Principal governador do PSB defende o impeachment de Dilma, mas diz que ‘melhor caminho’ é nova eleição
Antes de ser chamado para o primeiro time do governador Eduardo Campos, de Pernambuco, tragicamente falecido em agosto de 2014, o economista Paulo Câmara passou 12 anos de seus ainda 43 como auditor de contas públicas do Tribunal de Contas do Estado. Licenciou-se do emprego, em 2007, para virar secretário de Campos – da Administração e da Fazenda, entre outros cargos. Em 2014, com o peso da tragédia, elegeu-se governador, pelo PSB, no 1.º turno, com 68% dos votos. É o único governador do País com a expertise de auditor – o que o deixa a cavaleiro para comentar as questões técnicas do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
É também o único a ser casado com uma juíza de carreira, a dra. Ana Elisa, mãe de seus dois filhos, de 6 e 11 anos. Nesta segunda, o PSB decidirá, majoritariamente, que é favorável ao afastamento da presidente.
Em dezembro do ano passado, logo depois que o pedido de impeachment foi aceito, o sr. foi um dos 16 governadores que assinaram uma “Carta pela legalidade”, em defesa da presidente Dilma. Mudou alguma coisa de lá para cá?
Ocorreram muitos fatos que aumentaram demais a instabilidade do País, que ainda não foram devidamente julgados, mas que põem em xeque a continuidade, a credibilidade e a confiança de um governo. O processo de impeachment é, claramente, um julgamento político e, como tal, não pode se ater apenas aos fatos denunciados.
A quais outros fatos o sr. se refere?
O desemprego e a inflação aumentando, uma recessão que há 80 anos não se via igual, dois anos seguidos de PIB negativo. Diante de uma situação como essa, a gente pensa muito no futuro do País e das instituições, e na necessidade de buscar alternativas.
E como a discussão do impeachment entra na equação?
Há muito questionamento sobre esse processo do impeachment, mas é um fato concreto que ele vai ocorrer. Nesta segunda-feira, o PSB vai se posicionar majoritariamente a favor. Mas tenho uma posição muito clara de que o melhor caminho é a realização de novas eleições. Siga @Estadao no TwitterO Estado de S.Paulo – Luiz Maklouf Carvalho