André Corrêa
Outro deputado preso pela manhã, por volta de 8h15, é André Corrêa. Reeleito para o quinto mandato (1999-2018) com a sétima maior votação desta legislatura, já se considerava virtual candidato à presidência da Assembleia. Está no quinto mandato como deputado estadual.
Entre 2015 e 2016, foi secretário de Meio Ambiente de Luiz Fernando Pezão (MDB) – já havia ocupado o cargo entre 1999 e 2002). Chegou a mergulhar em na Baía de Guanabara para mostrar que a água supostamente estava limpa para receber provas da Olimpíada de 2016.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele recebia R$ 100 mil mensais.
Deputados estaduais presos na Lava Jato — Foto: Reprodução/TV Globo
Coronel Jairo
Coronel da PM e deputado do MDB, foi comentarista esportivo e chegou a se arriscar na poesia com o livro “Pedaços de Vida”. Tem seu reduto eleitoral na Zona Oeste, sendo um dos nomes importantes da Mocidade Independente de Padre Miguel.
Foi eleito deputado quatro vezes (2003-2018), mas não se reelegeu este ano. Chegou a ser presidente da comissão de Segurança Pública. Entre 2007 e 2010, foi vice-presidente da Assembleia e presidiu várias sessões.
A denúncia do MPF diz que ele recebia por mês R$ 50 mil, além de ajuda financeira para campanha eleitoral.
Líder do partido na Casa, foi reeleito para o segundo mandato (2011-2018), com mais de 38 mil votos. Foi empossado pela primeira vez em 2010 e relatou a CPI das Armas de 2016.
No ano passado, o G1 mostrou que Martins, do PDT, foi um dos beneficiários de doações de campanha feito pelo então presidente da Casa, Jorge Picciani (MDB).
De acordo com o MPF, recebia mensalmente o valor de R$ 80 mil, além de R$ 1,2 milhão para a campanha eleitoral em 2014.
Político de São João de Meriti, foi vereador por três mandatos (1997-2007) e renunciou para ser deputado. Foi expulso do PSB, passou pelo PMDB e PHS até chegar ao PP. Foi candidato à prefeitura de Meriti, mas não foi eleito. Está no segundo mandato como deputado (2007-2018) e não foi reeleito.
O MPF diz que o valor mensal recebido no “mensalinho” era de R$ 20 mil.
Reeleito para o quinto mandato como deputado (2003-2018), foi sargento da Polícia Militar, onde entrou na década de 80. Em sua descrição no site da Alerj, diz que “se caracteriza principalmente pelo dinamismo e lealdade aos seus companheiros”.
Levantamento feito pelo G1 neste ano mostra que Abrahão (Avante) é o deputado mais faltoso da Casa. Em 2014, foi denunciado como mandante do homicídio de um ex-pastor da Igreja Universal. A vítima foi morta com 19 tiros.
Segundo o MPF, recebia o valor de R$ 80 mil por mês, além de R$ 1,5 milhão para a campanha eleitoral em 2014.
Oriundo de Barra do Piraí, o deputado do PTB é conhecido como “Neskau” e foi reeleito para o quarto mandato (2008-2018). Foi secretário de Estado na gestão de Sérgio Cabral, depois de cumprir um mandato como deputado estadual.
Segundo o MPF, recebia R$ 50 mil mensais no esquema da Alerj.
Jorge Sayed Picciani tem 27 anos de vida parlamentar. Filho de um casal de confeiteiros, Picciani foi criado em Mariópolis, na Zona Norte. Elegeu-se deputado estadual em 1991 pelo PDT. Formado em contabilidade, assumiu a presidência da Comissão de Orçamento e Finanças da Alerj. Em 1992, foi acusado de fraudar o texto final da proposta do daquele ano, incluindo artigos não submetidos aos deputados.
Em 1993 foi nomeado pelo governador Leonel Brizola como secretário de Esporte e Lazer, cargo que acumulou com o da presidência da Suderj. Um ano depois virou líder, deixou os cargos e virou líder do PDT na Alerj. Em 1994 passou para o então PMDB e no ano seguinte conquistou um forte aliado, o deputado estadual do PSDB Sérgio Cabral, que anos mais tarde viria a ser o governador do Rio.
Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani, presos na Operação Cadeia Velha, tiveram novos mandados de prisão preventiva cumpridos na Operação Furna da Onça — Foto: Reprodução / TV Globo
Cabral foi presidente da Alerj e chamou Picciani para ser seu primeiro-secretário. Na função, ele passou a administrar os recursos e os cargos da Casa. Os dois, em parceria, montaram as bases para uma hegemonia do partido, hoje MDB. Sob sua liderança, deputados aprovaram projetos que beneficiavam o setor de transportes, com liberação de pagamento de multas e cobranças de débitos fiscais.
Nos anos 1990, Picciani deu um salto patrimonial, adquirindo fazendas, casas na Barra da Tijuca e em Armação de Búzios e carros importados. Dizia que seu avanço se devia aos bens acumulados como produtor rural, atividade que exercia desde 1984. Ele também passou a ser dono de mineradoras
A dupla Cabral-Picciani tocou a Assembleia até que primeiro se elegeu senador, em 2002. Picciani então virou presidente, de 2003 a 2010. Foi quando, ao tentar ele mesmo o Senado, perdeu a eleição. Voltou à Alerj em 2014, destronou o ex-aliado Paulo Melo da presidência da casa.
Picciani foi diagnosticado com um tumor na bexiga, em abril de 2017, o que o levou a se licenciar da presidência da Alerj para realizar sessões de quimioterapia e uma cirurgia para a retirada da próstata e da bexiga.
No “mensalinho”, o MPF diz que ele recebia R$ 400 mil por mês.
Líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado Edson Albertassi (MDB) é considerado um articulador nos bastidores da casa. Viu sua indicação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) pelo governador Luiz Fernando Pezão gerar polêmica, depois da desistência dos conselheiros substitutos de não disputar a vaga. Sua indicação teria antecipado a Operação Cadeia Velha.
Na Alerj, acumulou as funções de presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), do Conselho de Ética, da CPI da Petrobras, e relator da CPI da Crise Hídrica. Albertassi liderou na Alerj a rejeição do parecer do TCE pela reprovação das Contas do governador Pezão de 2016.
Aliado de Jorge Picciani, tinha interesse em ir para o TCE. Albertassi controlava a TV Alerj e participou como integrante de outras 25 comissões, com influência para nomeações de muitos cargos no governo.
Albertassi não chegou a concluir o ensino superior. Mas aos 26 anos, se elegeu vereador em Volta Redonda, onde ficou conhecido por meio da rádio evangélica que comprou em 1994 e hoje pertence à sua família. Em 1999, foi o deputado estadual mais votado na região. Tinha como padrinho na casa o deputado Jorge Picciani. Era o líder do governo na Alerj, quando foi preso em 2017.
Segundo o MPF, Albertassi recebia o valor de R$ 80 mil por mês, além de R$ 1 milhão para a campanha eleitoral em 2014.
Oriundo de Saquarema, na Região dos Lagos, onde tinha uma vida humilde com mais 11 irmãos. Ele conta que começou a ajudar a família aos 5 anos de idade e aos 11, fugiu para o Rio, onde fez bicos e dormiu pelas ruas, até chegar a despachante do Detran.
Com o trabalho social com meninos de rua feito em Saquarema, foi eleito vereador da cidade em 1988. E em 1990, foi eleito pela primeira vez para a Alerj, pelo mesmo partido de Sérgio Cabral.
Logo chegou e foi presidiu a CPI do extermínio de menores na capital e na Baixada Fluminense. Em 2003, liderou a CPI do Propinoduto, que investigou um esquema de corrupção na Secretaria Estadual de Fazenda. O trabalho da comissão colaborou para a prisão de funcionários públicos envolvidos na remessa ilegal dinheiro para a Suíça.
A candidatura de Jorge Picciani ao Senado, em 2010, o fez chegar à presidência da Alerj, em 2011. Permaneceu no cargo até 2015, quando perdeu a briga pela sucessão para o mesmo Picciani. A disputa causou o rompimento entre os deputados.
Paulo Melo então ganhou a Secretaria de Governo, de Pezão. Mas com o governo em crise, logo voltou à Alerj. E voltou a se reaproximar de Picciani.
Segundo o MPF, recebia R$ 900 mil por mês.
- André Correa: ao chegar à PF, na Praça Mauá, André Corrêa afirmou que “quem não deve não teme”. “Sigo com a minha promessa de tirar o Psol da presidência da Comissão de Direitos Humanos”, emendou. Corrêa ainda garantiu que mantém a postulação à presidência da Alerj.
- Affonso Monnerat: “O governo do estado desconhece os fatos e não teve acesso aos autos do processo”.
- Chiquinho da Mangueira: assessor ainda não conseguiu contato com o advogado dele;
- Coronel Jairo: assessoria do gabinete só vai se pronunciar no horário da tarde.
- Leonardo Jacob: “O Detran está à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento.”
- Luiz Martins: ninguém atende no gabinete do deputado.
- Marcelo Simão: gabinete vazio.
- Marcus Vinícius Neskau: ainda não respondeu.
- Vinícius Farah: “O sr. Vinicius Farah estava em agenda de trabalho em Brasília e está retornando para se apresentar hoje [quinta], de acordo com os trâmites legais e orientação dos advogados”.
(Por Gabriel Barreira, G1 Rio)
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