Conecte-se Conosco

Política

Regiões com chances de ‘virar voto’ são alvo de disputa entre Lula e Bolsonaro

Com mais de 20 milhões de eleitores, Triângulo Mineiro, Zona da Mata, Região Metropolitana de Belo Horizonte – todos em Minas – Pampa Gaúcho e Grande São Paulo são áreas em que há a maior possibilidade de virada de votos.

Publicado

em

[responsivevoice_button voice=”Brazilian Portuguese Female”]

Ao menos cinco microrregiões do Brasil viraram objeto central da disputa entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, neste segundo turno. Com mais de 20 milhões de eleitores, Triângulo Mineiro, Zona da Mata, Região Metropolitana de Belo Horizonte – todos em Minas – Pampa Gaúcho e Grande São Paulo são áreas em que há a maior possibilidade de virada de votos.

Nos últimos quatro anos, essas regiões foram na contramão da cristalização histórica da votação no País. No primeiro turno de 2018, Bolsonaro venceu nelas, mas, neste ano, Lula foi o mais votado. Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, a eleição passada é atípica. Foi quando a pauta anticorrupção puxou apoio para o atual mandatário.

Agora o eleitorado de baixa renda e menos radicalizado, sobretudo nessas regiões metropolitanas, voltaram para o ex-presidente em razão de frustrações com o governo Bolsonaro. Já em Minas, há ainda uma identificação maior com políticas sociais dos governos Lula do que com o PT, o que explica também a vitória do ex-presidente no Estado neste pleito na primeira fase da disputa.

“Essa oscilação é o que vai resolver a eleição. É uma das dinâmicas mais importantes”, afirmou a cientista política Daniela Constanzo, do Instituto de Estudos Avançados da USP. Ela destaca como exemplo as mudanças registradas em São Paulo no primeiro turno deste ano, em que Lula recuperou a capital e Bolsonaro sai na dianteira no interior.

Nas últimas duas décadas, os mapas de votação do Brasil mostram uma divisão regional, com os candidatos petistas ao Palácio do Planalto com vitória majoritária em municípios do Nordeste e prevalência no Norte. Enquanto isso, nomes mais ligados à direita foram os mais votados no Centro-Oeste, no Sul e no Sudeste.

Minas Gerais aparece nesses pleitos como um Estado oscilante, que acaba por definir o resultado da eleição. Esse cenário se repetiu, ainda que em menor medida, no primeiro turno deste ano. Agora, na segunda etapa da campanha, os dois candidatos focam atividades justamente em cidades mineiras e em São Paulo para tentar consolidar ou virar votos.

MUDANÇA

Há 20 anos, na eleição de 2002, os eleitores identificados com a esquerda e aqueles mais à direita ainda se apresentaram dispersos no território nacional. Tanto José Serra (PSDB) quanto Lula tiveram vitórias em um grande número de cidades de todos os Estados e regiões do País. A partir do primeiro turno de 2006, no entanto, é possível notar uma maior divisão nos votos do eleitorado brasileiro por região.

Essa tendência de cristalização de votos majoritários nas regiões fica clara quando se analisa o primeiro turno das últimas seis eleições presidenciais com base no Geografia do Voto. A ferramenta, uma parceria da Agência Geocracia com o Estadão, georreferenciou mais de 5 bilhões de votos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 1996.

“Existe um modelo que parece testado e que tem regido as eleições no Brasil. É esse pulsar dessas regiões que tem caracterizado essa clivagem (divisão) no País”, afirmou o advogado e geógrafo Luiz Ugeda, um dos responsáveis pela ferramenta Geografia do Voto.

De acordo com os especialistas, a distribuição de antipetismo e petismo nas regiões não se traduz exclusivamente em uma questão regional, já que a polarização nacionaliza a disputa. Políticas sociais encampadas nas gestões Lula, por exemplo, e a inflexão ao centro das reformas petistas contribuíram para uma mudança no perfil de seu eleitorado a partir de 2006.

O PT consolidou mais votos entre os mais pobres, enquanto Bolsonaro conquistou os mais ricos, o que se reflete no contraste visual dos votos nas regiões, mas também em regiões periféricas de grandes centros urbanos, por exemplo. Isso ajuda a explicar a retomada das cinco regiões “perdidas” pelos petistas em 2018.

“O que se pode considerar é que em determinados aglomerados sociais com população mais pobre, lideranças políticas que encarnam, efetiva ou simbolicamente, políticas sociais focalizadas neste segmento obtêm maior apoio eleitoral”, disse Paulo Fábio Dantas, cientista político da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

INFLEXÃO

Cientistas políticos lembram que em 2018 houve avanço do voto antipetista em meio ao contexto da Operação Lava Jato. O sentimento antipolítica incorporado por Bolsonaro levou à vitória sobre Fernando Haddad (PT) – o ex-prefeito de São Paulo assumiu o lugar de Lula às vésperas do início formal da campanha, quando o ex-presidente estava preso em Curitiba.

Agora a relevância dos colégios eleitorais das microrregiões concentra a atuação de Lula e Bolsonaro na reta final da campanha, disse Ugeda, inclusive com sobreposição de agendas. O petista e a primeira-dama Michelle Bolsonaro, por exemplo, estiveram nas mesmas regiões nos últimos dias. “Bolsonaro tem consciência territorial de que são nesses lugares que ele perdeu voto e que tem gordura para resgatar”, afirmou o geógrafo.

O presidente conquistou menos votos no Sudeste em 2022 do que há quatro anos. Isso faz com que aliados apostem na possibilidade de recuperar eleitores, com foco na pauta de costumes e anticorrupção, que regeu a eleição de 2018. Ontem, Lula fez uma caminhada entre Belo Horizonte e Ribeirão da Neves. Já Bolsonaro apostou em reverter votos em São Paulo, onde está desde quinta-feira e tem evento até hoje.

SÃO PAULO

O presidente ainda se encontrou com prefeitos do interior, marcou agendas na região metropolitana e foi recebido no Palácio dos Bandeirantes pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB). Para especialistas, a derrota tucana em São Paulo após 28 anos de governo ajuda a explicar a mudança de voto na capital paulista, que desidratou o voto mais à direita na região metropolitana.

“O PT sempre ganhou bem na periferia de São Paulo. Perde em 2018 com a questão da Lava Jato e conseguiu recuperar o eleitor frustrado que aceitou a corrupção”, afirmou Carolina de Paula, pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Estudos feitos com eleitores que apostaram em Bolsonaro em 2018 e que neste ano dizem votar em Lula mostram que a condução do presidente combate à pandemia como um peso para o eleitorado menos conservador. “A esquerda consegue recuperar esse eleitor decepcionado, mas que ficou ainda mais frustrado com a gestão do Bolsonaro especialmente na pandemia”, disse De Paula.

FLUTUAÇÕES

Além da Grande São Paulo, a Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Zona da Mata Mineira e o Triângulo Mineiro apresentaram, desde 2018, flutuações de votos que quebraram o padrão que se desenhava em Minas. O Triângulo Mineiro votou alinhado com Mato Grosso do Sul quatro anos atrás, ao concentrar o maior número de cidades em que Bolsonaro foi o preferido. Neste ano, porém, é possível notar mais municípios com voto majoritário à esquerda, o que deu vitória a Lula na região. O mesmo ocorreu na Zona da Mata e na Grande BH.

“Minas é uma espécie de fiel da balança. Onde se ganha em Minas, tende-se a ganhar a (eleição) nacional”, disse Thiago Silame, professor da Universidade Federal de Alfenas e pesquisador do Centro de Estudos Legislativos da UFMG.

Para ele, isso tem relação com o tamanho do eleitorado e, ao mesmo tempo, com uma heterogeneidade relacionada às divisas do Estado. “Há a Minas baiana, a Minas capixaba, a Minas carioca e há ainda uma Minas muito influenciada por São Paulo. Ou seja, espelha a diversidade socioeconômica e cultural do Brasil.”

Em Minas, a campanha de Bolsonaro aposta na conversão não apenas dos indecisos, mas também do eleitor que votou em Lula e também em Zema no primeiro turno. Para analistas, a volta do ex-juiz Sérgio Moro à campanha de Bolsonaro também é uma estratégia de recuperar o voto lavajatista.

Já no Rio Grande do Sul, houve um movimento similar, explicado também pela consolidação do PT em algumas prefeituras ao longo do tempo, disse o cientista político Rodrigo González. Lula e Dilma já tiveram votações expressivas no Estado, onde o PT governou por dois mandatos.

“Se for olhar o padrão de voto, ter um candidato a governador e um candidato a senador ajuda a atrair votos para a campanha presidencial. São regiões que, mesmo com votações mais fracas, têm que se levar em conta também a capacidade do PT de um enraizamento”, disse. No primeiro turno, Lula teve mais votos que Bolsonaro em Porto Alegre.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9101-6973.

 

Política

STF forma maioria para negar habeas corpus a Bolsonaro

Alexandre de Moraes, relator do inquérito questionado, declarou-se impedido.

Publicado

em

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para negar um habeas corpus que pede o trancamento de investigação sobre o ex-presidente da República Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado. O relator, Kássio Nunes Marques, foi seguido até o momento pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin e André Mendonça.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito questionado, declarou-se impedido.

A ação foi ajuizada por um advogado que não compõe a defesa formal de Bolsonaro.

Nunes Marques não viu ilegalidade na investigação e ressaltou que a defesa do ex-presidente não se manifestou sobre o pedido. “Não há nos autos qualquer manifestação de interesse ou de ciência do paciente autorizando a defesa técnica apresentada pelo impetrante”, afirmou.

Ele também foi seguido pela ministra Cármen Lúcia, além dos ministros. O julgamento vai até à meia-noite desta sexta-feira.

Foto Getty

Por Estadão

           

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.

Continue lendo

Política

Sessão do Supremo leva TSE a adiar julgamento de Moro

Publicado

em

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adiou para terça-feira (21) a análise dos processos que pedem a cassação do ex-juiz da Operação Lava Jato e atual senador Sergio Moro (União-PR). O julgamento teve início nesta quinta-feira, 16, mas só houve tempo para a leitura do relatório do caso, lido pelo Floriano de Azevedo Marques por cerca de 40 minutos. Tendo em vista que o plenário do Supremo Tribunal Federal deveria se reunir às 14h, a sessão do TSE foi suspensa e o debate sobre Moro ficou para semana que vem.

O ministro Alexandre de Moraes garantiu que a análise dos recursos impetrados pelo PL e pelo PT contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que não viu abuso de poder econômico ou caixa 2 na pré-campanha do senador em 2022 “terá início e será finalizada” na terça. O caso de Moro será o único item da pauta da sessão plenária do TSE no dia 21, que terá início às 19h. “Temos a vantagem de não ter sessão do Supremo de madrugada”, brincou Moraes logo antes de suspender o julgamento e encerrar a sessão no TSE.

RITO NA RETOMADA

Continue lendo

Política

Governo Lula libera recorde de R$ 7,5 bi em emendas e anuncia mais R$ 480 mi para RS

Publicado

em

O governo Lula (PT) autorizou nesta quarta-feira (15) o maior pagamento de emendas parlamentares do ano, totalizando R$ 7,5 bilhões.

A liberação acontece em cumprimento ao calendário de pagamento de emendas que havia sido acordado com o Congresso Nacional. Essa era uma exigência dos parlamentares, que esperam aplicar os montantes a tempo para as eleições municipais de outubro.

O pagamento das emendas foi anunciado pela SRI (Secretaria de Relações Institucionais), comandada por Alexandre Padilha. O montante de R$ 7,5 bilhões é referente a todo o volume que estaria apto para pagamentos pelos ministérios, a partir de um levantamento da pasta.

Os valores serão destinados para ações de 25 ministérios, com destaque para a Saúde e o Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Os pagamentos começam nesta sexta-feira (17), segundo a SRI, e seguem até o final da semana que vem.

Na semana passada, o governo conseguiu uma vitória no Congresso Nacional ao costurar acordos com parlamentares e evitar a derrubada de vetos presidenciais em temas prioritários para o Executivo.

Dentre eles estava justamente o calendário para pagamento de emendas, um dos dispositivos vetados por Lula na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

O governo busca manter o veto oficialmente, porque há a avaliação de que a sua derrubada iria ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. No entanto, fechou informalmente o acordo com os parlamentares para o pagamento das emendas impositivas, para que fossem pagas até 30 de junho, limite das vedações eleitorais.

Um dos pontos do acordo fechado na semana passada previa o compromisso com o novo calendário para a liberação de emendas.

EMENDAS PARA O RIO GRANDE DO SUL

O governo também autorizou um calendário de antecipação das chamadas “emendas Pix”, destinando R$ 480 milhões para o Rio Grande do Sul. O estado vem sendo atingido há mais de duas semanas por uma calamidade climática, que já deixou 151 mortos.

Essas emendas são transferidas diretamente para os caixas dos municípios, que agora terão até esta sexta para aceitar as indicações de emendas no sistema.

As prefeituras, segundo a Secretaria de Relações Institucionais, começam a receber os pagamentos a partir de junho.

Segundo balanço do ministério, foram pagos até o momento R$ 630 milhões em emendas parlamentares voltadas a ações em apoio à população atingida pelas inundações.

Fonte: FOLHAPRESS

 

 

           

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.

Continue lendo
Propaganda

Trending

Fale conosco!!