A Câmara de Vereadores de Salgueiro realizou na noite da ultima quarta-feira (29), no plenário da instituição, Audiência Pública em Defesa das Crianças Especiais. O evento de autoria do presidente da Casa, o vereador George Arraes (Cidadania 23), contou com a participação dos vereadores; Eliane Alves, Antônio Pires, Bruno Marreca, Augusto Matias, Pedro de Compadre, Flávio Barros, Professor Hercílio, Erivaldo Pereira e Zé Carlos. Além de Marcilia Ayala (Diretora de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde), Jairo de Souza Verissimo (Presidente do Conselho Municipal de Saúde), Paula Filgueira (Coordenadora do Nasf), Francisco Guilherme Sampaio (Coordenador da Policlínica), Inês Cláudia Leite (Coordenadora do Caps) e João Luiz Monteiro (representando o jurídico do município), além das mães e familiares das crianças especiais. O presidente George Arraes foi quem abriu o evento. “O que nos levou a realizar essa audiência pública, foi o clamor das mães, que nos procuraram pra reivindicar melhorias na qualidade de vida dos seus filhos. Quero deixar bem claro, que essa audiência, não visa prejudicar o governo municipal nem estadual. O que queremos é solucionar o problema, para melhorar a qualidade de vida das nossas crianças. As mães que nos procuraram, relataram diversos problemas, como, a falta de algumas medicações, tanto no âmbito municipal como no âmbito estadual, a falta de alguns profissionais da área da saúde. O intuito dessa audiência foi de dar voz as mães e familiares dessas crianças especiais”, disse George Arraes.

Para Cláudia, mãe de uma criança autista e uma das ativistas na luta pelos direitos dos autistas locais, destacou as dificuldades que vem passando para garantir dos direitos do seu filho. “Não estamos aqui para criticar partido A ou B, porque não temos partido, o nosso partido, são os nossos filhos. Viemos hoje aqui, com a esperança de sair com alguma resposta. No início do ano, tivemos muitas dificuldades com a inclusão, o problema de Salgueiro é a inclusão. Vieram até me sugerir para mudar o meu filho de horário de escola, por falta de transporte. As aulas começaram tem quase seis meses, e, só tem oito dias que o transporte escolar esta passando na minha casa, para pegar o meu filho, isso porque, não saiu da Secretaria de Educação”, destacou.

“Estou aqui, para levantar a minha bandeira, a minha bandeira é ser mãe de uma criança autista. A minha filha é autista e as dificuldades são muito grandes. Algumas crianças têm as terapias, a minha não tem. A única coisa que a minha filha tem, é a psicóloga. Há cinco anos ela foi diagnosticada como autista, só que as dificuldades na fila de espera é muito grande. A informação que eu tenho é que só tem três psicólogos, um Terapeuta Ocupacional e 1 fonoaudiólogo para atender o município com mais de 60 mil habitantes. A inclusão nas escolas é outra dificuldade terrível, tem que ter um laudo, uma professora auxiliar e, o município fica se prendendo para não dispor dessa auxiliar porque gera custos. Queria que os vereadores criassem alguma Lei para que as escolas não dificultassem tanto para as nossas crianças chegassem a escola”, ressaltou Claudiane.

A Diretora de Regulação da Secretaria de Saúde apresentou alguns esclarecimentos. “Trouxe alguns números da fila de espera em quanto regulação, para psicólogas temos uma fila de espera de 528 pacientes, não é de 2017 para cá é de 2013. Temos uma fila de espera de Terapeuta Ocupacional de 147 pacientes de 2013 para cá. Temos uma fila de espera de fonoaudióloga de 128 pacientes de 2015 para cá. Sabemos que hoje está ocorrendo triagem, porque não temos vagas, mas os pacientes não estão deixando de ser assistidos. Porque passam por uma triagem, uma vez passada por essa triagem, quando um paciente que já está sendo atendido recebe alta, é chamado aquele que está na vez. As psicólogas atendem quatro vezes por semana e, cada uma delas atendem cerca de 14 a 17 pacientes por semana, a T.O atende três vezes na semana e cada dia da semana atende 15 pacientes, a fonoaudióloga, também atende três vezes na semana entorno de 17 a 18 pacientes por semana. A fila de espera de fonoaudiólogo de 2017 está com 36 pacientes, 2018 com 50 pacientes e 2019 com 42 pacientes que totalizam 128 pacientes na fila de espera. Esta semana foram abertas cinco vagas na Terapia Ocupacional e já conseguimos marcar. São coisas que vem acontecendo de 2013 para cá, que foi deixada e temos que atender por igual todos eles”, disse.

O professor Arnaldo, que também é musico e realiza um trabalho de musicoterapia na cidade do Cedro, colocou-se a disposição para realizar este trabalho no município de Salgueiro para estas crianças. “Muitos profissionais querem se doar e não tem espaço. Temos um Centro de Música com vários instrumentos parados, onde poderia ser trabalhado com essas crianças”, ressaltou. George Arraes colocou a disposição do professor Arnaldo, o espaço da Câmara para desenvolver esse trabalho com as crianças especiais.

O presidente George Arraes, encerrou a audiência afirmando que todos os vereadores irão continuar cobrando a quem é de direito para garantir os direitos dessas crianças.

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