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Se comparecer, Netanyahu será o primeiro premiê israelense a visitar o Brasil desde a criação do país, em 1948
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, deve comparecer à cerimônia de posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, em 1° de janeiro de 2019. Foi o que o próprio Netanyahu disse a Bolsonaro em conversa telefônica na segunda-feira (29) para parabenizá-lo pela vitória nas eleições.
Se comparecer, Netanyahu será o primeiro premiê israelense a visitar o Brasil desde a criação do país, em 1948.
Há pouco mais de um ano, em setembro de 2017, Netanyahu passou alguns dias na América Latina em um giro que incluiu Argentina, Colômbia e México. Segundo fontes ouvidas pela Folha de S.Paulo, o Brasil não foi incluído na viagem, na ocasião, porque Netanyahu preferiu esperar as eleições presidenciais no país.
Na mesma conversa telefônica com Bolsonaro, Netanyahu convidou o presidente eleito a visitar Israel e recebeu do capitão da reserva a promessa de que iria assim que a saúde melhorar. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que sua primeira viagem oficial, se eleito, seria a Israel.
“Tenho certeza de que sua eleição levará a uma grande amizade entre nossos povos e ao estreitamento dos laços entre o Brasil e Israel. Aguardamos sua visita a Israel”, disse Netanyahu, segundo comunicado oficial.
Em sua conta no Facebook, Bolsonaro registrou a conversa com Netanyahu, afirmando que os “laços de amizade se traduzirão em acordos onde nossos povos serão os maiores beneficiados”.
– Acabo de receber os cumprimentos do Primeiro Ministro de Israel Benjamin Netanyahu ao lado do Embaixador Yossi Shelley. Nossos laços de amizade se traduzirão em acordos onde nossos povos serão os maiores beneficiados.
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– I’ve just received incredible words from the Prime Minister of Israel, Benjamin Netanyahu as well as from ambassador Yossi Shelley. Our friendship ties will undoubtedly result in mutual agreements that will surely benefit both of our nations and citizens.
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, a conversa entre Netanyahu e Bolsonaro foi mais do que amigável: “Foi uma conversa excelente, aberta, entre amigos. Eles se encontraram apenas uma vez em Israel, há dois anos e meio, mas era possível sentir que havia um calor que é mais do que uma conversa de cortesia. Foi possível sentir que havia uma química”.
A questão de uma possível transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém -seguindo o passo do presidente americano, Donald Trump- não foi levantada. Mas há certa expectativa de que a medida seja tomada, no futuro.
“É ainda cedo para falar disso”, disse Yossi Shelley. “Vamos deixar que ele tome posse e forme seu governo.”
O embaixador, que visitou Jair Bolsonaro horas depois da vitória nas urnas, na segunda-feira (29), contou que Netanyahu brincou afirmando que seu filho também se chama Jair (o nome do filho mais velho do premiê israelense é “Yair”).
“Não há dúvida de que haverá uma mudança (no relacionamento entre Brasil e Israel)”, disse Shelley. “Acho que quem escutou o seu discurso de vitória entende que ele vai mudar sua política externa. Israel é importante para o novo presidente porque ele disse isso em todos os momentos possíveis. Há uma simpatia em relação a Israel.”
O deputado federal Jair Bolsonaro foi a Israel em maio de 2016 em uma visita organizada pelo ex-candidato à presidência Pastor Everaldo. Bolsonaro estava acompanhado de dois filhos, Eduardo e Flávio. Ele foi recebido pelo presidente do Knesset (o Parlamento de Israel), Yuli Edelstein. Já naquele momento, Bolsonaro afirmou que, se fosse eleito presidente, sua primeira visita oficial seria a Israel.
“O ciclo do PT está chegando ao final e peço a Deus que eles tenham consciência e que saiam sem prejudicar mais ainda o Brasil”, disse Bolsonaro à Folha de S.Paulo, na ocasião.
Durante o governo Dilma Rousseff, o relacionamento diplomático entre Brasil e Israel foi afetado. Em 2014, durante um conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, o então ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, de chamar de volta ao país para consultas o embaixador em Tel Aviv, Henrique Sardinha Filho. Em reação, o então porta-voz da chancelaria de Israel, Yigal Palmor, qualificou o Brasil de “anão diplomático”.
Dois anos depois, em agosto de 2016, o governo Rousseff não aceitou as credenciais do candidato ao cargo de embaixador de Israel em Brasília, Dani Dayan. A motivação teria sido o fato de que Dayan liderou, de 2007 a 2013, o Conselho Yesha (representante dos 500 mil colonos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental).
Nos oito anos do governo Lula, o relacionamento não passou por muitas turbulências. Lula chegou a visitar o país, mesmo que tenha se recusado a colocar uma coroa de flores no túmulo do “pai” do sionismo, Theodor Herzl, o que causou em certo mal-estar. Por outro lado, Lula aceitou colocar flores no túmulo de ex-presidente palestino Yasser Arafat, em Ramallah (Cisjordânia), considerado como terrorista por muitos israelenses.
Por Folhapress.
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