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A Polícia Civil investiga uma série de golpes nas vendas de veículos praticados através de sites e aplicativos de compra e venda. Segundo o delegado Fauzer Palitot (foto), titular da Delegacia de Estelionato, desde novembro, 25 pessoas já caíram no golpe. As vítimas perderam de R$ 40 mil a R$ 100 mil. Investigações apontam para uma quadrilha com atuação interestadual.
O delegado explica que o golpe tem início quando o criminoso vê um anúncio de venda de um carro. Ele, então, conversa com o anunciante e diz que vai querer comprar o veículo. Por isso, pede que o vendedor retire imediatamente o anúncio do ar e envie as fotos do carro para ele via mensagem.
Em seguida, através de uma conta falsa nos aplicativos de compra e venda, o estelionatário faz um anúncio com as fotos do carro dessa pessoa, fingindo ser o dono do veículo, inclusive com mesmo nome. A oferta de venda é feita com um valor bem abaixo do mercado e do que foi pedido anteriormente pelo real dono.
“Ele [o falso vendedor] me ofereceu um caminhão por R$ 106 mil. Eu tentei baixar o preço para R$ 100 mil e ele aceitou. Era um veículo novo e com baixa quilometragem, pelas fotos que ele me enviou. Não achei que estivesse caindo num golpe”, conta o empresário João Bosco Santana, uma das vítimas.
“Ele não pechincha. E essa é mais uma dica para o consumidor ficar um pouco mais atento. Não há pechincha. Ele dá a palavra de que vai ficar com o carro naquele valor e, para uma terceira pessoa, um pretenso comprador, ele diminui o valor do bem para que isso ocorra de uma forma mais rápida”, explica o delegado.
Durante a negociação, o estelionatário passa uma conta bancária em nome de uma terceira pessoa para o comprador, alerta Palitot. Em cada caso, ele conta uma história diferente do motivo de a conta não ser no mesmo nome do dono do veículo. Muitas vezes, o cliente não vê o veículo antes do depósito.
“Esse pretenso comprador realiza o depósito nessa terceira conta e aí acontece o estelionato. Quando vai haver a entrega do bem, eles [o primeiro anunciante e a vítima] descobrem que, na verdade, foi uma terceira pessoa que ficou com o dinheiro do comprador”, explica Palitot.
Segundo o delegado, essas contas são abertas com documentos falsos extraviados em diversos estados do país, como Maranhão, Rio de Janeiro e Paraíba, além de Pernambuco. “As investigações apontam que existe uma quadrilha, por conta dessa grama de contas bancárias que estão espalhadas por todo o país”, diz.
O delegado explica que, em muitos casos, o vendedor do carro chega a receber por WhatsApp um falso comprovante de pagamento. Assim, o anunciante acredita que vendeu o veículo por um valor, o verdadeiro comprador pagou um valor bem abaixo, mas quem recebeu o dinheiro foi o estelionatário.
Na maioria dos casos registrados pela polícia, o golpe tem valores que variam de R$ 40 mil a R$ 60 mil, “por serem mais acessíveis”, segundo o delegado Palitot. No entanto, há registros de vítimas que perderam até R$ 100 mil.
Como evitar
Palitot explica que há maneiras de identificar se aquela negociação online é perigosa ou não. Entre as dicas dadas pelo delegado para evitar cair em um golpe como esse, está não comprar veículos ou realizar depósitos em contas que não estejam no nome do vendedor, além de ver o carro antes de fazer qualquer pagamento.
“O primeiro ponto seria não aceitar nenhum tipo de intermediação. Porque [nos golpes] o carro está sempre em nome de outra pessoa, que é de fato o anunciante, e aí ele cria uma história que vai variando de casa caso para justificar porque o carro não está no nome dele”, afirma Fauzer Palitot.
Outra atitude que merece desconfiança é o fato de alguém comprar um carro sem fazer nenhuma negociação no valor do veículo.
“Se você é o anunciante e a pessoa está dizendo que tem interesse em comprar, é muito estranho que uma pessoa chegue para você e diga sem nenhum tipo de negociação que vai ficar com aquele bem. E mais estranho ainda, nesse golpe específico, ele pedir para que você retire imediatamente seu anúncio e envia as fotos do seu carro para ele para o WhatsApp dele”, afirma o delegado.
Uma outra opção é que o interessado em comprar o veículo vá até uma Delegacia de Polícia com a placa do carro. Nas DP’s é possível consultar quem é o verdadeiro dono do veículo.
Denúncias sobre casos de golpe podem ser feitas em qualquer delegacia próxima à casa da vítima. Em casos de prejuízos de mais de 40 salários mínimos, as investigações são encaminhadas para a Delegacia de Estelionato e a denúncia também pode ser realizada no local. (Por G1 PE)
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