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Educação

15 estados estão na contramão de meta para incluir jovens na escola

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 (Foto:  Editoria de Arte/G1)

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A inclusão de todos os adolescentes de 15 a 17 anos na escola, uma das metas mais urgentes do Plano Nacional de Educação (PNE), não só deixará de ser cumprida no prazo estipulado por lei – o fim de 2016 –, mas parece cada vez mais distante de ser atingida em 15 estados brasileiros. Dados do Observatório do PNE, analisados pelo Instituto Rui Barbosa (IRB) e pela Associação dos Tribunais de Contas (Atricon), mostram que, em 2014, a taxa de atendimento desses adolescentes em 15 estados foi menor do que em 2009, o ano em que uma emenda constitucional tornou obrigatória a universalização do ensino para essa faixa etária.

Os dados de 2014 são os mais recentes à disposição. Em novembro, o governo divulgará as informações referentes a 2015. Portanto, só será possível saber ao certo as taxas de 2016 no fim do ano que vem. Porém, segundo as estimativas oficiais, as metas já deixaram de ser cumpridas. Em março, o Ministério da Educação afirmou que, de acordo com o Censo Escolar, cerca de 600 mil crianças de 4 a 5 anos e 1,6 milhão de adolescentes de 15 a 17 anos continuavam fora da escola . Os dados são nacionais, mas o estudo regional mostra que nenhum estado cumprirá a meta.

O estado que mais viu a taxa de atendimento recuar no período foi Roraima. Em 2014, 77,7% dos adolescentes de 15 a 17 anos estavam matriculados, o que quer dizer que 23.193 jovens estavam fora das salas de aula. A taxa de atendimento foi 10,2 pontos percentuais mais baixa que em 2009, quando 87,9% dos adolescentes estavam matriculados. Naquele ano, o número absoluto de adolescentes fora da escola era de 22.253.

Em outros dois estados a mesma taxa caiu mais de cinco pontos percentuais nos últimos seis anos. Na Paraíba, ela foi de 74,1% em 2014, 6,3 pontos percentuais abaixo da taxa de 2009 (80,4%). No Mato Grosso, a taxa foi de 81,5% em 2009 e 76% em 2014 (um recuo de 5,5 pontos percentuais).

O Rio de Janeiro, com recuo de 4,5 pontos percentuais, e Rondônia, com queda de 4,2 pontos percentuais, completam a lista de cinco estados brasileiros que mais se distanciaram desta meta do PNE.

Os demais estados que viram a taxa recuar são Sergipe (-3,6 p.p.), Tocantins (-3,3 p.p.), Amapá (-2,7 p.p.), Amazonas (-2,4 p.p.), Mato Grosso do Sul (-2,1 p.p.), Santa Catarina (-1,5 p.p.), Rio Grande do Sul (-0,9 p.p.), Distrito Federal (-0,8 p.p.), Alagoas (-0,8 p.p.) e Acre (-0,3 p.p.).

O G1 procurou o Ministério da Educação para comentar o avanço dos estados em relação à meta. Em nota, a assessoria de imprensa do MEC afirmou que “as ações da gestão anterior eram pulverizadas e, como mostram os dados, não apresentaram resultados”, e que “a nova equipe, conforme afirmou o Ministro Mendonça Filho, terá como prioridade a reforma do ensino médio”.

Aloizio Mercadante, ministro da Educação do governo Dilma, afirmou ao G1, em nota, que a educação “sempre foi uma prioridade no governo Dilma, mesmo em um quadro de recessão fiscal”, e criticou o governo provisório pelo que ele chamou de “desmonte” de programas, como o Pronatec o Programa de Acolhimento, Permanência e Êxito (Pape): de Volta para Escola, lançado em maio para realizar uma busca ativa de cerca de 1,6 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos que não estão estudando. “É preciso destacar que os dados do Censo Escolar revelam que Brasil conseguiu diminuir o percentual de crianças e jovens fora da escola em todas as fases da educação básica entre 2001 e 2014”, afirmou ele.

Monitoramento das metas
O estudo faz parte do grupo de trabalho do Instituto Rui Barbosa (IRB) e da Associação dos Tribunais de Contas (Atricon) que pretende entregar, até o fim do ano, um documento com referências e recomendações para que os tribunais de contas possam monitorar o trabalho dos gestores públicos. “A intenção é analisar o que os municípios e os estados brasileiros vêm fazendo para melhorar seus índices, além de oferecer subsídios para que a gestão da educação possa ser otimizada”, afirmou Cezar Miola, vice-presidente do Instituto Rui Barbosa e conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul. “As iniciativas em nível nacional, respeitando as necessidades regionais, têm maiores chances de alcançar melhores resultados.”

Em março, 34 tribunais de contas também assinaram um acordo de cooperação com o MECpara a troca de informações sobre as metas e o estímulo à transparência na prestação de contas. Segundo o ministério, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) deve publicar em setembro o balanço dos dois primeiros anos do PNE, conforme exigido pela lei.

Em entrevista ao G1, Renato Pedroso Lauris, assessor técnico do grupo de trabalho, explica que a punição não é automática e varia. “Vai caber a cada tribunal de contas, na sua esfera, saber qual é a melhor forma de atuar, conhecendo a realidade. Às vezes, o gestor traz elementos para demonstrar que houve esforço para tentar atingir a meta”, explicou ele.

Por isso, o primeiro passo do grupo foi elaborar um diagnóstico com a evolução da taxa de atendimento no decorrer dos anos. De acordo com Lauris, a taxa pode varia de um ano para outro por diversos motivos, por isso é importante verificar o resultado dos trabalhos de gestão durante períodos mais longos. “A evolução serve para isso, para ter esse contraponto. Em alguns casos, em determinado período as estavam baixas, mas houve realmente esforços para tentar melhorar. É preciso saber relevar, não adianta chegar um gestor em determinado momento e fazer mudanças tão rápidas em um curto espaço de tempo. É algo que tem que ser ponderado”, disse.

Por outro lado, Lauris lembra que a evolução também demonstra se a gestão pública não aplicou esforços para melhor a situação da rede. “Indica que passou bastante tempo e nada foi feito. Pode ter casos em que a rede está muito distante de uma meta e, durante a gestão daquele prefeito, a gente diagnosticou a partir dos dados e viu que não se tomou medidas, isso demonstra omissão.”

Entre as consequências de casos em que for demonstrada a omissão, é possível que o tribunal de contas responsável reprove as contas do gestor, explica o assessor. Além disso, os tribunais poderão cobrar dos gestores planejamentos concretos sobre as ações a serem tomadas, como um plano orçamentário previsto para a ampliação de vagas.

Pré-escola universal
A obrigatoriedade também se estende às crianças de 4 a 5 anos, que estão em idade pré-escolar. Essa regra faz parte da meta 1 do PNE, que aborda a educação infantil. Nesse caso, os estados apresentam uma taxa um pouco mais elevada, em comparação ao atendimento dos adolescentes, mas nenhum deles cumprirá a meta de ter 100% das crianças dessa faixa etária na escola.

Apenas o Distrito Federal se distanciou da meta entre 2009 e 2014. No ano mais recente, 82,7% das crianças de 4 a 5 anos estavam matriculadas na pré-escola, mas, em 2009, a taxa de atendimento foi de 86,1%. Atualmente, o DF é a segunda unidade federativa do país com a maior distância entre a realidade e a meta do Plano Nacional de Educação. Ele perde para o Tocantins, onde a taxa de atendimento era de 80,6%.

Procurado pelo G1 , o MEC afirmou que “as ações para a educação infantil realizadas pela gestão anterior foram focadas apenas em creche” e que pretende “ampliar os recursos com vistas à universalização da pré-escola”.

Já Mercadante afirmou, sobre a gestão do MEC do governo Dilma, que “recentemente o MEC apresentou novos módulos de ampliação de creches e pré-escolas, que possibilitam construções mais rápidas e baratas dentro dos padrões de qualidade exigidos. Foi a solução encontrada para auxiliar as prefeituras no cumprimento da meta 1 do PNE, especialmente a universalização do acesso na pré-escola e de aumentar as matrículas das crianças nas creches.”

Causas e soluções
O estudo ressalta que, embora a nova regra de universalização do ensino se aplique às faixas etárias das crianças e dos adolescentes, as causas que ainda impedem o cumprimento das metas são diferentes e, por isso, exigem soluções distintas. “Enquanto nesta faixa etária [4 e 5 anos] há maiores dificuldades quanto à expansão da oferta de vagas, naquela os grandes problemas são o abandono e o alto índice de reprovação”, diz o texto.

Para as crianças em idade pré-escolar, a falta de vagas nas redes ainda parece um problema de difícil solução. Embora a maior parte do país tenha avançado, desde 2009, rumo à universalização, o estudo da Atricon e do IRB mostra que, no período anterior, entre 2004 e 2009, o ritmo do avanço foi maior em 19 estados e no Distrito Federal.

Os únicos estados em que a taxa de crianças de 4 e 5 anos matriculadas na escola seguiu em ritmo crescente, na comparação dos dois períodos, são Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina.

“Chama a atenção que, além não haver expectativas de universalização até 2016, principalmente nos estados com atendimento menor, há uns quantos que reduziram o ritmo do avanço”, explicou Lauris, do grupo de trabalho.

(Do G1 SP)

Educação

Salgueiro: O Campus do IFSertãoPE retoma edital de concessão de auxílios estudantis

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Já em plena atividade depois do fim da greve das universidades e institutos federais, o Campus Salgueiro do IFSertãoPE anunciou nessa quarta-feira, 17, a retomada do cronograma do Edital n° 08/2024. O documento é referente à concessão de auxílios estudantis – alimentação, moradia e transportes.

A Coordenação de Políticas de Assistência Estudantil (CPAE) da unidade destaca que, caso o estudante seja aprovado no edital, precisa ter uma conta bancária em seu nome, portanto, quem ainda não possui, deve providenciar o mais breve possível.

Veja abaixo o cronograma do edital

Ontem foi divulgada a convocação para a Entrevista Social, que ocorre entre os dias 22 e 31 de julho. O resultado preliminar será publicado no dia 1° de agosto, com prazo para interposição de recursos entre os dias 2 e 5 de agosto. O resultado dos recursos sai no dia 7 e a Entrevista Social pós-recursos será realizada de 8 a 14 de agosto. O resultado final está previsto para o dia 16 de agosto.

           

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Educação

Ministério da Educação cria programa de apoio a escolas públicas com aulas noturnas

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O Ministério da Educação (MEC) instituiu, com a publicação da Portaria nº 653, o Ensino Médio Mais, programa que pretende garantir apoio técnico e financeiro para escolas estaduais que ofereçam pelo menos uma turma de ensino médio noturno presencial.

A ideia é fomentar a elaboração de propostas pedagógicas que colaborem para a permanência dos estudantes na escola no período noturno. Segundo o MEC, serão investidos R$ 16,2 milhões em 2024 – valores que serão repassados por faixa de matrícula, via Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

Escolas com até 500 matrículas (faixa 1) receberão, cada uma, R$ 5.294,63. Já as com mais de 500 matrículas (faixa 2) receberão, cada unidade, R$ 7.941,55.

“Os recursos financeiros devem ser utilizados exclusivamente para despesas de custeio, como reuniões pedagógicas, encontros formativos, rodas de conversa com estudantes, visitas técnicas, grupos focais e eventos culturais com a comunidade escolar”, detalhou o ministério.

A expectativa é de que a iniciativa resulte no apoio a mais de três mil escolas, impactando em mais de 379 mil alunos do ensino médio noturno presencial. O apoio será voltado principalmente às unidades localizadas em áreas com menores Índices de Nível Socioeconômico das Escolas de Educação Básica.

Adesão

A adesão é voluntária e pode ser feita por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). “Para participar do programa, secretarias de educação e escolas elegíveis (equipe pedagógica e estudantes) devem elaborar propostas pedagógicas para melhorar seus índices de permanência e possibilitar trajetórias escolares exitosas para todos os alunos”, informou o MEC.

As propostas devem ser elaboradas levando em conta ações que assegurem o direito à aprendizagem dos estudantes; equidade no acesso e permanência com trajetórias escolares bem-sucedidas; estratégias de fortalecimento do regime de colaboração; e o aprimoramento da organização curricular e pedagógica, considerando os perfis, necessidades e expectativas dos estudantes do ensino médio noturno.

A iniciativa está alinhada com as diretrizes do Plano Nacional de Educação (PNE), especialmente com a meta de universalização do atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos.

O MEC acrescenta que, para execução da política, estão previstos dois webinários nacionais. “O primeiro terá foco nas secretarias de educação e escolas para a elaboração de propostas pedagógicas que contemplem as necessidades mapeadas por meio da escuta com os estudantes. Já o segundo será reservado para a apresentação, discussão e socialização das sugestões elaboradas pelas escolas. As propostas que demonstrarem, no decorrer do ano de 2025, melhorias quanto à permanência na escola e à trajetória exitosa dos estudantes do ensino médio noturno serão premiadas”.

Fonte:Agência Brasil

           

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Educação

Curso pré-vestibular da UPE abre inscrições para a edição 2024 com 200 vagas em Salgueiro

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Foram abertas nessa terça-feira, 16, as inscrições para a edição 2024 do curso pré-vestibular da Universidade de Pernambuco (UPE), o Prevupe 2024. Com 200 vagas disponibilizadas no Polo Salgueiro, os cadastros seguem até que todas sejam preenchidas.

Podem se inscrever, de forma gratuita, estudantes matriculados ou egressos da Rede Pública de Ensino de Pernambuco. No caso de quem ainda está estudando, as vagas são destinadas aos alunos do 3° ano do Ensino Médio, 4° Ano do Curso Normal Médio ou último módulo da EJA Campo, EJA Médio e Travessia Médio.

A inscrição deve ser feita no site do Prevupe, mediante o preenchimento das informações requisitadas no Formulário de Cadastro e no Questionário Socioeconômico. O candidato também deve anexar uma foto 3×4 individual, nítida, colorida e com fundo branco. A classificação se dará por ordem de inscrição.

A divulgação da lista de classificados está prevista para a próxima sexta-feira, 19, e as aulas começam no sábado, a partir das 7h30. Até o dia 8 de agosto devem ser divulgados três remanejamentos, com matrículas nos dias seguintes.

Em Salgueiro o Polo do Prevupe funciona na Escola Professor Manuel Leite, localizada na Rua Agamenon Magalhães, 638, no Centro da cidade.

Por Alvinho Patriota

           

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