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Pernambuco emitiu um alerta de observação de casos suspeitos de hepatite aguda grave em crianças após a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmar 169 notificações em 12 países. Até o momento, não há registro de casos da doença em Pernambuco segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
O comunicado do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs-PE), destinado as unidades públicas e particulares de saúde, orienta toda a rede a notificar casos suspeitos imediatamente ao Estado.
Serão considerados para investigação adolescentes com 16 anos ou menos, que apresentem hepatite aguda; transaminase glutâmico oxalacética (TGO) e transaminase glutâmico pirúvica (TGP) acima de 500 U/L, e que não relatem outras explicações para a situação clínica.
Também serão investigadas pessoas que tiveram contato próximo a casos suspeitos de hepatite aguda, que, independente da idade, apresentem o quadro de saúde citado.
“Equipes de saúde, principalmente pediatria, deve estar atentos a crianças/adolescentes com 16 a nos ou menos, que apresentem relatos de passagem pelos locais afetados e que apresentem sintomas compatíveis com hepatite aguda”.
O comunicado afirma também que deve ser rotina dos serviços de saúde de Pernambuco estabelecer diretrizes de identificação precoce de casos suspeitos e estabelecer medidas de controle e prevenção.
A SES-PE informou, por meio de nota, que não há registro de casos de hepatite aguda grave de origem desconhecida no Estado. No entanto, ressalta que o Governo de Pernambuco está atento e monitorando a ocorrência do agravo ao redor do mundo.
No último sábado (23), a OMS confirmou o surgimento de 169 casos de hepatite aguda grave de origem desconhecida. A maioria das notificações está na Europa e envolve bebês, crianças e adolescentes saudáveis, entre 1 mês e 16 anos de idade.
Entre os casos registrados, 17 crianças (cerca de 10% do total) necessitaram de transplante de fígado após contraírem a doença. Uma morte foi confirmada.
Foram notificados 114 casos da doença no Reino Unido; 13 na Espanha; 12 em Israel; nove nos Estados Unidos; seis na Dinamarca; cinco na Irlanda; quatro na Holanda; quatro na Itália; dois na Noruega; dois na França; um na Romênia e um na Bélgica, segundo informou a OMS.
De acordo com o Cievs, o quadro clínico comum identificado entre os casos foi o de hepatite aguda, quando há inflamação do fígado. A maioria dos pacientes apresentaram sintomas gastrointestinais, como vômito, diarreia e dores abdominais.
A causa exata do surto de hepatite neste público é desconhecida até então, já que o vírus comum que causa hepatite aguda (vírus da hepatite A, B, C, D e E) não foi detectado em nenhum dos afetados. Porém, em pelo menos 74 casos (43,8%) foi encontrado o adenovírus, que são patógenos que geralmente causam infecções autolimitadas.
Segundo o Cievs, os adenovírus podem ser encontrados em mais de 50 tipos e comumente causam doenças respiratórias, e, em alguns casos, doenças gastroenterite, conjuntivite e cistite. O texto informa também que, embora o adenovírus seja uma hipótese como causa subjacente, ele não explica a gravidade do quadro clínico, pois não costuma afetar crianças saudáveis.
A hipótese relacionada aos efeitos colaterais das vacinas contra a Covid-19 foi descartada já que a maioria das crianças afetadas não havia sido imunizada para a SARS-CoV-2.
Por Folha de Pernambuco
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