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Três Brasis aguardam chegada de Lula à COP27 para revisar futuro climático

Lula deve comparecer à COP na segunda semana da conferência, que começou neste domingo (6) e vai até o dia 18. Para as organizações da sociedade civil, a oportunidade é de reinaugurar o diálogo com o governo federal.

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A expectativa de ONGs, governadores de estados da Amazônia e até mesmo da diplomacia brasileira nesta COP do Clima não está nos encontros internacionais, mas no aceno vindo de dentro de casa: a reorientação da política climática sob a presidência de Lula.

Com uma representação fragmentada, o país tem três pavilhões na COP: um oficial, outro das ONGs e um terceiro, inédito, formado pelos governadores da Consórcio da Amazônia Legal.

Embora apresentem ao mundo três Brasis, eles compartilham a expectativa de que o resgate da política climática pelo governo federal recupere a interlocução interna e externa na pauta do clima.

Lula deve comparecer à COP na segunda semana da conferência, que começou neste domingo (6) e vai até o dia 18. Para as organizações da sociedade civil, a oportunidade é de reinaugurar o diálogo com o governo federal.

Antes da gestão Bolsonaro, o país tinha um único pavilhão e distribuía credenciais para pesquisadores, ONGs e movimentos sociais participarem da conferência como parte da delegação oficial do país.

Outra prática abandonada pelo governo Bolsonaro foi a de manter reuniões com a sociedade civil, ao longo da COP, para prestar contas sobre o andamento das negociações e as possíveis consonâncias ou contradições com as políticas domésticas.

O Brazil Climate Hub foi criado pelas ONGs, sob coordenação do Instituto Clima e Sociedade, em resposta à ausência de pavilhão oficial do Brasil na primeira COP do governo Bolsonaro, que aconteceu em Madri em 2019.

Diferentemente das ONGs, a expectativa dos governadores reunidos no Consórcio da Amazônia Legal envolve a consolidação de um protagonismo conquistado justamente pela ausência do governo Bolsonaro na pauta climática.

Nos últimos quatro anos, os governos estaduais assumiram uma “paradiplomacia”, buscando diretamente investimentos internacionais e fechando parcerias sem passar pelo governo federal.

A região poderia sair fortalecida de uma nova relação com o governo federal, equilibrando parceria e protagonismo, de acordo com interlocutores ligados ao consórcio. Para isso, é estratégica a aproximação de governadores da região – como o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que fez um dos convites a Lula para participar da COP, e o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), que preside o Consórcio da Amazônia e também contatou o presidente.

Além de despertar tensões com o governo atual, a chegada de Lula à COP pode servir como sinalização política para a diplomacia brasileira.

A Folha de S.Paulo apurou que o Itamaraty tem procurado sinais do governo de transição sobre uma reorientação na agenda climática. No entanto, o curto tempo entre a eleição presidencial e a COP teria dificultado essa aproximação.

Ainda assim, a postura do Itamaraty em COPs passadas mostrou uma mudança de tom no comportamento da delegação. Em 2018, a COP ocorrida logo após a eleição de Bolsonaro contou com uma atuação mais tímida do Itamaraty – que, embora resista a mudar posicionamentos de Estado conforme os humores dos governos, deixou de lado a postura construtiva.

O papel do Brasil é fazer pontes, afirmou à reportagem um negociador. A expectativa da diplomacia é que uma sinalização política de alto nível do novo governo permita o retorno do protagonismo brasileiro nas negociações.

A última conferência do clima sob o governo Bolsonaro, revela ao mundo um país ainda mais fragmentado, representado em três pavilhões distintos na COP27.

Dos três espaços de representação do país, o estande oficial tem a maior área –500 m2– e é patrocinado pelas confederações nacionais da indústria (CNI) e da agricultura (CNA). Os outros dois espaços brasileiros na COP representam as organizações da sociedade civil, reunidas no Brazil Climate Hub, e o Consórcio da Amazônia Legal, formado pelos governos estaduais da região. Ambos atores fizeram representações paralelas do país em conferências internacionais, em clara contraposição à política antiambiental de Bolsonaro.

Os três estandes se encontram em uma mesma esquina da COP. O espaço do Consórcio fica de frente com uma das entradas do estande oficial do Brasil, que, por sua vez, está a apenas uma quadra do hub das ONGs.

A proximidade promete aumentar a tensão política entre representantes do governo atual e os participantes dos outros dois espaços brasileiros. Os pavilhões dos governadores e das ONGs fizeram convites ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e esperam sua visita na próxima semana, embora ainda não tenham confirmação de agenda.

A ex-ministra do Meio Ambiente e eleita deputada federal, Marina Silva (Rede-SP), deve acompanhar a agenda de Lula na COP, assim como a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Elas são cotadas para assumir, respectivamente, os ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Agricultura (Mapa). Outros nomes ainda estão em disputa para o MMA, como o do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que ainda avalia se deve participar da COP.

A expectativa de brasileiros e também de estrangeiros é que Lula, para além da visita e de bilaterais com parceiros internacionais, traga à COP anúncios sobre o futuro da política ambiental brasileira.

A confirmação de um nome para comandar o Meio Ambiente ou pastas correlatas a serem criadas – como o já prometido Ministério dos Povos Originários ou a aventada Secretaria de Emergências Climáticas – é uma das possibilidades aguardadas.

Outra hipótese levantada por ambientalistas brasileiros é a de um anúncio de revisão das metas climáticas do Brasil junto ao Acordo de Paris (as chamadas NDCs, ou contribuições nacionalmente determinadas).

Elas sofreram um retrocesso ao serem atualizadas durante o governo Bolsonaro, o que foi apelidado de “pedalada climática”, por alterar a contabilidade dos parâmetros usados para calcular a meta climática.

Os acenos ajudariam a injetar confiança sobre o resgate do protagonismo brasileiro na agenda climática e, para além disso, poderia ter um efeito indireto nas negociações: o Brasil poderia reassegurar a prioridade da agenda climática para o mundo, justamente em um contexto global que puxa a atenção dos líderes para novas urgências, tais como as consequências da guerra na Ucrânia para a energia e os alimentos e a recuperação econômica após a pandemia da Covid.

Segundo negociadores do bloco de países desenvolvidos, a retomada do compromisso climático brasileiro acenada por Lula gera dupla expectativa para o mundo.

A primeira é sobre o impacto no clima: a promessa de controlar o desmatamento -para zerá-lo até o final da década- ajuda a nutrir esperanças de que o mundo conseguirá derrubar pela metade as emissões globais de gases-estufa até 2030.

A segunda expectativa é sobre a contribuição para o sistema multilateral. Reconhecido por diferentes blocos de países pela hábil diplomacia, o Itamaraty foi considerado um dos atores-chave para a construção do Acordo de Paris, mediando o entendimento entre o bloco desenvolvido e os países em desenvolvimento.

Assim que eleito, Bolsonaro cogitou sair do Acordo de Paris e mudou de ideia após ouvir o agronegócio sobre a importância econômica que o compromisso climático teria para as exportações brasileiras.

O setor apoiou a reeleição do seu governo e patrocina o espaço brasileiro na COP27, através do apoio Confederação Nacional da Agricultura. Em nota divulgada após a eleição de Lula, a entidade pediu apoio do presidente para “proteger a produção nacional das barreiras ao comércio abertas ou disfarçadas de preocupações com a saúde e o meio ambiente”.

Por Folhapress

 

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EUA pede retirada de Israel do Corredor de Filadélfia em Gaza

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O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para que retire as tropas do exército do Corredor de Filadélfia, que fica na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. A medida, segundo publicado pelo site Axios, faz parte de uma fase inicial de um acordo de cessar-fogo para que as negociações possam continuar entre o Hamas e Tel Aviv. 
Netanyahu aceitou parcialmente o apelo de Biden e concordou em desistir de ter uma posição das tropas israelenses ao longo dessa zona da fronteira. 
De acordo também com o jornal do Catar Al-Araby Al Jadeed, a delegação israelense que está no Cairo para negociar um acordo de trégua em Gaza apresentou uma nova proposta para o Corredor de Filadélfia, que prevê uma missão da ONU permanentemente posicionada em vários pontos fixos ao longo da fronteira entre Gaza e Egito para monitorar a região. Além disso, propuseram ainda uma missão da União Europeia (UE) no corredor de passagem que liga Rafah à fronteira do Egito, em conjunto com a Autoridade Palestina.
O Al-Araby Al Jadeed diz que o acordo estabelece também a retirada gradual das Forças de Defesa de Israel (IDF) naquela fronteira.
Já o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, declarou hoje que o Hamas deve participar de uma nova rodada de conversações, uma vez que a última contou com a participação somente de representantes de Israel e dos países mediadores, Estados Unidos, Egito e Catar.
“Eles estão no Cairo. Precisamos que o Hamas participe e precisamos acertar os pormenores. E é nisso que estamos concentrados aqui nos próximos dias. As negociações têm sido construtivas e contam com algum progresso”, avançou Kirby.
A ocupação militar pelas IDF do Corredor da Filadélfia, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, foi um dos impasses junto ao Hamas na última proposta apresentada e que foi recusada pelo grupo.
Foto: ROBYN BECK / AFP
Por: Isabel Alvarez

           

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Bill Clinton convida Lula para evento sobre mudanças climáticas em NY

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton para um evento evento organizado pela Fundação Clinton sobre mudança do clima, que ocorrerá nos dias 23 e 24 de setembro, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

O convite ocorreu durante ligação telefônica entre os líderes, na tarde desta quinta-feira (22). A conversa durou cerca de 35 minutos, informou o Palácio no Planalto.

Na ligação, Lula estava acompanhado do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, e pela secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha. O presidente reiterou a Clinton o compromisso do governo com a transição energética e com a proteção das florestas, afirmando que pretende apresentar resultados ambiciosos para as COP 29, em Baku, no Azerbaijão, no fim deste ano, e a COP 30, em Belém, no ano que vem. A COP é a Conferência Anual das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

Foto Shutterstock

Por Agência Brasil

           

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Base da Otan na Alemanha eleva nível de alerta para “ameaça potencial”

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A base aérea da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na cidade alemã de Geilenkirchen elevou seu alerta de segurança “com base em informações de inteligência indicando uma potencial ameaça”, afirmou o órgão nesta quinta-feira.

“Todos os funcionários essenciais que não estão em missão foram mandados para casa por precaução”, informou a base em comunicado publicado na plataforma de redes sociais X, sem mais detalhes.

“A segurança de nosso pessoal é nossa principal prioridade. As operações continuam conforme planejado.”

Um porta-voz da base em Geilenkirchen afirmou que o nível de ameaça foi elevado para Charlie, o segundo mais alto entre os quatro existentes, definido como: “um incidente ocorrido ou informações de inteligência recebidas, indicando que alguma forma de ação terrorista contra organizações ou pessoal da Otan é altamente provável”.

Colônia

Foi a segunda vez que a base, que abriga a frota de aeronaves de vigilância AWACS, elevou seu nível de segurança, após a ocorrência de um incidente na semana passada, quando uma base militar em Colônia foi temporariamente fechada, com autoridades investigando uma possível sabotagem no fornecimento de água.

No mesmo dia, a base em Geilenkirchen reportou uma tentativa de invasão, causando uma varredura completa de suas instalações.

Sobre a suposta sabotagem em Colônia, o setor militar alemão informou posteriormente que segundo os resultados, a água não havia sido contaminada.

No passado, a Otan alertou sobre possíveis atividades hostis da Rússia, inclusive com atos de sabotagem e ataques cibernéticos. Os russos também acusam frequentemente a organização de ameaçar a sua segurança.

Fonte: Agência Brasil

           

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