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Presidente da Câmara dos EUA é derrubado do cargo pela 1ª vez na história

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A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos votou para derrubar seu presidente, o republicano Kevin McCarthy, do cargo, nesta terça-feira (3) -a pedido de uma ala de seu próprio partido. O placar foi de 216 votos a favor e 210 votos contrários.

É a primeira vez na história que a Casa remove seu líder do cargo, e a primeira vez desde 1910 que um pedido do tipo foi votado. A solicitação foi apresentada por Matt Gaetz, deputado conservador da Flórida cujo histórico de rixas com o líder republicano extrapola o tablado político.

Os democratas votaram em bloco pela remoção do presidente. Apesar de ter o apoio majoritário republicano, McCarthy, o segundo na linha sucessória da Presidência americana, perdeu seu posto em decorrência do voto contrário de apenas oito colegas de partido.

A votação aconteceu por ordem alfabética, com cada deputado sendo chamado a declarar seu voto. O anúncio do resultado aconteceu após um período longo de silêncio tenso.

O republicano Patrick McHenry, da Carolina do Norte, foi nomeado presidente interino por meio de uma lista elaborada pelo próprio McCarthy quando ele tomou posse no cargo, uma exigência para evitar que o posto fique vago criada após o 11 de Setembro.

Uma nova votação para eleger um presidente da Casa deve ser realizada. As funções desse mandato temporário, portanto, se limitam a essa tarefa e, enquanto ela não for cumprida, a Câmara não pode trabalhar em nenhum outro tema.

Não há ainda nenhuma aposta clara sobre quem pode suceder McCarthy -o presidente derrubado pode concorrer novamente, inclusive. Gaetz já disse que não pretende concorrer. Republicanos e democratas devem se reunir entre terça e quarta para discutir candidatos.

Votaram contra seu líder os republicanos Andy Biggs (Arizona), Ken Buck (Colorado), Tim Burchett (Tennessee), Eli Crane (Arizona), Gaetz, Bob Good (Virgínia), Nancy Mace (Carolina do Sul) e Matt Rosendale (Montana).

“Dado o desejo deles de [os republicanos] não se afastarem de forma autêntica e abrangente do extremismo Maga [Make America Great Agin], a liderança democrata da Câmara votará a favor da pendente moção republicana de vacância da presidência”, disse o líder da minoria na Casa, Hakeem Jeffries, em referência ao alinhamento da ala da oposição ao ex-presidente Donald Trump.

Mais cedo, ele havia afirmado que os adversários precisam “romper com os extremistas” e “encerrar o caos”.

O movimento contra McCarthy acontece após o presidente aprovar, nas últimas horas do sábado, com apoio democrata, uma medida temporária para manter o governo funcionando enquanto as leis orçamentárias para o ano fiscal de 2024 não são ratificadas.

O feito impediu uma paralisação do governo no domingo, mas custou a McCarthy o apoio de um grupo mais radical de seu partido que exigia cortes de gastos mais profundos e já estava insatisfeito com a sua liderança desde o acordo fechado com a Casa Branca para elevar o teto da dívida pública no primeiro semestre.

Em nota, o governo afirmou que Joe Biden espera que a Câmara “eleja rapidamente um presidente” diante dos “desafios urgentes” que o país enfrenta. “O povo americano merece uma liderança que coloque as questões afetando suas vidas em primeiro lugar.”

A principal preocupação da Casa Branca é a aprovação das leis orçamentárias para o ano fiscal iniciado em 1º de outubro. Caso o Congresso não consiga aprová-las nos próximos 42 dias, o governo federal não terá dinheiro para bancar seus gastos, um cenário conhecido como “shutdown”. Enquanto um novo líder não for escolhido pela Câmara, não há como as medidas passarem.

Entre os republicanos, o ex-presidente Donald Trump condenou a briga interna de seu partido. “Por que os republicanos estão sempre brigando entre si, por que eles não estão brigando com os democratas radicais de esquerda que estão destruindo nosso país?”, disse em uma postagem na rede social Truth.

Outros pré-candidatos à nomeação republicana na eleição presidencial do próximo ano também criticaram os deputados de seu partido. Ron DeSantis questionou qual é o plano agora, enquanto Tim Scott afirmou que a briga interna não ajuda e acusou Gaetz de “causar muito prejuízo”.

Antes de a moção de remoção de McCarthy ir à votação, vários republicanos debateram a proposta no plenário, entre eles Gaetz, Good e Biggs pela derrubada do líder, e Tom Cole (Oklahoma), Tom Emmer (Minnesota).e Jim Jordan (Ohio).

Good e Gaetz acusaram McCarthy de trair acordos e recuar diante de democratas em votações que, em sua visão, significam irresponsabilidade fiscal e levaram à disparada da dívida pública. O presidente da Câmara foi chamado de “caótico”.

“Nós precisamos de um presidente que vai lutar por alguma coisa, qualquer coisa além de apenas ser presidente ou se tornar presidente”, disse Good.

Já os defensores elogiaram o trabalho de McCarthy no cargo, e fizeram um apelo pela união do partido em torno de seu líder.

Enquanto a discussão acontecia, o presidente da Câmara permaneceu no plenário, sentado em silêncio.

A moção para destituir o presidente da Câmara foi apresentada na noite desta segunda. O uso do instrumento por um membro da Casa foi facilitado por McCarthy em janeiro, em um pacote de mudanças nas regras legislativas exigido por republicanos extremistas em troca de apoio ao seu pleito pela liderança.

“Uma das duas coisas vai acontecer: Kevin McCarthy não vai ser presidente da Câmara, ou ele vai ser o presidente da Câmara trabalhando de acordo com os desejos dos democratas”, disse Gaetz a jornalistas após apresentar o pedido.

“Vem com tudo”, afirmou McCarthy no X, ex-Twitter. “Acabei de ir”, retrucou Gaetz.

Os republicanos têm uma maioria apertada na Câmara, de apenas nove votos. O grupo de Gaetz, mais à direita, abrange 20 deputados. Para ser aprovada, a moção exige uma maioria simples entre os deputados presentes e votantes.

Assim, o destino de McCarthy estava, na prática, na mão dos democratas. Caso parte do partido votasse contra, ou simplesmente se abstivesse, o republicano poderia ter sobrevivido no cargo.

Para isso, no entanto, os democratas queriam que o presidente da Câmara fizesse concessões à altura desse apoio inusual -o que ele disse na manhã desta terça que não iria fazer.

Os membros do partido de Joe Biden tiveram uma reunião a portas fechadas durante a manhã para discutir o tema. Muitos deputados relataram a jornalistas na saída que não foi acordado nenhum plano para salvar o presidente da Câmara, que recentemente determinou a abertura de um processo de impeachment contra o presidente.

Uma resolução para cancelar a votação da moção foi apresentada no início da tarde, e derrotada por um placar de 218 votos contrários e 208 favoráveis, com os democratas votando em bloco contra McCarthy e outros 11 republicanos.

A briga fratricida entre a oposição acontece em meio às discussões das leis orçamentárias que o Congresso precisa aprovar para que o governo federal consiga bancar seus gastos no ano fiscal que começou no domingo. A resolução temporária aprovada no sábado, que disparou o movimento contra McCarthy, tem prazo de apenas 45 dias, e não prevê aquilo que a Casa Branca vê como prioridade: recursos para a Ucrânia, em guerra com a Rússia.Em 2015, uma moção para remoção do cargo foi apresentada contra o então presidente da Câmara, o republicano John Boehner, mas não chegou a ir a votação porque ele renunciou antes.

Fonte: FOLHAPRESS

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Monte Everest registra temporada com ao menos 5 mortes e novas filas de alpinistas

Especialistas alertam para os perigos do trânsito intenso e pressionam o governo do Nepal pela limitação do fluxo.

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A atual temporada de escalada do monte Everest, que termina na próxima sexta-feira (31), vem registrando filas e congestionamento de alpinistas. Especialistas alertam para os perigos do trânsito intenso e pressionam o governo do Nepal pela limitação do fluxo -nos últimos dois meses, pelo menos oito pessoas morreram ou foram consideradas desaparecidas na montanha mais alta do mundo.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram dezenas de alpinistas aglomerados perto do cume, numa cena que se tornou recorrente nos últimos anos. Em 2023, 18 pessoas morreram tentando chegar ao topo, segundo o site especializado Himalayan Database, numa das temporadas mais mortais de toda a história.

Os números reforçam críticas contra a quantidade de permissões para escalada emitidas pelas autoridades. Guias de turismo nepaleses apontam a chegada de viajantes inexperientes, a ocorrência de condições meteorológicas extremas e o relaxamento de medidas de segurança como fatores que têm feito os óbitos aumentarem.

O rápido crescimento do turismo de escalada no país levou a uma competição acirrada entre as empresas, gerando preocupações de que as companhias cortem os orçamentos de segurança para reduzir os preços com o objetivo de atrair mais clientes.

A atividade representa uma fonte de receita importante para o Nepal. O país abriga 8 das 10 montanhas mais altas do mundo e recebe centenas de aventureiros na primavera, período em que as temperaturas são mais amenas e há menos vento. Nesta temporada o governo emitiu 421 licenças para alpinistas, número abaixo do recorde de 478 registrado em 2023, mas ainda assim questionado por especialistas.

No total, cerca de 600 pessoas chegaram ao topo da montanha desde abril, quando a atual temporada começou. O número inclui alpinistas estrangeiros e os guias, que não precisam da permissão do governo.

Sob o argumento de preservar a montanha e evitar os congestionamentos vistos nos últimos anos, a Justiça do Nepal intimou o governo, no começo do mês, a limitar as permissões de escalada no Everest e em outras montanhas.

O texto publicado diz que a capacidade das montanhas “deve ser respeitada” e que é necessário determinar um número máximo adequado de licenças. Uma versão mais completa será divulgada, já que a decisão mais recente não menciona um limite específico ao número de permissões.

A decisão do tribunal ainda impôs restrições aos helicópteros, que só poderão ser usados em casos de resgates de emergência. Nos últimos anos, as aeronaves vêm sendo usadas com frequência para transportar equipamentos de montanhismo aos acampamentos-base e terrenos perigosos.

Segundo especialistas, muitos alpinistas chegam ao Nepal sem a preparação adequada para escalar o Everest, cujo cume está a 8.848 metros acima do nível do mar. Numa tentativa de reduzir o número de mortes, o governo determinou em 2019 que aqueles que querem fazer a atividade deverão subir antes um pico nepalês acima de 6.500 metros para então obter a permissão.

Mas analistas dizem que a medida é insuficiente. O congestionamento de alpinistas faz com que as equipes esperem horas em regiões próximas do topo, à beira de precipícios e com temperaturas abaixo de zero -arriscando esgotar os níveis de oxigênio, podendo levar a doenças e exaustão.

Nesta quarta (29), um alpinista indiano foi confirmado morto, aumentando o número de fatalidades na atual temporada para cinco. Todas as mortes ocorreram a mais de 8.000 metros, na chamada zona da morte, onde a falta de oxigênio aumenta as chances de hipoxemia (insuficiência de oxigênio no sangue). Três outros alpinistas -um britânico e dois sherpas- estão desaparecidos.

Temporadas passadas também registraram números altos de mortes, mas muitas delas ocorreram em eventos únicos e de grandes proporções, diferentemente do que tem acontecido nos últimos anos. Em 2014, por exemplo, 16 guias nepaleses morreram em uma avalanche que fechou o acesso ao cume. Em 2015, pelo menos 18 pessoas morreram num terremoto que fez outras 9.000 vítimas no país.

Já em 2019, pelo menos 4 das 11 mortes na montanha foram atribuídas ao congestionamento. Além do trânsito de alpinistas, os guias dizem que o frio acima da média tem sido outro desafio nas escaladas -as temperaturas podem chegar a -40°C.

Cientistas afirmam que o aumento da frequência e da intensidade de fenômenos extremos está relacionado à crise do clima, provocada pela atividade humana. Além do número alto de mortes, socorristas vêm registrando com mais frequência casos de queimaduras causadas pelo frio e de edema pulmonar provocado pela altitude, que ocorre quando líquido se acumula nos pulmões.

Cerca de 7.000 alpinistas chegaram ao cume do Everest -muitos deles várias vezes- desde que ele foi escalado pela primeira vez em 1953. Ao menos 335 alpinistas morreram na tentativa de chegar ao topo.

Foto Shutterstock

Por Folhapress

           

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Maior rede humanitária do mundo pede cessar-fogo em Gaza

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A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) pediu nesta quarta-feira (29) um cessar-fogo e acesso humanitário desimpedido à Faixa de Gaza, onde milhões de pessoas enfrentam o agravamento da fome.

O enclave devastado pela guerra está sofrendo catástrofe humanitária quase sete meses depois que Israel lançou uma ofensiva devastadora, em resposta aos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro, que mataram 1.200 pessoas em Israel.

“Precisamos desesperadamente de uma solução política que nos permita um cessar-fogo para que a ajuda chegue”, disse a presidente da IFRC, Kate Forbes, à Reuters em  entrevista em Manila.

“Estamos prontos para fazer a diferença. Temos que ter acesso e, para isso, é preciso um cessar-fogo”, afirmou Kate, que em dezembro se tornou a segunda mulher a ocupar o cargo mais alto da maior rede humanitária do mundo.

A presidência da IFRC é cargo voluntário e supervisiona uma rede que reúne 191 organizações que trabalham durante e após desastres e guerras, como a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, que tem equipes de ambulância em Gaza.

Kate disse que tinha visto a situação “atroz” em Rafah durante uma visita em fevereiro, meses antes de Israel lançar ataque militar na cidade do sul de Gaza, que abrigava mais de 1 milhão de palestinos que fugiram dos ataques a outras partes do enclave.

“Não havia moradia suficiente. Não havia água, não havia banheiros sanitários suficientes. Tínhamos um hospital sem equipamentos… e, infelizmente, o que eu temia aconteceu – não haveria comida suficiente”, acrescentou.

Fonte: Agência Brasil

 

           

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Coreia do Norte teria lançado balões de lixo e “fezes” para Coreia do Sul

Os sul-coreanos foram aconselhados pelas autoridades do país a não tocar nos balões e nos sacos de lixo que transportavam.

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A Coreia do Norte lançou 90 balões com panfletos e lixo, incluindo supostas “fezes”, sobre duas províncias fronteiriças da Coreia do Sul.

Segundo a BBC, as autoridades sul-coreanas aconselharam os cidadãos a permanecerem em casa e a evitar tocar nos balões e no lixo. Agora, os objetos deixados em Gyeonggi e Gangwon estão sendo analisados.

A troca de balões entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, em ações de propaganda, tem sido uma ferramenta frequente dos dois lados desde a Guerra da Coreia, na década de 1950, diz a BBC.

“Montanhas de lixo e sujeira serão, em breve, espalhadas pela fronteira e o interior da Coreia do Sul, que perceberá o esforço necessário para removê-las”, disse o vice-ministro da Defesa da Coreia do Norte, Kim Kang Il, em um comunicado publicado no domingo.

Já a agência de notícias sul-coreana Yonhap informou que “alguns dos balões traziam o que pareciam ser fezes, julgando pela cor escura e cheiro”.

As forças militares da Coreia do Sul condenaram a “clara violação da lei internacional”. “Isso ameaça seriamente a segurança do nosso povo. A Coreia do Norte é inteiramente responsável por qualquer consequência resultante desses balões, e alertamos seriamente a Coreia do Norte para parar imediatamente com essa ação crassa e desumana”, continuou.

Em outras ocasiões, ativistas sul-coreanos enviaram balões para o norte, não contendo lixo, mas sim propaganda contra o regime de Pyongyang e itens como dinheiro, conteúdos proibidos e até Choco Pies, um lanche popular ao sul da fronteira que não existe na Coreia do Norte.

Foto Reuters

Por Notícias ao Minuto

           

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