Após a decisão do Senado de derrubar o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato, parlamentares que fazem oposição ao senador tucano falaram em “corporativismo” e criticaram a votação. Aliados de Aécio, por outro lado, falaram em respeito à Constituição e negaram que a decisão signifique impunidade. Por 44 votos a 26, o plenário do Senado derrubou a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e, com isso, Aécio poderá retomar as atividades parlamentares.
O tucano foi afastado por pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), que denunciou o senador com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS. O senador Álvaro Dias (PR-Pode) foi um dos que classificaram como corporativista a decisão do plenário. “O corporativismo instalado estabelece como regra a defesa de seus integrantes e não a defesa de sua instituição. Estamos na contramão do desejo da sociedade brasileira”, defendeu.
Humberto Costa (PT-PE) disse que a decisão só retirou o afastamento porque se tratava de Aécio. “Caso fosse alguém do PT estaria cassado”, declarou. “O senado abriu mão de fazer justiça e cada um vai ter que pagar pelo seu voto”, acrescentou. Os senadores tucanos, no entanto, disseram que o Senado apenas respeitou a Constituição e que o processo contra Aécio deverá continuar no Supremo Tribunal Federal, por isso, não há impunidade.
Para o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), a derrubada da decisão do Supremo “de forma alguma” representa impunidade. “O senador Aécio Neves agora terá o direito ao contraditório e à ampla defesa. O processo contra ele continua. O que o Senado fez foi obedecer ao que determina a Constituição”, afirmou.
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) defendeu que é preciso ter “prudência” no andamento da Constituição e da democracia brasileira e que isso não pode ser “confundido” com impunidade. “O Senado apenas entendeu que não caberia as medidas cautelares”, disse. Logo após a decisão, a nome de Aécio voltou a constar na lista de senadores em exercício. Segundo o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) a decisão agora será encaminhada ao STF. “O plenário é soberano, é uma decisão às claras, e não tenho o que fazer além de respeitar e encaminhar”, declarou.
TEMER CORDENOU– A operação que salvou Aécio Neves no Senado, ontem, foi coordenada pessoalmente pelo presidente Michel Temer (PMDB). Desde a semana passada, Temer havia entrado em campo para garantir que Aécio não fosse afastado do mandato. A interlocução de Temer foi com os comandos dos PMDB e do PSDB, além de pedir ajuda ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Segundo o blog apurou, Temer pediu por Aécio Neves a Eunício durante conversa na noite da última segunda-feira. Temer procurou o presidente do Senado na véspera da votação. Eunício, oficialmente, negou que Aécio tenha sido assunto da conversa. Mas fontes relataram que o caso do senador tucano foi um dos temas da conversa.
(Da coluna do Blog do Magno)
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