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O presidente chinês, Xi Jinping, pediu “unidade” e defendeu sua política de combate à covid-19 e à corrupção, na abertura, neste domingo (16), do 20º Congresso do Partido Comunista da China (PCC), no qual deve receber um histórico terceiro mandato.
Se tudo correr como previsto, o dirigente de 69 anos deve ser ratificado como secretário-geral do PCC dentro de uma semana, um prelúdio para sua reeleição no ano que vem como presidente da China. Consolida-se, assim, como o líder mais poderoso desde Mao Zedong.
O congresso acontece “em um momento crítico, em que todo partido e a população de todos os grupos étnicos embarcam em uma nova viagem para construir um país socialista modernizado”, disse Xi aos quase 2.300 delegados reunidos no Grande Salão do Povo de Pequim. “A união faz a força, e a vitória requer unidade”, acrescentou.
Ovacionado em sua chegada, Xi discursou por mais de uma hora e meia. Em sua fala, elogiou sua gestão da pandemia, com uma política restritiva de “covid zero” ainda em vigor, apesar de seu impacto econômico.
Também defendeu seu tratamento de duas questões muito delicadas para Pequim: os protestos pró-democracia e a posterior repressão em Hong Kong, que, em sua opinião, passou “do caos à governança”, e as tensões sobre Taiwan.
Xi denunciou a interferência de “forças externas” nesta ilha com um governo autônomo e alertou que a China “nunca renunciará ao uso da força” para reunificá-la.
“Vamos tentar buscar a perspectiva de uma reunificação pacífica com a maior sinceridade e os maiores esforços, mas nunca nos comprometeremos a abandonar o uso da força”, assegurou.
Sob os delegados, Xi também enfatizou que “a influência internacional da China, sua atratividade e sua capacidade de moldar o mundo aumentaram significativamente”.
O congresso quinquenal acontece no Grande Salão do Povo, na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em meio a fortes medidas de segurança e sob um rigoroso protocolo de “covid zero”.
A manutenção, ou não, desta política foi uma das questões que cercaram o conclave diante dos problemas cotidianos e econômicos causados por ela. Apesar disso, Xi defendeu firmemente essa estratégia, a qual, segundo ele, pôs “a população e suas vidas em primeiro lugar”.
A China “protegeu a segurança e a saúde no mais alto nível e conseguiu significativos resultados positivos, ao coordenar o controle e a prevenção da epidemia com o desenvolvimento econômico e social”, disse ele.
O quase isolamento que a China se impõe em relação ao restante do mundo e os repetidos confinamentos sufocaram o crescimento de sua economia. Este ano, seu desempenho pode ser o mais baixo em quatro décadas, com a exceção de 2020.
A fadiga está começando a cobrar seu preço em alguns bairros. Esta semana, o mal-estar veio à tona com um protesto incomum na capital, no qual um homem pendurou dois cartazes críticos em uma ponte. Em um deles, pedia a queda do “ditador traidor Xi Jinping”.
Campanha anticorrupção
Em seu discurso, Xi também elogiou sua campanha anticorrupção, considerada por alguns críticos como uma ferramenta para eliminar rivais internos e consolidar seu poder.
Foto: Noel CELIS / AFP
Por: AFP
Por: Correio Braziliense
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