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Governo saúde passou a considerar que todos os casos confirmados de microcefalia com danos no cérebro estão associados ao vírus da zika.
Os casos confirmados de microcefalia cresceram 10% em 11 dias, no Brasil. O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (17) um novo boletim e mudou a forma de interpretar os números.
O ministério da saúde passou a considerar que todos os casos confirmados de microcefalia com danos no cérebro estão associados ao vírus da zika. Um número muito maior que o divulgado na semana passada.
Eles somam agora 508 casos de microcefalia associados ao vírus. No boletim anterior, eram 41 casos confirmados pra zika. Outros 421 eram casos de microcefalia com danos no cérebro, mas sem confirmação para o vírus da zika.
A diferença é que antes o ministério só confirmava quando havia prova laboratorial, por exame, de infecção por zika. Agora, a constatação da microcefalia é associada ao vírus porque, segundo o ministério, não houve aumento de incidência de outras doenças que também causam microcefalia, como rubéola, sífilis e toxoplasmose.
O Ministro da Saúde explicou que há uma “nova interpretação” para os números.
“As pessoas interpretavam que 41 era zika e os outros 400 e tantos não era zika, não é isso. Isso estava levando a uma interpretação diferente. Qual é a nossa interpretação? É que do total de casos de microcefalia existente no Brasil, a grande, imensa maioria é causada pelo vírus zika”, diz Marcelo Castro, ministro da Saúde.
Dos mais de cinco mil casos suspeitos de microcefalia – o Ministério da Saúde descartou 837 e ainda não tem resposta sobre quatro mil. Os exames e o vínculo com a epidemia do vírus da zika nesses bebês ainda não são conclusivos.
O desafio é superar a falta de precisão dos testes para que seja possível identificar e confirmar a presença do vírus mesmo depois da infecção.
Especialistas afirmam que nem sempre é possível fazer a confirmação da presença do vírus da zika. Ele é detectado facilmente nos casos mais graves. Na maioria das vezes, os exames não conseguem encontrá-lo, como explicou na segunda-feira o diretor do departamento das doenças transmissíveis do Ministério da Saúde.
“Nós acreditamos, com base em uma série de evidenciais, que 95% deles tenham sido causados pelo vírus da zika. No entanto, como existe uma diferença no tempo em que a infecção acontece durante a gestação e o nascimento da criança, 6 ou 7 meses depois, entre uma coisa e outra o organismo elimina o vírus, então, em muitas situações não é mais possível identificar o vírus quando a criança nasce, mas isso não descarta a hipótese de que tenha sido o vírus zika ao causar este problema”, apontou Cláudio Maierovitch, do Dpto. Vigilância das Doenças Transmissíveis, na segunda-feira (15).
A Organização Mundial da Saúde calcula que até junho vá gastar US$ 56 milhões pra combater a epidemia global do vírus da zika. O Brasil deve receber a maior parte, pra campanhas de esclarecimento, combate ao mosquito Aedes aegypti, tratamento de doentes e em pesquisas de vacinas.
(Do JN)