Suape foi projetado para ser muito maior do que é atualmente. Para alcançar esse potencial, a retomada da refinaria e a chegada da ferrovia são fundamentais. A refinaria contribuirá significativamente para a movimentação de cargas, especialmente de granéis líquidos, que já representam 70% da movimentação atual do porto. Estamos otimistas com a perspectiva de colocar Suape na rota do agronegócio nacional, aproveitando nossa posição geográfica estratégica.
Em suma, Suape tem um papel vital no desenvolvimento econômico de Pernambuco. A integração ferroviária é definitival para maximizar seu potencial como porto concentrador de cargas. Continuaremos a trabalhar para superar os desafios e impulsionar Suape a novos patamares de crescimento e eficiência.
O que esperar deste importante complexo, o Complexo Industrial Portuário de Suape, para 2024? O secretário Guilherme Cavalcante, responsável pela pasta de desenvolvimento econômico do estado de Pernambuco, responde sobre o que está por vir. Ele explica que, embora algumas questões não dependam apenas do estado, este pode ser um articulador. Discutimos a importância do entorno e da melhoria na infraestrutura para escoar a produção. Há recursos do PAC, algo que não existia há muito tempo, e agora estão chegando, embora possam demorar um pouco. O que o governo do estado está fazendo para ampliar esses serviços?
Diagnóstico e Histórico do Porto de Suape
Primeiramente, é importante pontuar o diagnóstico apresentado pelo Professor Maurício Pina, que é muito preciso ao descrever o processo lento e gradual de abandono da malha ferroviária por parte da concessionária. O Porto de Suape, embora tenha sido idealizado, financiado e construído pelo povo de Pernambuco, é um projeto nacional. Hoje, assistimos à refinaria produzindo dentro do porto, e há planos de atração de indústrias siderúrgicas e do setor de minérios. Com 83 indústrias no entorno de Suape, o complexo foi pensado há mais de 45 anos como um projeto nacional.
Relação com o Governo Federal e Autonomia do Porto
Esse entendimento e respeito pelo que foi construído ao longo da história foi retomado no início do governo Raquel Lira, com um diálogo austero com o governo federal. Nos últimos 10 a 15 anos, debatia-se se o porto pertencia a Pernambuco ou ao governo federal. Isso foi pacificado, reconhecendo a autonomia do porto, construída através de diálogo. Por mais de 10 anos, não recebíamos investimentos, mas agora estamos retomando a execução de projetos e recursos federais, graças à competência histórica do Porto de Suape.
Ferrovias e Infraestrutura
Falemos sobre ferrovias. A concessão desse serviço envolve a União, mas como o estado pode interferir para mudar a situação? Nos últimos 18 meses, a governadora Raquel Lira e sua equipe têm trabalhado para retomar os investimentos públicos no trecho Salgueiro-Suape, que foi excluído no final do governo anterior. A Secretaria Nacional de Ferrovias, ANTT, e outras agências estão colaborando para avançar com o projeto, embora não no ritmo desejado. Para tornar a ferrovia viável, precisamos não apenas retomar as obras, mas também decidir sobre futuros modelos de concessão, que podem incluir novas parcerias público-privadas.
Situação Atual e Investimentos
O trecho Salgueiro-Suape é crucial e deve ser priorizado, não apenas como um projeto estadual, mas nacional. A ferrovia Transnordestina, conforme originalmente concebida, liga Suape à ferrovia Norte-Sul, cortando o sul do Piauí e conectando-se com a malha produtiva do país. Precisamos que o país entenda a importância estratégica de Suape para o desenvolvimento nacional.
Descaso da Concessionária e Implicações
A concessionária, que suspendeu a operação de trens de carga em 2013, tem mostrado descaso com Pernambuco. Em 2019, a ANTT solicitou a caducidade da concessão, mas, em vez disso, houve um aditivo ao contrato que eliminou o trecho Salgueiro-Suape. Além disso, a concessionária pediu a retirada de toda a malha ferroviária de bitola métrica dos quatro estados do Nordeste oriental, o que cria um desequilíbrio intra-regional.
Investimentos Federais e Retomada da Ferrovia
A decisão do Tribunal de Contas da União, que excluiu o trecho Salgueiro-Suape, vincula novos investimentos da União a uma solução para essa questão. Portanto, a construção da ferrovia que liga Eliseu Martins ao Porto de Pecém só pode ocorrer legalmente com a solução do trecho Salgueiro-Suape. O estado de Pernambuco não desistirá dessa demanda, pois é fundamental para o desenvolvimento regional.
Projetos e Capacitação
Há um programa do governo federal em parceria com o governo estadual para requalificar trabalhadores que atuaram na refinaria e no estaleiro, formando uma nova geração de profissionais. A capacitação e o mapeamento de oportunidades são facilitados pelo estado, para que a mão de obra local seja aproveitada. Questões como a obrigatoriedade de 70% da mão de obra ser local, prevista na lei orgânica de alguns municípios, dependem de protocolos de intenção e da viabilidade das empresas.
Metrô e Transporte Público
O transporte público é crucial para Suape. A ideia de uma linha de VLT de Cajueiro Seco até Suape é viável e poderia substituir parte do fretamento de ônibus, reduzindo custos e melhorando a eficiência do transporte de trabalhadores. Estudos mostram que essa alternativa poderia ser viabilizada em dois anos e meio.