A divisão das transmissões com a TV se tornou um caminho natural para o streaming. Segundo o Relatório Convocados, da consultora XP, com dados da Sport Track, o consumo de streaming para conteúdo esportivo teve um aumento de 30% no Brasil, entre 2020 e 2021. A pesquisa apontou que 34% dos brasileiros assinaram serviço adicional de streaming para acompanhar esportes em 2021.
O crescimento do streaming a partir de 2022 tende a ser ainda maior. E a ampliação de opções provocou não só a competição com a TV como entre os diferentes formatos do próprio streaming. Há competições, por exemplo, transmitidas por plataformas de entretenimento. Estas, como a Amazon, a Paramount+ e o Star+, da Disney, HBO Max, conseguiram incluir o futebol no universo do entretenimento e até a grandes estúdios de Hollywood.
Há outras inseridas em plataformas de redes sociais, como o YouTube, onde o próprio Leifert passou a atuar também. Muitos clubes já experimentaram transmissões de seus jogos em seus canais de YouTube, criado em 2005, deixando inclusive de ceder os direitos às TVs. As federações também têm criado canais próprios, como o Paulistão Play, da Federação Paulista de Futebol, que mostra o Estadual, um produto seu.
Leifert ressalta, no entanto, que a própria experiência na TV o tem ajudado a se sentir mais confortável na nova plataforma. “Eu acredito que há bem menos diferença do que muita gente imagina. O que muda, na verdade, é que no streaming há, em alguns casos, uma transmissão autoral, como por exemplo o Cazé (Casimiro Miguel). Mas se você for observar o (Amazon) Prime Video, é bem parecido com a TV Aberta. O Youtube tem uma linguagem bem própria no pré-jogo, e até mais vozes participando da transmissão, mas ainda é semelhante à TV”, diz Leifert.
Há outras inseridas em plataformas de redes sociais, como o YouTube, onde o próprio Leifert passou a atuar também. Muitos clubes já experimentaram transmissões de seus jogos em seus canais de YouTube, criado em 2005, deixando inclusive de ceder os direitos às TVs. As federações também têm criado canais próprios, como o Paulistão Play, da Federação Paulista de Futebol, que mostra o Estadual, um produto seu.
Leifert ressalta, no entanto, que a própria experiência na TV o tem ajudado a se sentir mais confortável na nova plataforma. “Eu acredito que há bem menos diferença do que muita gente imagina. O que muda, na verdade, é que no streaming há, em alguns casos, uma transmissão autoral, como por exemplo o Cazé (Casimiro Miguel). Mas se você for observar o (Amazon) Prime Video, é bem parecido com a TV Aberta. O Youtube tem uma linguagem bem própria no pré-jogo, e até mais vozes participando da transmissão, mas ainda é semelhante à TV”, diz Leifert.
Para a última Copa do Mundo, Casimiro, já tendo conquistado um público de milhões de seguidores, criou um canal no YouTube, denominado Cazé TV, e transmitiu 22 jogos do torneio, vendendo todas as cotas de patrocínio, utilizando as imagens da cobertura oficial da Fifa Plus, também feita por streaming da entidade máxima do futebol.
O resultado, após o final da competição, foram seguidas quebras de recordes até o jogo entre Brasil e Croácia, quando a transmissão da Cazé TV alcançou mais de 6 milhões de dispositivos conectados, superando seu próprio recorde, obtido na partida anterior, entre Brasil e Coreia do Sul, que chegou a 5,2 milhões. O Brasil foi eliminado.
Nestes dois jogos, as duas lives de Casimiro se tornaram as duas transmissões mais visualizadas do mundo por streaming, segundo o site PlayBoard. Com números ainda maiores, a TV Globo, no entanto, passou a contar com mais um concorrente competitivo, que já, inclusive, comprou os direitos dos campeonatos cariocas de 2022 e 2023, dividindo-os com o grupo Band.
EXPERIÊNCIA E CREDIBILIDADE
O crescimento do streaming também levou o narrador Galvão Bueno, 72 anos, a abrir seu próprio canal no YouTube após deixar a Globo. No último dia 25 de março, o Canal GB superou os 500 mil inscritos durante o jogo entre Brasil e Marrocos, atingindo um pico de 1,5 milhão de dispositivos conectados. Foi o primeiro amistoso do Brasil após a Copa do Catar.
O canal de Galvão, que trabalhou por 41 anos na TV Globo, narrando 12 Copas do Mundo no local, atua em parceria com a empresa Play9, de João Pedro Paes Leme (ex-repórter da Globo) e do youtuber Felipe Neto.
Para Leifert, o fato de passar a contar com jornalistas experientes é uma mostra que, para o sucesso do streaming, a qualidade da informação também precisará prevalecer. No último dia 3 de abril, o ex-narrador da Globo, Cléber Machado, 61 anos, após atuar por 35 na emissora, foi contratado pela Amazon Prime.
“O melhor jeito de perder audiência é informando mal ou informando errado. Em qualquer plataforma, a informação é primordial. Você pode até mudar o jeito de entregar essa informação, mas ela tem de estar lá. Se não for prioritária, está errado”, ressalta Leifert.
Para ele, o streaming não vai acabar com a TV, assim como, ao contrário do que muitos temiam, a TV não acabou com o rádio no momento em que surgiu no Brasil, nos anos 50 do século passado. “Acabar (a TV), não vai. Mas ainda veremos muitas transformações. Ainda não atingimos o equilíbrio entre os players, mas creio que uma hora tudo se estabiliza assim como aconteceu desde os primórdios. A novidade cava seu espaço e cada um fica com um pedacinho do bolo… até aparecer algo novo de novo”, analisa.
FILÃO PUBLICITÁRIO
No caso das plataformas, elas ainda dependem basicamente do número de assinantes, mas cada vez mais têm os anúncios publicitários têm ocupado uma importante parcela das receitas. No YouTube, além da monetização pelas visualizações, os anúncios publicitários também são preponderantes, entre outros quesitos. Para Paulo Beltrão, especialista em Comunicação e Marketing Digital e CEO da Network Media, o potencial de receita do streaming também é muito grande.
Há ainda, segundo ele, muitos novos modelos de receita a serem descobertos. Segundo ele, apesar do meio digital estar abocanhando cada vez mais grandes fatias do bolo publicitário no Brasil, o streaming ainda não tem um modelo ou formato claro para construção de marcas e projetos de propaganda. Beltrão concorda com Leifert quando diz que, neste momento, a TV continua sendo o veículo mais forte para atrair publicidade.
Foto TV Globo/Mauricio Fidalgo
Por Estadão Conteúdo
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