudos preliminares do do Statens Serum Institut (SSI), principal autoridade de doenças infecciosas da Dinamarca, indicaram que a linhagem pode ser 1,5 vezes mais infecciosa que a BA.1. Porém, a análise inicial do instituto não identificou diferença no risco de internação.
Diferente da variante Ômicron com a Delta, o subtipo não apresenta mutações na estrutura genética que a distinguem de maneira relevante da linhagem identificada na África do Sul. Por isso, é considerada uma “irmã” da BA.1 e não é classificada até o momento como uma nova variante de preocupação.
Para especialistas ouvidos pelo Estadão, a aparição da subvariante e a sua prevalência mostra um comportamento esperado dos vírus, que sofrem contínuas mutações. Isso aconteceu anteriormente com outras variantes (a Delta tem mais de 120 linhagens identificadas pelos cientistas, por exemplo) e vai continuar acontecendo com a Ômicron. No entanto, não significa necessariamente que todos os subtipos vão causar um impacto na saúde pública, como causou a Gama, a Delta e, agora, a Ômicron.
Por Estadão Conteúdo
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