O que a pesquisa encontrou?
Os meninos e meninas que verificavam suas redes mais de três vezes por dia tinham pior saúde mental e maior sofrimento psicológico.
As meninas também parecem mais propensas a dizer que são menos felizes e mais ansiosas à medida que os anos avançaram, ao contrário dos meninos.
Os pesquisadores dizem que há indícios de um vínculo forte entre o uso de redes sociais e saúde mental.
Nas meninas, os efeitos negativos são revelados principalmente em perturbações do sono, ciberbullying e, em menor medida, falta de exercício.
Nos meninos, os fatores também têm um impacto, mas muito menor.
Os pais devem se preocupar?
O coordenador do estudo, Russell Viner, professor de saúde do adolescente do University College London, diz: “Os pais andam em círculos quando o assunto é o tempo que seus filhos passam nas redes sociais todos os dias.”
“Mas eles deveriam se preocupar com a quantidade de atividade física e sono dos filhos, porque as mídias sociais estão substituindo outras coisas.”
As redes sociais também podem ter um efeito positivo nos adolescentes e “desempenham um papel central na vida de nossos filhos”, acrescentou.
Também envolvida no estudo, a professora de psiquiatria infantil, Dasha Nicholls, da universidade Imperial College London, completa: “Não é o tempo na rede social em si, a questão é quando ela desloca os contatos e atividades da vida real.”
“A questão é encontrar um equilíbrio.”
É diferente para meninos?
A equipe de especialistas diz que, embora tenha observado diferenças no uso de redes sociais entre garotas e garotos, elas ainda não são bem compreendidas.
Também são necessários outros estudos para descobrir de que forma o uso das redes sociaiso pode influenciar o sofrimento psicológico dos meninos.
E quanto ao cyberbullying?
Nicholls diz que os pais devem monitorar as atividades de seus filhos para ter certeza de que não estão acessando conteúdo prejudicial, principalmente à noite.
“Com o cyberbullying, nem a nossa cama é um lugar seguro. Mas, se o seu celular estiver em outro cômodo da casa, você não pode ser intimidado em sua cama.”
Louise Theodosiou, do corpo docente sobre crianças e adolescentes do Royal College of Psychiatrists (organização profissional de psiquiatras do Reino Unido), diz: “Mais estudos são necessários para entender como podemos evitar os impactos mais negativos das redes sociais, particularmente em crianças e jovens vulneráveis.”
“É justo que as empresas de redes sociais contribuam para financiar esses estudos e façam mais para apoiar os jovens a usar a internet com segurança.”
Por BBC