Complicações graves da chicungunha e óbitos pela doença, transmitida pelo Aedes aegypti, preocupam especialistas (Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem)
O Estado de Pernambuco confirma nove mortes por chicungunha, entre 153 óbitos suspeitos pelas arboviroses notificados este ano. As mortes foram registradas no Recife (5), em Jaboatão dos Guararapes (1), em Igarassu (1), em Vitória de Santo Antão (1) e em Timbaúba. Além disso, um óbito foi confirmado por dengue em Caruaru, no Agreste, e três mortes foram descartadas para as arboviroses. Os demais estão em investigação. No mesmo período de 2015, foram 15 óbitos suspeitos e três confirmados por dengue.
Os dados estão no boletim divulgado nesta terça-feira (5) pela Secretaria Estadual de Saúde, que considera os casos até a semana epidemiológica 13 (entre 3 de janeiro e 2 de abril).
Em relação à dengue, no mesmo período, o Estado já notificou 50.030 casos de pessoas que adoeceram com os sintomas da doença (7.232 confirmados e 5.755 descartados), distribuídos em 183 municípios e em Fernando de Noronha. Isso representa um aumento de 35,19% em relação ao mesmo período de 2015, quando foram notificados 37.008 (sendo 18.788 confirmados).
Além disso, já são 15.332 casos de pessoas que adoeceram com os sintomas de chicungunha em 164 municípios. Desses, 340 foram confirmados e 423 descartados.
E os casos suspeitos de zika chegam a 7,9 mil casos em 136 municípios e em Fernando de Noronha. Desses, 16 foram confirmados e 124 descartados.
O balanço ainda mostra que foram notificados 166 casos de formas graves das arboviroses, com 22 confirmações e três descartes.
Saiba mais
Até as oito primeiras semanas deste ano, as mortes por arboviroses estavam sendo notificadas separadamente: por dengue e chicungunha. A partir de 28 de fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) decidiu reunir as suspeitas num grupo único, de arboviroses em geral, já que existe a impressão de que parte dos dos óbitos que vinha sendo registrado como dengue pode ser chicungunha. “Há muitos rumores sobre isso, mas as notificações de óbito por chicungunha não aparecem. De qualquer forma, vamos iniciar uma investigação nos municípios com maiores registros de morte para tentar viabilizar estratégias que possam minimizar a ocorrência de óbitos nessas localidades”, diz a coordenadora do Programa de Controle de Arboviroses da SES, Claudenice Pontes.
Ela destaca que a chicungunha agrava-se mais nos extremos da vida: infância e velhice. No idoso, é como se a infecção por chicungunha potencializasse uma doença já existente, como hipertensão e diabetes. Além disso, com o envelhecimento, há uma capacidade diminuída de reagir a complicações.
As consequências podem ser mais intensas e graves também nas crianças porque se trata de um grupo vulnerável a quadros de agravamento pela imaturidade do sistema imunológico. “Nos idosos e nas crianças, é bom ficar atento a sinais de risco que podem acompanhar as arboviroses, como dores abdominais, dificuldade respiratória, sangramentos, fezes escuras, sonolência excessiva e irritabilidade”, orienta o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia.
Ele reforça que, diante de qualquer suspeita de dengue, chicungunha e zika, a hidratação deve ser priorizada para evitar agravamento. “Além disso, as pessoas não devem fazer uso da automedicação. Muita gente usa corticoides e anti-inflamatórios sem supervisão médica, o que é muito perigoso”, finaliza Jailson.
(Do JC OnLine)