Pódio da categoria acima de 100kg no judô (Foto: Murad Sezer/REUTERS)
Nenhum ganhador de medalha olímpica desta sexta-feira na categoria até 100kg teve um ano mais cansativo do que Rafael Silva, o Baby, que amealhou o bronze no tatame da Arena Carioca 2. Contando a Rio 2016, o judoca sul-mato-grossense disputou 37 lutas ao todo (26 vitórias e 11 derrotas), em 12 diferentes competições, nesta temporada. Ganhador do bicampeonato olímpico, o mito francês Teddy Riner esteve em apenas três campeonatos e somente 12 combates, enquanto o japonês medalhista de prata, Hisayoshi Harasawa, lutou 14 vezes em três disputas, e o israelense Or Sasson encarou 29 lutas em oito torneios. Bastante cansado com a sua temporada e muito feliz por conquistar o seu segundo bronze olímpico consecutivo, Baby não vê a hora de ter um merecido descanso.
– Foi um ano muito pesado, o mais pesado da minha carreira, talvez. Eu tive que disputar muitas competições, porque ainda não estava garantido na Olimpíada. Me desgastei bastante, mas estou muito feliz e satisfeito com a medalha que conquistei, Medalhista merece descansar, quero aproveitar bastante depois dos compromissos – disse Baby.
Rafael de 29 anos precisou ralar em tantas campeonatos mundo afora, porque ele ficou sete meses sem lutar após realizar uma cirurgia para curar uma lesão no músculo peitoral superior direito. No período de inatividade, ele viu David Moura, campeão do Pan de Toronto 2015, o ultrapassar no ranking mundial e levar a melhor na disputa pela titularidade na Rio 2016. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) tinha como principal critério de classificação a colocação na lista da Federação Internacional de Judô, e Baby chegou a ficar doze posições atrás do compatriota. Ele era o 23º, e David ocupava a 11ª posição, em janeiro. No período citado, Baby conquistou os títulos do Aberto de Lima, do Aberto de Buenos Aires e do Campeonato Pan-Americano de Havana, resultados que o ajudaram muito a vencer a disputa interna com Moura. Ele acabou encerrando a corrida olímpica em nono lugar, enquanto David ficou em 11º.
– A classificação foi complicada e me desgastou bastante. Mas, por outro lado, eu ganhei um ritmo muito bom de competição e isso acabou me ajudando no decorrer do ano.
Após ser superado pelo astro francês Teddy Riner nas quartas de final, Rafael voltou com tudo para vencer na repescagem o holandês Roy Meyer. Pouco mais de 30 minutos depois, o peso-pesado conseguiu um yuko para derrotar, sem sustos, o uzbeque Abdullo Tangriev na disputa pelo bronze na categoria acima de 100kg.
Rafael, que começou no judô apenas aos 15 anos de idade, ganhou o apelido de Baby porque era muito bonzinho e ficava calado no seu canto na academia de judô.
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A medalha do peso-pesado foi a quarta do Time Brasil na Olimpíada do Rio e a terceira no judô, após o ouro de Rafaela Silva. e o bronze de Maria Aguiar. A primeira, de prata, veio no tiro esportivo, com Felipe Wu, na pistola de 10m. A láurea de Baby é a 22ª do judô nacional em Jogos Olímpicos, aumentando a vantagem da arte marcial de origem japonesa na disputa com a vela, que tem 17.
Vinha do judô uma grande expectativa de medalhas do Time Brasil. O plano era obter ao menos cinco pódios. Foram apenas três. Nos seis primeiros dias do esporte na Rio 2016, a seleção brasileira havia conquistado o ouro com Rafaela Silva e o bronze de Mayra Aguiar, mas se frustrou com Sarah Menezes (até 48kg), Érika Miranda (até 52kg), Victor Penalber (até 81kg), Tiago Camilo (até 90kg) e agora com Maria Suelen Altheman. Mariana Silva surpreendeu no até 63kg e acabou em quinto.
(Do GE)