George Pell foi condenado a um ano de prisão
Um arcebispo australiano que se tornou a autoridade católica mais graduada do mundo condenada por ocultar abusos sexuais de crianças na Igreja Católica foi sentenciado a um ano de prisão nesta terça-feira (3).
Em maio, Philip Wilson, 67, arcebispo de Adelaide, já tinha sido declarado culpado de encobrir abusos cometidos nos anos 1970 pelo padre Jim Fletcher na região de Hunter (Nova Gales do Sul), ao não comunicar as denúncias contra o religioso.
Durante o julgamento, não se questionou se Fletcher abusara sexualmente do coroinha Peter Creigh, mas, sim, o fato de Wilson, então um jovem padre, não ter feito nada a respeito quando foi informado em 1976.
Em 2004, Fletcher foi considerado culpado de nove acusações de abuso sexual infantil e morreu na prisão em 2006 devido a um derrame.
O arcebispo negou todas as acusações, e seus advogados, em busca de evitar o julgamento, afirmaram que ele sofria da doença de Alzheimer.
O tribunal da cidade de Newcastle condenou Wilson a 12 meses de prisão, sem possibilidade de progressão da pena antes de seis meses, mas o juiz Robert Stone suspendeu sua aplicação até 14 de agosto, para avaliar a possibilidade de detenção na residência de algum familiar do religioso.
Enquanto isso, o religioso aguardará a decisão em liberdade, já que pagou a fiança.
Após ser declarado culpado em maio, Wilson se afastou da igreja, mas manteve o título de arcebispo. Ele foi pároco em Nova Gales do Sul antes de ser nomeado bispo de Wollongong, em 1996. Cinco anos depois, se tornou arcebispo.
Embora sua pena seja menor do que a de um veredicto semelhante emitido nos Estados Unidos, e apesar dele não ter sido preso de imediato, a decisão da Justiça foi celebrada pelos sobreviventes de abusos como uma vitória importante.
“Este é um caso emblemático em todo o mundo, a condenação permanece”, disse Peter Creigh, que foi abusado por Fletcher.
A Conferência Australiana de Bispos Católicos, principal entidade católica do país outrora comandada por Wilson, disse em um comunicado que espera que a sentença leve alguma “sensação de paz e cura” às vítimas.
O “arcebispo de Adelaide não é a única importante autoridade católica do país atingida pelo escândalo de pedofilia na Austrália.
George Pell, bispo emérito de Sidney e tesoureiro do Vaticano (ele se afastou do posto após a revelação do caso), foi denunciado em abril por ter abusado de duas crianças e aguarda o julgamento -os casos teriam ocorrido há mais de 40 anos .
O papa Franciso enfrenta ainda uma crise na igreja chilena, onde 34 bispos renunciaram (cinco foram aceitas até o momento) após uma investigação feita pelo Vaticano apontar que a cúpula católica no país trabalhou para encobrir denúncias de abuso sexual. Com informações da Folhapress.
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