Estes estudantes não teriam a competência de localizar uma informação explícita em textos simples
Mais da metade dos alunos do 3º ano do ensino fundamental da rede pública do Brasil têm nível de leitura e matemática considerado insuficientes, segundo dados de avaliação nacional de alfabetização realizada no ano passado. Em escrita, mais de um terço estão defasados.
Na comparação com a última edição, em 2014, a situação é de estagnação em leitura: 56% dos alunos estavam em níveis insuficientes em 2014, e agora são 55%. Esses alunos não teriam a competência de localizar uma informação explícita em textos como lenda e cantiga folclórica.
Mais de 2 milhões de crianças participaram da avaliação (ANA). Quase 90% dos alunos possuíam 8 anos ou mais no momento da aplicação, em novembro de 2016.
O MEC divide os resultados de desempenho em leitura em quatro níveis (elementar, básico, adequado e desejável), sendo os dois primeiros considerados como insuficientes e os dois últimos, suficientes. Só 13% dos alunos alcançam o patamar “desejável” –em 2014, eram 11%.
A média nacional esconde fortes desigualdades regionais. Mais de um terço dos alunos do Norte e Nordeste ficaram posicionados no nível 1, considerado elementar. Na região Sul, são 12%.
Somente oito Estados têm menos da metade dos alunos nos dois piores níveis. Minas Gerais tem a menor proporção de crianças nessas condições, mesmo com resultados desfavoráveis: 38% não ultrapassam o nível básico.
São Paulo aparece com o terceiro melhor resultado. Entretanto, 41% dos alunos têm desempenho inadequado.
Para o economista Ernesto Faria, as desigualdades são muito altas. “É reflexo de questões socioeconômicas, mas também de uma escola que reproduz desigualdade e oferece menos a quem mais precisa”, diz ele, diretor do Iede (Instituto Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional).
Segundo a presidente do Inep, Maria Inês Fini, a Base Nacional Comum Curricular pode ajudar. “Ela definirá melhor o que é o processo de alfabetização”.
A Base define o que os alunos têm de aprender a cada série e deverá sustentar os currículos de todas as escolas do país, públicas e privadas. O bloco que vai da educação infantil ao ensino fundamental está em análise final no Conselho Nacional de Educação e deve ficar pronto neste ano. A parte do ensino médio permanece no MEC, sem previsão de conclusão.
ESCRITA
Em escrita, 34% dos alunos estão em nível insuficiente. Não conseguem, por exemplo, fazer uso adequado da pontuação, de modo a comprometer uma narrativa. Os dados de 2016 não são comparáveis com a avaliação de 2014, segundo o MEC.
Enquanto no Norte e Nordeste um quarto dos estudantes não passou do nível elementar, por exemplo, esse índice na região Sul é de 6%.
Já em matemática, 55% têm desempenho insuficiente em matemática. Não resolvem, por exemplo, contas de subtração com dois algarismos. Eram 57% em 2014.
O comportamento de desigualdade se repete. Norte e Nordeste têm mais de um terço no primeiro nível. No Sudeste, são 15%.
O MEC ainda anunciou um programa de reforço para a alfabetização. Entre as ações, está previsto a inclusão de professores assistentes para atuar em conjunto com os docentes que já estão em sala.
A expectativa é atingir 200 mil turmas de 1º e 2º anos no ano que vem, com o investimento de R$ 523 milhões.
O programa será articulado com a Política de Formação de Professores, lançada na semana passada, e que prevê 80 mil vagas da chamada “residência pedagógica”. Com informações da Folhapress.
Por Notícias ao Minuto
Seja sempre o primeiro a saber. Baixe o nosso aplicativo gratuito.
Siga-nos em nossas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram. Você também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9200-1776.
Relacionado