Theresa May assumirá como Primeira Ministra na quarta-feira (13) (Foto: REUTERS/Neil Hall)
Na quarta-feira (11), a atual ministra britânica do Interior, Theresa May, de 59 anos, deverá substituir David Cameron à frente do Partido Conservador, e, consequentemente, assumir o posto de primeira-ministra do Reino Unido – com mandato até 2020. Ela terá a missão de implementar o “Brexit”, a saída do Reino Unido da União Europeia.
Cameron havia anunciado que deixaria o posto de Primeiro Ministro após a opção que defende a saída do Reino Unido da União Europeia ganhar o referendo. A secretária de Estado de Energia, Andrea Leadsom, concorrente de May a sucessão do partido, anunciou na manhã desta segunda-feira a desistência na disputa. Após a decisão de Leadsom, Cameron anunciou a data de renúncia para quarta-feira (13).
May, que se autoproclama feminista, será a primeira mulher a assumir o cargo desde a saída de Margaret Thatcher, em 1990. Segundo o jornal “The Guardian”, ela é vista em Westminster como uma negociadora firme.
Filha de um vigário da Igreja Anglicana,Theresa May nasceu em 1 de outubro em 1956, em Eastbourne, sul da Inglaterra. Ela estudou geografia na Universidade de Oxford, onde conheceu seu marido, Philip May, com quem é casada há 36 anos – o casal não tem filhos.
Antes de ingressar na carreira política, May trabalhou no Bank of England, chefiou a European Affairs Unit e foi consultora financeira da Association for Payment Clearing Services.
Em 1997, ela foi eleita para o Parlamento. Em 2002, se tornou a primeira mulher a ser presidente do Partido Conservador. Desde 2010, May está à frente do Ministério do Interior, pasta que, entre 2010 e 2012, dividiu com o Ministério para a Mulher e Igualdade.
Considerada uma das vozes modernizadoras da legenda conservadora, May apoia a igualdade de sexos e o casamento gay, embora em 2002 tenha votado contra conceder a essa minoria o direito de adoção.
A ministra britânica do Interior, Theresa May, chega a Downing Street para reunião com o primeiro-ministro David Cameron em Londres, na segunda (27) (Foto: Leon Neal/AFP)
May é conhecida por ter um posicionamento crítico à imigração. Entre seus planos estão “recuperar o controle do número de europeus que entram” no país, e ela não garante que os imigrantes de países da UE que vivem no Reino Unido possam ficar em território britânico assim que for implementado o “Brexit”.
Os conservadores a definem como “uma mulher extremamente difícil”, que recebeu elogios por deportar o clérigo radical Abu Qatada e por se negar a extraditar aos EUA o pirata cibernético Gary McKinnon, que invadiu os computadores do Pentágono.
May recebeu críticas por sua falta de carisma e por descumprir sua promessa de reduzir a cada ano em 100 mil o número de imigrantes nas ilhas britânicas.
Apesar de sua postura durante a campanha do Brexit, ela se mostrou disposta a respeitar a vontade dos cidadãos: “Brexit significa Brexit. Não haverá um segundo referendo, nem tentativas de permanecer na UE”, garantiu.