Algumas deixaram de levar as crianças para teatros e cinemas, outras proibiram brincadeiras em equipamentos com fluxo intenso de pessoas, como piscina de bolinhas e playground.
Preocupadas com o surto, as mães têm mudado hábitos e comportamentos para evitar a contaminação dos filhos pequenos. Algumas deixaram de levar as crianças para teatros e cinemas, outras proibiram brincadeiras em equipamentos com fluxo intenso de pessoas, como piscina de bolinhas e playground.
Há dez dias, a rotina na casa da psicóloga Érika Maceron, de 39 anos, ficou mais regrada. A cada hora, ela pede que a filha Penélope, de 5 anos, vá ao banheiro, lave as mãos e o rosto com sabonete. “Aumentou a neurose”, diz.
A escola onde Penélope estuda mandou orientações aos pais e informou que foram tomados cuidados para prevenção, como o aumento da frequência de lavagem das mãos com sabonete nas pias. “Mandei um e-mail para a professora sobre a possibilidade de mandar álcool grande para usar o tempo todo.”
Entre as restrições, Érika proibiu, por exemplo, a ida da filha a brinquedos em ambientes fechados até que seja vacinada. “Vetei piscina de bolinhas, por exemplo.” Em relação aos hábitos alimentares e métodos preventivos, a psicóloga passou a colocar soro no nariz da filha para mantê-la hidratada. Além disso, Penélope tem ingerido leite morno e feito gargarejo com água morna.
No entanto, Érika e o marido preferiram esperar para vaciná-la só em maio, quando completa um ano desde a última imunização. “Vou esperar diminuir essa corrida. Essas mães que estão enfrentando filas demoradas para tomar vacina estão se expondo a um risco muito maior. E no hospital é mais exposição ainda.”
Na família da publicitária Patrícia Marinho, de 43 anos, a exigência de prevenção partiu da filha mais velha, Carolina, de 9 anos. “Mamãe, você compra, por favor, um potinho de álcool em gel para eu ter na minha bolsa?”
Como Érika, Patrícia também intensificou a frequência da lavagem das mãos – pelo menos dez vezes ao dia. Outra estratégia é a abertura das janelas, para manter o ambiente arejado. “Fechávamos a casa para não entrar o mosquito da dengue. Agora, abrimos para o ar ficar mais saudável.”
Segundo Patrícia, o assunto pauta os grupos de WhatsApp que reúnem amigas e outras mães de colegas da escola. “O debate é se vai vacinar ou não, onde tem vacina e quanto custa. O lado bom é que aumenta o nível de informação.”
Já o equilíbrio foi a solução adotada pela pedagoga Patrícia Mazeu, de 40 anos. Mãe de Pedro, de 6 anos, e Clara, de 8, ela preferiu incorporar hábitos alimentares mais nutritivos para focar na saúde e não na doença. Ali agora só entram sucos naturais. “Mas dá para enfrentar esse surto sem deixar a criança maluca.”
Com informações de Estadão Conteúdo.