Nesta segunda-feira (4), a sede da Fiocruz Pernambuco, no Instituto Aggeu Magalhães, recebeu o Colóquio Síndrome Congênita Associada à Infecção pelo vírus Zika, promovido pelo Ministério da Saúde, para discutir políticas públicas para crianças que convivem com a síndrome.
Durante o evento, a ministra da Saúde Nísia Trindade, remotamente, apresentou ações de apoio para as crianças e suas famílias, em destaque as mães, principais cuidadoras na maioria dos casos.
Entre as ações, a principal demanda das associações de mães são as cirurgias ortopédicas de quadril. Esse procedimento é fundamental para o pleno desenvolvimento das crianças. No Brasil, são 262 crianças que necessitam dessa cirurgia o quanto antes, sendo 121 em Pernambuco.
A ministra anunciou o plano de desafogamento de filas destas cirurgias, através do apoio financeiro do Governo Federal aos gestores estaduais pelo programa nacional de redução de filas de cirurgias eletivas. Além disso, a pasta deve fornecer equipes avançadas de cirurgiões ortopédicos para Pernambuco, conforme solicitação do Estado.
Dentro do plano, entram também acompanhamento para a reabilitação pós-cirúrgica, apoio psicossocial para mães e cuidadores das crianças que convivem com SCZ.
Outra ação é fortalecer a linha de cuidado integral para os afetados pela síndrome através de oficinas de cuidado e acompanhamento para as crianças, famílias e cuidadores, apoiadas pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fiocruz.
No colóquio, espera-se a produção do plano nacional relacionado à síndrome, através de debate entre diferentes entes da sociedade. O documento deve estabelecer diretrizes para aprimorar o atendimento, vigilância, diagnóstico, cuidado integral e o sistema de informação de educação e comunicação em saúde.
Medidas de prevenção
Durante o evento, através da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, o Ministério da Saúde apresentou também o plano de ação contra a dengue e outras arboviroses, como chikungunya, zika e oropouche para o próximo período de calor e chuvas, condições favoráveis para a proliferação do vírus. O documento foi lançado pelo presidente Lula em setembro deste ano.
Método Wolbachia
Será destinado aproximadamente R$1,5 bilhão para as ações em seis diferentes eixos. Entre elas, a ampliação do método Wolbachia, que consiste em liberar no ambiente mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia em seus organismos a fim de que reproduzam-se com mosquitos locais.
A Wolbachia impede que vírus como zika, dengue e febre amarela desenvolvam-se no mosquito. A reprodução entre os dois grupos da espécie deve estabelecer uma nova população destes insetos, todos com Wolbachia.
Atualmente, são seis cidades brasileiras que têm reproduzido o método, entre elas Petrolina (PE) e Niterói (RJ), que já têm dado resultados promissores. O objetivo é ampliar este quantitativo para 40 cidades.
Junto ao Governo do Estado, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente tem ponderado entre algumas cidades pernambucanas que são elegíveis para receber o método: Caruaru, Garanhuns, Ipojuca, Olinda e São Lourenço da Mata.
Método dos mosquitos estéreis
Outra medida de prevenção são os mosquitos estéreis. Também alterados em laboratório, um grupo de Aedes aegypti recebe radiação suficiente para ficar estéril e são liberados no ecossistema. Esses mosquitos competem com outros mosquitos machos para acasalar com as fêmeas, entretanto, não geram descendentes.
O Ministério da Saúde pretende utilizar a medida em territórios indígenas dos povos Xucuru e Pankararu, após a devida concordância com os habitantes das regiões, segundo a ministra Nísia Trindade. Em Pernambuco, os territórios elegíveis estão em Pesqueira, Tacaratu, Jatobá e Petrolândia.
As medidas devem ser tomadas em diálogo entre os Governos Federal, Estadual e Municipal das regiões selecionadas.
Fonte: JC
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