Conecte-se Conosco

Brasil

PT vê proximidade de Campos Neto com bolsonarismo; ex-dirigentes veem atuação técnica

Ex-diretor do BC, Alexandre Schwartsman destaca que as decisões sobre os juros não são tomadas apenas pelo presidente, mas por um colegiado formado por nove membros (além de Campos Neto, oito diretores).

Publicado

em

 

[responsivevoice_button voice=”Brazilian Portuguese Female”]

 O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, entrou na mira de integrantes do governo, inclusive de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que exploram a proximidade dele com políticos bolsonaristas para ampliar o desgaste do chefe da autoridade monetária.

Ex-colegas de Esplanada e ex-dirigentes do BC ouvidos pela Folha, contudo, minimizam os momentos em que Campos Neto demonstrou maior proximidade com o governo Jair Bolsonaro (PL) e dizem que sua atuação tem sido estritamente técnica à frente da instituição.

A relação de petistas era considerada cordial com Campos Neto até o BC manter a taxa básica (Selic) em 13,75% ao ano e indicar que pode sustentar os juros elevados por mais tempo.

Aos olhos de Lula, o presidente da autarquia passou de “economista competente” às vésperas das eleições a “esse cidadão” ao final do primeiro mês de governo.

Procurado, Campos Neto disse por meio de sua assessoria que não iria se manifestar.

Com o temor de que os juros altos comprometam o crescimento da economia brasileira, Lula e interlocutores voltaram à carga contra Campos Neto resgatando diferentes episódios para reforçar os laços dele com Bolsonaro.

O mais recente episódio rememorado por petistas para corroborar a tese de falta de isenção do presidente do BC é uma imagem da fotógrafa da Folha Gabriela Biló, mostrando que Campos Neto ainda era integrante de um grupo de WhatsApp chamado “Ministros Bolsonaro”. Ele perdeu o status de ministro quando foi aprovada a lei de autonomia do BC pelo Congresso Nacional, em fevereiro de 2021.

Depois que a imagem da tela de celular do senador Ciro Nogueira (ex-Casa Civil) foi a público revelando a presença do chefe da autarquia no chat, no dia 10 de janeiro, Campos Neto deixou o grupo. Mas a exposição da foto gerou desconforto entre os petistas.

Campos Neto também fez um “bate e volta” entre Brasília e São Paulo, em 1º de janeiro, que chamou a atenção de aliados de Lula. Pela manhã, ele participou da posse de Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro, eleito governador de São Paulo depois de ter sido apadrinhado pelo ex-presidente. Foi a única solenidade da esfera estadual que contou com a presença do presidente do BC.

À tarde, Campos Neto embarcou de volta para Brasília, onde acompanhou a cerimônia de posse de Lula. Horas depois, pegou outro avião para São Paulo para participar de um jantar da posse de Tarcísio, ex-colega de Esplanada.

Durante o governo Bolsonaro, Campos Neto frequentou confraternizações ao lado de outros bolsonaristas. Em 2021, foi a um churrasco na casa do então ministro Fábio Faria (Comunicações), dias depois da posse de Nogueira.

Embora nunca tenha sido do círculo íntimo do ex-chefe do Executivo, Campos Neto gozava da simpatia de diferentes alas do governo e do próprio Bolsonaro. Apesar da autonomia do BC, participou de reuniões com integrantes do Planalto nas quais era consultado sobre os impactos de eventuais medidas do governo na economia.

Campos Neto foi alçado ao posto de chefe da autoridade monetária por influência do então ministro Paulo Guedes (Economia). Os dois tiveram divergências, mas continuaram atuando juntos.

Segundo auxiliares da gestão passada, pesava na relação deles o fato de Campos Neto sempre ser citado como possível ministro da Economia nos momentos em que Guedes passava por turbulências no comando da pasta.

Desde integrantes da ala política até bolsonaristas mais radicais e parlamentares viam com bons olhos uma eventual gestão de Campos Neto. Ele, contudo, sempre rechaçou essa possibilidade. Em conversas privadas, dizia que não tinha a intenção de ser ministro -sobretudo para ocupar o lugar de Guedes.

Diante dos ataques do novo governo a Campos Neto, ex-colegas de Esplanada saíram em defesa do dirigente. A avaliação é de que os petistas buscam um culpado para o caso de a economia não decolar.

A interlocutores, o presidente do BC disse que está apenas fazendo o seu trabalho e que não tem como reduzir a inflação só porque o governo deseja.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), é apontada como uma das principais vozes críticas a Campos Neto no entorno do presidente.

Recentemente, ela disse à Folha que o chefe da instituição está do lado de Bolsonaro e defendeu ainda que a política monetária obedeça à linha defendida pelo presidente Lula.

“O presidente do Banco Central estava em um grupo de ministros de Bolsonaro até há pouco tempo. Então ele tem um lado. Lado de Bolsonaro. Foi nomeado por ele. Ele não demonstrou a sua autonomia, sua independência política, por esses fatos. Quando o banco tem a decisão de manter as taxas nos níveis atuais, joga contra o Brasil”, afirmou.

Apesar da artilharia, há petistas que avaliam que Lula prejudica mais o cenário econômico com suas declarações, embora líderes da base terem apoiado o discurso de Lula contra a taxa básica de juros em reunião no Planalto.

Nas últimas semanas, Lula chamou os juros de “vergonha”, a autonomia do BC de “bobagem” e atacou Campos Neto, tensionando mais a relação.

Para ex-membros do BC, contudo, a atuação de Campos Neto à frente da instituição tem sido pautada por decisões puramente técnicas.

Gustavo Loyola, ex-presidente do BC e diretor-presidente da Tendências Consultoria, destaca o ciclo de alta de juros promovido pela instituição ao longo do ano eleitoral, que poderia comprometer a imagem do então presidente Bolsonaro na busca da reeleição.

De março de 2021, quando a taxa básica saiu de seu piso histórico (2%), a agosto de 2022, foram 12 aumentos consecutivos, com elevação de 11,75 pontos percentuais.

“Se ele [Campos Neto] quisesse fazer agrado para o ex-presidente [Bolsonaro], teria mantido a política monetária frouxa. O BC atuou de maneira absolutamente técnica, não houve nenhuma medida que pudesse ser vista como política”, diz.

Loyola ressalta que, com a autonomia, o BC deixou de ser um órgão de governo para se tornar uma instituição de Estado. Para ele, isso precisa ser respeitado pelo novo governo e episódios envolvendo a figura de Campos Neto não são “justificativa para atacar institucionalmente o Banco Central”.

Na opinião de Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e presidente do conselho da Jive Investments, o trabalho de Campos Neto à frente da instituição é “impecável”.

Ele lembra que a autoridade monetária brasileira esteve na dianteira no diagnóstico da inflação durante a pandemia. “Somos o país mais avançado no caminho da política monetária”, diz. “Realmente, o juro está alto, mas está alto por uma necessidade, não por viés político”.

Ex-diretor do BC, Alexandre Schwartsman destaca também que as decisões sobre os juros não são tomadas apenas pelo presidente, mas por um colegiado formado por nove membros (além de Campos Neto, oito diretores).

O economista acrescenta que o comitê não se furtou de levar a Selic ao menor nível já observado, com taxa de juro real negativa, quando viu necessidade de estimular a atividade econômica. “O mesmo comitê que baixou para 2% trouxe de volta para 13,75%. A decisão é eminentemente técnica”, afirma.

Por Folhapress

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9101-6973.

Brasil

Dólar tem leve alta de olho em gastos para socorro ao RS e à espera do Copom

Investidores ainda ponderam os possíveis desdobramentos econômicos provocados pela tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul.

Publicado

em

Em pregão marcado por instabilidade e trocas de sinais, o dólar à vista encerrou cotado a R$ 5,0741, em alta de 0,08%. Segundo operadores, o dia foi de acomodação e ajustes moderados de posições, depois de a moeda ter recuado 2,36% nos dois últimos pregões, diante da perspectiva de corte de juros nos EUA neste ano. Apesar da queda firme do dólar em relação a divisas pares do real, em especial as latino-americanas, a moeda brasileira exibiu fôlego reduzido em razão do aumento das incertezas do quadro doméstico.

Investidores ainda ponderam os possíveis desdobramentos econômicos provocados pela tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, como aumento de gastos públicos e pressões adicionais sobre a inflação no curto prazo. Há também pouco apetite por apostas mais contundentes em meio à espera pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nesta quarta-feira, 8.

O ambiente de cautela se traduz em liquidez reduzida e oscilações modestas. Houve variação de pouco mais de três centavos entre a máxima (R$ 5,0918), pela manhã, e a mínima (R$ 5,0608), à tarde. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para junho teve giro fraco mesmo para uma segunda-feira, abaixo de US$ 10 bilhões.

“Já existe a preocupação nas mesas de operação com o impacto da catástrofe do Rio Grande do Sul na economia, especialmente no agronegócio. Estão discutindo no Congresso a liberação de recursos para ajudar na recuperação do Estado”, afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. “A questão é que não se sabe qual será o impacto nas contas públicas e por, consequência, no equilíbrio fiscal. Isso tende a deixar o mercado na defensiva”.

Fontes ouvidas pelo Broadcast afirmam que o governo quer socorrer o Rio Grande do Sul, mas sem ter de colocar em risco a área fiscal. Ao que tudo indica, o que deve ocorrer é a permissão de créditos extraordinários que serão controlados na partida e fiscalizados posteriormente. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou em suas redes sociais que não será necessário mudar a Constituição ou leis para que a União socorra o Rio Grande do Sul.

À tarde, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sugeriu a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no formato adotado durante a pandemia da Covid-19 para liberar recursos ao Rio Grande do Sul. Na mesma linha, a Executiva Nacional do PT publicou uma nota em que manifesta apoio à aprovação de PEC nos moldes da pandemia, quando houve o chamado “orçamento de guerra”.

O presidente Lua anunciou no fim da tarde que vai editar um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) prevendo recursos para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul. O mecanismo dá respaldo para que a liberação posterior dos créditos extraordinários seja feita fora da meta de resultado primário.

No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – operou em ligeira alta, em razão das perdas do iene. Euro e libra apresentaram leves ganhos na comparação com a moeda americana. Com a valorização das commodities, em especial do minério de ferro, e o sinal predominante de baixa das taxas das Treasuries, a maioria das divisas emergentes se valorizou, mas reduziu os ganhos no fim do dia.

“O payroll de sexta animou o mercado e se somou a melhora da perspectiva do rating do Brasil. Isso trouxe o dólar para baixo e deve fazer a taxa flutuar entre R$ 5,05 e R$ 5,10”, afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, em referência ao relatório de emprego nos EUA e ao fato de a agência de classificação de risco Moody’s ter alterado a perspectiva do rating do Brasil (Ba2) de estável para positiva. “Temos um cenário doméstico ainda nebuloso, mas houve uma melhora externa na semana passada que pode ajudar o real”.

Foto Shutterstock

Por Estadão

           

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.

Continue lendo

Brasil

Marina Silva responsabiliza Bolsonaro por tragédia no RS

Publicado

em

Durante uma entrevista à CNN Brasil, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, abordou a tragédia no Rio Grande do Sul, sugerindo que o ex-presidente Jair Bolsonaro era em parte responsável.

Quando perguntada sobre como a presença de radares meteorológicos poderia ter ajudado a reduzir o número de vítimas das enchentes, Marina respondeu destacando a importância dos recursos de prevenção e alerta, mas evitou atribuir a culpa diretamente a qualquer indivíduo ou governo.

“Se não tivéssemos quatro anos de apagão em termo de política climática, de política de prevenção, poderíamos estar numa outra situação, com certeza. Essas políticas foram todas retomadas a partir do ano de 2023. E você há de convir que algo dessa magnitude não consegue se resolver em um ano.”

Em entrevista concedida à CNN Brasil, a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, discutiu sobre a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul e mencionou a possível influência da ausência de radares meteorológicos na redução do número de vítimas das enchentes.

Sua declaração sugere uma reflexão sobre a importância dos recursos de prevenção e alerta para eventos climáticos extremos, mas o conteúdo exato das suas palavras precisaria ser consultado diretamente para uma reformulação mais precisa.

“Se não tivéssemos quatro anos de apagão em termo de política climática, de política de prevenção, poderíamos estar numa outra situação, com certeza. Essas políticas foram todas retomadas a partir do ano de 2023. E você há de convir que algo dessa magnitude não consegue se resolver em um ano.”

Ela também ressaltou sua intenção de declarar emergência climática para 1,9 mil cidades vulneráveis a eventos extremos até o final de 2024.

Por Eleições Brasil Sertão

           

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.

Continue lendo

Brasil

INSS paga 13º da aposentadoria nesta segunda; veja quem recebe

Publicado

em

O  Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) paga a parcela do 13º dos beneficiários da Previdência Social a quem recebe até um salário mínimo com benefício terminado em 8 nesta segunda-feira (6), conforme determinado pelo governo federal no mês passado.

Além disso, quem recebe acima de um salário mínimo e tem número do benefício terminado em 3 e 8 também recebe.

A antecipação beneficiará 33,6 milhões de aposentados e pensionistas, representando uma injeção de R$ 33,68 bilhões na economia do país. Os valores estão sendo depositados junto com o benefício referente a abril, entre os dias 24 de abril e 8 de maio.

Veja o calendário do 13º do INSS:

Para quem ganha até um salário mínimo:

Final do benefício 1: 24/abr
Final do benefício 2: 25/abr
Final do benefício 3: 26/abr
Final do benefício 4: 29/abr
Final do benefício 5: 30/abr
Final do benefício 6: 2/mai
Final do benefício 7: 3/mai
Final do benefício 8: 6/mai
Final do benefício 9: 7/mai
Final do benefício 0: 8/mai

Para quem ganha acima do salário mínimo:

Final do benefício 1 e 6: 2/mai
Final do benefício 2 e 7: 3/mai
Final do benefício 3 e 8: 6/mai
Final do benefício 4 e 9: 7/mai
Final do benefício 5 e 0: 8/mai

Fonte: IG

 

           

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.

Continue lendo
Propaganda

Trending

Fale conosco!!