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Política

Jair Renan esteve no Planalto para pegar itens privados de Bolsonaro, diz ex-funcionário

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No governo passado, Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Palácio do Planalto pegar itens privados do pai para si. A afirmação é de Marcelo Vieira, que chefiou o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República (GADH), órgão responsável por definir quais objetos devem ir para o acervo pessoal do chefe do Executivo ou não.

Em entrevista à GloboNews nesta terça-feira, 5, Vieira disse que Jair Renan esteve no gabinete de documentação histórica para pegar itens de baixo valor, como um boneco e uma camiseta camuflada. Segundo o ex-funcionário, os objetos foram levados em outro dia, após Bolsonaro conversar em particular com o filho e autorizar a retirada.

“O acervo é privado, ele é do presidente, eu só sou o guardião. A partir do momento que ele (Bolsonaro) fala ‘entrega’, eu registro como entregue e doravante é responsabilidade do próprio presidente. E aí o presidente só diz para ele ‘manda o Renan subir e vir falar comigo”, afirmou Vieira.

Segundo ele, os itens levados por Jair Renan não faziam parte do acervo público da União, sendo objetos considerados como “personalíssimos” do ex-presidente. Vieira trabalhou no gabinete entre 2017 e janeiro deste ano, quando foi exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A reportagem procurou Jair Renan, por meio do advogado, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Cid tratava todos os itens como personalíssimos, diz Vieira

Marcelo Vieira também disse que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, dizia que todos os itens recebidos no governo Bolsonaro eram personalíssimos do ex-presidente. Vieira afirma que tentou contestar Cid nos quatro anos de mandato, mas não sabe se ele “não entendia ou se entrava por um ouvido e saía pelo outro”.

“O Cid já chegava dizendo que aquilo era personalíssimo. E eu falava assim: ‘pelo amor de Deus, isso não é personalíssimo’. (…) Eu passei quatro anos explicando isso para ele. E ele continuou. Eu não sei se ele não entendia ou se entrava por um ouvido e saía pelo outro.”

O ex-funcionário também afirmou que Cid não consultava formalmente o gabinete para questionar sobre a possibilidade de venda dos presentes, preferindo discutir o assunto em “conversas informais”. Em uma ocasião, o ex-ajudante de ordens pediu para que ele assinasse um ofício, três dias antes do fim do mandato de Bolsonaro na Presidência, para autorizar a liberação de um kit de joias que foram retidos em outubro de 2021 pela Receita Federal.

O ex-funcionário disse que ligou para Cid para avisar que não assinaria o documento, porque o presente era de propriedade da União e não pertencia ao acervo privado de Bolsonaro. O tenente-coronel teria, então, solicitado que Vieira explicasse a situação para o “chefe”, em referência ao ex-presidente.

“Ele (Mauro Cid) estava do lado do presidente, e passa e fala: ‘Marcelo, então explica para o chefe (Bolsonaro)’. Eu, resumidamente, explico isso para o chefe, o presidente da República, e ele só fala assim: ‘Ok, obrigado’. E desliga”, disse Marcelo Vieira.

A retenção dos itens pela Receita foi revelada pelo Estadão em março deste ano. A reportagem mostrou que membros do governo Bolsonaro tentaram trazer ilegalmente para o Brasil um pacote entregue pelo governo da Arábia Saudita, que continha joias com colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes.

Vieira é citado em investigação da PF

Segundo a Polícia Federal (PF), que investiga a venda de joias destinadas à Presidência da República, Vieira teria, junto com Mauro Cid e outros aliados de Bolsonaro, atuado para “desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo” exercido pelo ex-presidente.

Entenda o caso das joias em 5 pontos

“Marcelo da Silva Vieira e outras pessoas não identificadas uniram-se, com unidade de desígnios, com o objetivo de desviar, em proveito do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, presentes (ao menos três conjuntos de alto valor patrimonial) por ele recebidos em razão de seu cargo, ou por autoridades brasileiras em seu nome, entregues por autoridades estrangeiras”, diz a PF.

Em um documento de 105 páginas do Supremo Tribunal Federal (STF), que apresenta os indícios já descobertos pela PF que determinaram a abertura da Operação Lucas 12:2, Vieira é citado em conversas entre Cid e Marcelo Câmara, ex-auxiliar de Bolsonaro, que discutiam sobre a possibilidade da revenda dos objetos recebidos em compromissos oficiais.

Em uma troca de mensagens, Câmara diz a Cid que Vieira teria ressaltado a necessidade de um aviso prévio à Presidência antes da venda dos itens no exterior. O ex-ajudante de ordens diz: “Só dá pena porque estamos falando de 120 mil dólares”. Câmara responde: “O problema é depois justificar para onde foi. De eu informar para a comissão da verdade. Rapidamente vai vazar”.

Em outra conversa, Vieira encaminha um print de uma legislação de 1991 que prevê que o ex-presidente poderia utilizar os bens do seu acervo privado, mas que ressaltava a existência de restrições de venda. O trecho reforça a hipótese da PF de que Cid e Câmara sabiam que a comercialização dos itens no exterior era uma atividade ilegal.

Fonte: ESTADAO CONTEUDO

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Política

STF forma maioria para negar habeas corpus a Bolsonaro

Alexandre de Moraes, relator do inquérito questionado, declarou-se impedido.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para negar um habeas corpus que pede o trancamento de investigação sobre o ex-presidente da República Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado. O relator, Kássio Nunes Marques, foi seguido até o momento pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin e André Mendonça.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito questionado, declarou-se impedido.

A ação foi ajuizada por um advogado que não compõe a defesa formal de Bolsonaro.

Nunes Marques não viu ilegalidade na investigação e ressaltou que a defesa do ex-presidente não se manifestou sobre o pedido. “Não há nos autos qualquer manifestação de interesse ou de ciência do paciente autorizando a defesa técnica apresentada pelo impetrante”, afirmou.

Ele também foi seguido pela ministra Cármen Lúcia, além dos ministros. O julgamento vai até à meia-noite desta sexta-feira.

Foto Getty

Por Estadão

           

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Política

Sessão do Supremo leva TSE a adiar julgamento de Moro

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adiou para terça-feira (21) a análise dos processos que pedem a cassação do ex-juiz da Operação Lava Jato e atual senador Sergio Moro (União-PR). O julgamento teve início nesta quinta-feira, 16, mas só houve tempo para a leitura do relatório do caso, lido pelo Floriano de Azevedo Marques por cerca de 40 minutos. Tendo em vista que o plenário do Supremo Tribunal Federal deveria se reunir às 14h, a sessão do TSE foi suspensa e o debate sobre Moro ficou para semana que vem.

O ministro Alexandre de Moraes garantiu que a análise dos recursos impetrados pelo PL e pelo PT contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que não viu abuso de poder econômico ou caixa 2 na pré-campanha do senador em 2022 “terá início e será finalizada” na terça. O caso de Moro será o único item da pauta da sessão plenária do TSE no dia 21, que terá início às 19h. “Temos a vantagem de não ter sessão do Supremo de madrugada”, brincou Moraes logo antes de suspender o julgamento e encerrar a sessão no TSE.

RITO NA RETOMADA

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Política

Governo Lula libera recorde de R$ 7,5 bi em emendas e anuncia mais R$ 480 mi para RS

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O governo Lula (PT) autorizou nesta quarta-feira (15) o maior pagamento de emendas parlamentares do ano, totalizando R$ 7,5 bilhões.

A liberação acontece em cumprimento ao calendário de pagamento de emendas que havia sido acordado com o Congresso Nacional. Essa era uma exigência dos parlamentares, que esperam aplicar os montantes a tempo para as eleições municipais de outubro.

O pagamento das emendas foi anunciado pela SRI (Secretaria de Relações Institucionais), comandada por Alexandre Padilha. O montante de R$ 7,5 bilhões é referente a todo o volume que estaria apto para pagamentos pelos ministérios, a partir de um levantamento da pasta.

Os valores serão destinados para ações de 25 ministérios, com destaque para a Saúde e o Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Os pagamentos começam nesta sexta-feira (17), segundo a SRI, e seguem até o final da semana que vem.

Na semana passada, o governo conseguiu uma vitória no Congresso Nacional ao costurar acordos com parlamentares e evitar a derrubada de vetos presidenciais em temas prioritários para o Executivo.

Dentre eles estava justamente o calendário para pagamento de emendas, um dos dispositivos vetados por Lula na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

O governo busca manter o veto oficialmente, porque há a avaliação de que a sua derrubada iria ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. No entanto, fechou informalmente o acordo com os parlamentares para o pagamento das emendas impositivas, para que fossem pagas até 30 de junho, limite das vedações eleitorais.

Um dos pontos do acordo fechado na semana passada previa o compromisso com o novo calendário para a liberação de emendas.

EMENDAS PARA O RIO GRANDE DO SUL

O governo também autorizou um calendário de antecipação das chamadas “emendas Pix”, destinando R$ 480 milhões para o Rio Grande do Sul. O estado vem sendo atingido há mais de duas semanas por uma calamidade climática, que já deixou 151 mortos.

Essas emendas são transferidas diretamente para os caixas dos municípios, que agora terão até esta sexta para aceitar as indicações de emendas no sistema.

As prefeituras, segundo a Secretaria de Relações Institucionais, começam a receber os pagamentos a partir de junho.

Segundo balanço do ministério, foram pagos até o momento R$ 630 milhões em emendas parlamentares voltadas a ações em apoio à população atingida pelas inundações.

Fonte: FOLHAPRESS

 

 

           

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